TENNESSEE

Elizabeth Hasting

Encontrar com Jake durante a semana foi complicado, ele estava bem ocupado e eu tive alguns trabalhos da escola que tomaram mais do meu tempo, de qualquer forma nós sempre dávamos um jeito. Naquele ponto no meio do campo perto do rancho, atrás do cinema quando eu fingi que tinha algo para fazer no centro, ao menos também foi bom para visitar Sue.

Estava no meio do jantar, o celular abaixo da mesa falando com Jake por mensagem quando ele me avisou que iria para uma busca, houve uma denúncia de alguém que viu o carro dos Reynalds.

"Tome cuidado, está bem? Quero você inteiro quando nos virmos de novo." — digitei.

"Eu sou treinado baby, sei me defender." — revirei os olhos, podia sentir sua presunção daqui.

— Lize, o que falávamos sobre celular na mesa? — Vovó cantarolou com sua perigosa voz suave.

Ergui o rosto e coloquei o celular virado para baixo sobre mesa.

— Era sobre um trabalho — formulei um sorriso, pegando a colher e levando-a cheia de sopa de cenoura, a boca.

— Seu pai ligou de novo hoje — vovô disse.

É, eu havia recebido a duas ligações dele hoje, as quais não atendi. Minha mãe tem mandado mensagens, mas nunca abri nossa conversa. Eu não queria pensar neles, eu não queria azedar o bom momento que eu estava tendo.

— A sopa de repente ficou um pouco acida — comentei para ninguém em especial.

— Lize... — vovó começou, mas Franklin a interrompeu:

— Ele está preocupado com você, queria saber se está bem e como vai a escola — quase ri, mas respirei fundo.

— Vovô, acho que o senhor conseguiu sanar bem as preocupações dele, até melhor do que eu, já que meus pais não costumam acreditar muito na minha palavra — falei com calma, exatamente com o polimento político que já o vi usar tantas vezes.

Franklin suspirou, por um momento achei ver o canto do seu lábio se erguer, mas ele disse:

— Mas ele queria ouvir sua voz, Lize.

— Seu pai está em uma campanha difícil e trabalhosa, devia reconhecer o esforço dele, querida.

A frase perfeita para falar naquele momento veio tão clara a mente, mas eu respirei fundo e engoli tudo.

— Espero que ele esteja indo bem, afinal seria terrível saber que todo o esforço que ele precisou fazer, foi em vão — tomei outra colherada de sopa e peguei novamente o celular.

— Ele está indo bem nas pesquisas — vovô continuou e eu apenas assenti enquanto lia a mensagem de Jake:

"Pode deixar, vou tomar cuidado."

Sorri e abaixei o celular antes que vovó reclamasse.

— Seu avô vai a Washington amanhã — ela bebericou o copo de água.

— Achei que tinha realmente se aposentado.

— Nós nunca nos aposentamos completamente, Lize — Franklin pegou um dos pretzels com cobertura de chocolate que Mary havia feito.

— Ei! Nada disso, olha a pressão! — Marjorie puxou o recipiente e ele franziu os lábios.

Um dos motivos também para eles terem decido voltar a morar em Columbia foi esse, ter uma vida mais saldável, com direito a exercícios físicos e tudo. Desde que Franklin descobriu a hipertensão vovó te pegado muito no seu pé, palavras dele.