O vestido rosa claro tinha um decote quadrado que valorizava meu busto e apetava minha cintura com um corpete interno para, em seguida, se abrir em uma saia rodada que ia até meus joelhos. Foi Marjorie que me ajudou com o cabelo, o prendendo com vários grampos até que ficasse da altura dos meus ombros assim como da protagonista de Dirty Dancing, Baby. A maquiagem fui eu que fiz, trazendo elementos dos anos 60 e misturando com a maquiagem atual e no final quando me olhei no espelho de corpo inteiro me senti transportada ao filme.
— Você está linda, querida — vovó falou assim que me viu descendo as escadas, os saltos antigos dela estalando na madeira antiga.
— Nossa! Parece que entramos no túnel do tempo e voltamos a 1969, Richland Country Club — Franklin indagou com um sorriso nostálgico e em seguida virou para vovó que sorriu também, como se lembrasse exatamente da mesma coisa.
— Você está belíssima, Liza, lembrando muito sua avó no dia que eu a conheci.
— A festa de 4 de julho — ela falou assim que desci o último degrau, os dois sorriram.
— Você estava usando um vestido parecido com esse, mas era amarelo e tinha uma renda na saia. Eu sempre gostei de amarelo em você. — eu não pude deixar de sorrir com aquilo e por um momento me pareceu tão romântico ele se lembrar com tantos detalhes mesmo depois de tantos anos.
Deus! O que Jake fez comigo? E porque eu comecei, de repente, a pensar em nós dois velhos falando para nossos netos sobre aquele dia no posto de gasolina?
— E você estava com um smoking branco, muito elegante, mas mais cabeludo — vovô e eu rimos.
— Bons tempos — ambos suspiraram com as lembranças que não voltavam mais.
— Vá com cuidado, Liza. E seja responsável — vovó despertou segurando minhas mãos nas suas.
— Estamos confiando em você — vovô adicionou e eu anui para os dois.
Era a primeira vez que eles estavam permitindo que eu fosse para uma festa grande, já que eu tinha falado que aquela festinha de Hart assim que cheguei, era apenas uma reunião. Dois meses, eles levaram dois meses para confiar em mim. Mas claro que também só foi porque a festa era do neto dos queridos amigos dos dois.
— Podem ficar tranquilos — garanti com um sorriso apaziguador.
Foi Derek o responsável de me dar carona até a casa de campo dos MacKenzie, que ficava a cerca de 45 minutos a oeste de Columbia, já fora do condado de Maury, em uma propriedade a beira do Duck River. O carro entrou no pelos portões já abertos em um caminho curto cercado por árvores altas até um gramado baixo e cheio de folhas caídas. Logo a frente estava a casa de grande casa de madeira, luzes amarelas a fazendo brilhar no meu noturno, enquanto havia um vai e vem de pessoas ao redor, nas varandas e se dentro para fora.
— Valeu Derek, até segunda — me despedi do faz tudo que me deu um sorrisinho.
— Tchau senhorita, se divirta.
É, ele ainda insistia em ser formal mesmo depois de todo esse tempo me dando aula.
Desci do carro, os saltos enfiando no caminho de cascalho conforme eu andava até a porta já escancarada, a música alta vazando junto com a cacofonia das vozes. Mas tinha uma coisa estranha, todos estavam tão mais...modernos, as fantasias pareciam mais atuais ou eram até roupas normais apenas sujas de sangue falso. Continuei caminhando mesmo assim, mas quando subi as escadas e adentrei o salão de frente da casa foi bem pior. Eu estava nos auge dos anos 60 com meus cabelos moldados e cheios de laquê enquanto todos pareciam estar totalmente inseridos na cultura dos anos 2000, de referências de seriados, artistas a filmes da época.
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TENNESSEE
RomanceO mundo paralisou quando eu o vi pela primeira vez. O homem mais lindo, magnético e aterrorizante que conheci. E eu, que odiava ouvir um não, não iria desistir enquanto não tivesse aquele xerife aos meus pés. "Você sempre será minha doce e degenera...