Skirts, frozen yogurt and books

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Joguei a mochila no chão e me sentei ao lado de Bender, a cabeça tombada contra a parede, a fumaça espiralando entre seus lábios e para cima. Rocky, por outro lado, estava sentada em cima da bancada da pia, comendo doritos, os dedos laranjas, os cabelos presos bem no alto da cabeça.

— Onde está Sugar? — Indaguei.

— Adivinha! — Rocky deixou a cabeça cair para o lado tediosamente e eu ri.

— Já já ele chega — a loira disse, apoiando a mão com o cigarro no joelho.

Ela estava estranha, algo em seu rosto, em seu jeito, ela sequer me olhava. E eu sei que Bender não era a mais simpática e amável das pessoas, mas aquele não era seu normal, definitivamente.

— Ta tudo bem? — Virei-me para ela. Bender ficou em silencio enquanto esticava o braço para cima da privada e deixava as cinzas caírem na água.

— Que merda foi aquela ontem Sandy? — Pisquei.

— Como assi...

— Cara, você mandou o Hart sair — cuspiu, de repente gesticulando de forma mais bruta.

Rocky se mexeu desconfortavelmente na bancada.

— Eu mandei ele sair para não ser expulso pela polícia — argumentei um tom mais alterado.

Ela negou.

— Você deixou aquele xerife de merda falar com ele daquele jeito

"Xerife de merda"...em outras épocas eu talvez concordasse plenamente, e eu não posso passar panos limpos para defendê-lo com relação a Hart, não nos assuntos passados, mas eu sabia os dois lados da história? Fora que, eu já não conseguia o ver tão mal agora, não depois de tudo o que ele fez por mim. Apenas por mim.

— Porra Sandy! O Hart invadiu o terreno da escola por sua causa e você quase o deixou ser detido por aquele desgraçado.

Engoli seco, de repente senti aquele peso, o peso da culpa que estava fugindo a um tempo.

— Deixou ele se envolver, defender você como se o Hart fosse um mostro. Já não basta o que pensam dele? A ficha que ele tem na polícia? — Ela continuou com toda força.

— Você sabe que o xerife persegue ele, Sandy — Rocky murmurou.

Apertei a mandíbula e percebi que meu rosto estava inclinado para baixo. Não! Isso não estava certo! Eu não era culpada. Não por tudo.

— Vocês sabem o que ele fez comigo? — Indago, minha voz mais forte. Elas se entreolham e ficam silêncio.

Funguei, me levantando e pegando a mochila.

— Sabe o que mais? Não importa se vocês sabem ou não — cuspi. — Deviam confiar em mim para saber se eu deixei aquilo acontecer, foi por algum motivo.

Dei as costas e caminhei na direção na porta.

Por que eu esperei algum tipo de compreensão de novo? Não era como se isso já tivesse me sido oferecido antes. Mas eu continuava acreditando. Otária.

Me virei de volta, antes de abrir a porta.

— Perguntem para ele com quem ele estava no sábado, e se duvidarem perguntem a Sugar — girei a maçaneta e abri. — Ah! Também perguntem a ele como conseguiu aqueles .

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