Os dias passaram como se estivesse rolando uma grande pedra montanha acima. Era como estar em um detox da minha frenética vida antiga, mas fato é que eu não pedi esse detox, eu não estava nem um pouco interessada nele.
E para melhorar tudo chegou o primeiro dia de aula. Nunca liguei muito para a escola, só fazia o que tinha que fazer e pronto, mas qualquer mínima expectativa que eu ainda mantinha sobre meu último ano foi destruída ao vir para cá.
Acordei as seis e meia para dar tempo de tomar banho, me arrumar e tomar o café tranquilamente. O dia estava bonito, um belo sol adentrava pelas janelas enquanto eu terminava de colocar minha roupa. Vesti dos vestidos novos, branco com decote redondo e acinturado, all stars vermelhos e para completar uma jaqueta jeans que comprei em um brechó em Williamsburg. A maquiagem simples, porque eu nunca soube fazer muita coisa mesmo, quem me maquiava para sair em NY era sempre Marly.
Soltei os cabelos e me olhei uma última vez antes de jogar a mochila no ombro e descer as escadas para o café da manhã.
"Me deseje sorte vadia. "— Digitei para Marly, ela estava um pouco sumida esses dias, mas não a culpo, tinha que aproveitar os últimos dias de férias.
"Boa sorte piranha, espero que queime aquela escola" — Recebi alguns segundos depois na perto da sala de jantar.
— Bom dia querida — vovó e vovô me saudaram assim que adentrei o cômodo, me fazendo erguer o rosto do celular e sorrir.
— Bom dia! — falei seguindo ao meu lugar na mesa.
Comecei a comer deixando o celular de lado (regras da casa). Eu me sentia muito mimada em relação a comida aqui, vovó sempre pedia para Lilian e Dafne fazer todas as coisas de eu gostava e por Deus... aquelas duas tinham mãos divinas. Ovos, bacon, biscuits com geleia, bagels com queijo...o café da manhã do sul era outro nível e isso eu tinha que admitir.
— Podemos ir? — Falei assim que terminei, virando para vovô, mas o senhor de barba grisalha sorriu assim como minha avó. — O que foi?
Eles se olharam enquanto eu os fitava com o cenho franzido, totalmente confusa.
— Venha comigo — Franklin se levantou passando as mãos pela calça.
Ainda sem entender me levantei e o segui para fora da sala de jantar, vovó veio comigo e parecia tão ansiosa quanto eu.
O que estava acontecendo?
Fomos caminhando na direção da entrada da casa em um silêncio cheio de expectativa até vovô abrir a porta e...
UM CARRO!
— Ah meu Deus! — Desci as escadas rapidamente e fui até ele.
Era simplesmente um chevrolet impala 67 azul conversível. Lindo, lindo demais.
— É pra mim? E-ele é pra mim? — Virei o rosto para meus avós que agora desciam a escadaria, ambos sorrindo.
— Foi do seu pai quando ele tinha sua idade, ele gostava de carros antigos antes de se mudar para Nashville. — Parece que eu e meu pai temos uma coisa em comum além dos olhos verdes. — E quando soube que você vinha achei que seria bom que tivesse seu carro, então mandei trocarem algumas peças, óleo, dar uma calibrada nos pneus e passar uma boa pintura — ele parou ao lado do veículo e deu uma batidinha no capô. — Ele está novo e pronto para rodar — sorri tão largo que achei ser impossível.
— E vocês esconderam isso de mim todos esses dias? — Levei as mãos a cintura, dividindo o olhar entre os dois.
Dona Marjorie chegou abraçando meu avô pela cintura, ele desenvolveu o gesto.
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TENNESSEE
RomanceO mundo paralisou quando eu o vi pela primeira vez. O homem mais lindo, magnético e aterrorizante que conheci. E eu, que odiava ouvir um não, não iria desistir enquanto não tivesse aquele xerife aos meus pés. "Você sempre será minha doce e degenera...