Consequences

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Não. Eu não ia terminar com Jason. Terminar essa farsa séria quase tão ruim quanto a ideia de ter começado, porque aí sim Bender veria que era uma mentira e aí sim toda a escola desconfiaria, inclusive Amber.

Depois de conseguir me acalmar e voltar par casa, inventei que ia continuar a fazer o trabalho e que já tinha jantado na casa de Emily. Acho que nunca subi tão rápido as escadas. No meu quarto eu só afundei na cama entre as colchas até ficar o mais aconchegada possível até que todas aquelas últimas 3 horas desaparecessem da minha mente.

Obviamente elas não desapareceram, mas a cada vez que eu fugia, eu só conseguia pensar mais, e quanto mais eu pensava, mais ficava com raiva de Bender, de Jake, de mim, de toda aquela situação de merda.

Eu não sei quando eu consegui finalmente dormir, mas quando acordei, a única coisa que eu tinha certeza era que não podia terminar com Jason. Então eu me levantei, tomei um banho, me arrumei, tomei café e segui para a escola.

Seria mentira se eu dissesse que passei o dia bem, seria mentira se eu dissesse que consegui me divertir em algum momento, que foi fácil sorrir com minhas amigas, que foi fácil rir quando contavam uma piada, que foi fácil fingir que estava tudo bem. Mas eu precisava rir, eu precisava sorrir, eu precisava estar ótima, porque eu era Elizabeth Hastings, a garota mais popular daquela merda de colégio e a namorada do maldito capitão do time de futebol.

E foi assim na terça, na quarta, na quinta, sexta... sorrisos falsos, piadas falsas, risos falsos. Eu pensei que ninguém ia notar, eu pensei que estava fingindo bem, eu sempre fingia muito bem. Até que Emily me interceptou quando paramos na frente dos nossos armários.

— Faithy, o que que ta havendo? — A morena parou do lado da porta metálica ainda aberta.

Eu inspirei fundo e virei para ela, fazendo minha melhor cara de confusa.

— O que? — A filha da detetive arqueou as sobrancelhas. — Nada. Não ta havendo nada.

— Não acredito em você — Emily cruzou os braços, os olhos se estreitando.

Crispei os cantos da boca e enfiei o fichário lá dentro.

— Não é problema meu — a minha amiga rosnou.

Sim. Emily rosnou.

— Quer parar de ser tão medita a durona e inabalável? — Virei para ela.

— Eu... — eu abri a minha boca, mas nada, nada saía.

E sim, eu adoraria contar para Emily, eu adoraria desabafar com uma amiga, colocar toda essa confusão de sentimentos e finalmente saber a opinião de alguém sobre isso tudo, porque tanto quanto a dor de tudo ter acabado, a dúvida se isso era culpa minha ou não, estava me matando. Mas eu não conseguia confiar em alguém, não depois de tudo aconteceu, não depois de todos os amigos que eu já mostrarem não são meus amigos de verdade...

Eu confiava em Emily para tantas coisas, mas a minha relação com Jake, era o tipo de segredo que eu levaria para o tumulo.

— Eu to bem — falei com a voz mais tranquila possível. — Eu juro.

Emily suspirou pesadamente.

— Tudo bem, se não quer me contar ok — ela soltou os braços. — Só não mente pra mim, ta?

Então a minha amiga girou e seguiu pelo corredor, me deixando ali sozinha.

Que ótimo! Parece que ultimamente eu só to dando bola fora.

TENNESSEEOnde histórias criam vida. Descubra agora