Meet the sheriff

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Os olhos dele encontraram os meus, azuis como o céu, o olhar como uma flechada.

A porta bateu atrás de mim e eu despertei como de um sonho.

— Pode se sentar Srta. Hastings — ele falou formalmente de sua cadeira, apontando para a outra diante da mesa.

Vamos garota!

Pisquei e segui até a cadeira. Mas enquanto me sentava um pensamento rápido passou pela minha cabeça. Algo que poderia ser arriscado, mas se eu já estava fodida mesmo...

Que se foda!

— Pensei que seu nome fosse Jake — o encarei nos olhos e vi um sorriso quase invisível no canto da boca.

Gostei...ao menos não é covarde fingir que não se lembra de mim.

— Jake é apelido de Jacob — explicou e eu anuí.

— Entendi — dobrei as pernas de proposito, esperando seu olhar, mas ele não veio.

— Creio que sabe por que está aqui, não sabe? — Suspirei.

— Porque eu estava em uma festa e encontraram drogas no jardim — falei diretamente. E na sua cadeira ele, apoiado em um dos braços no apoio lateral, ouviu com a face dura.

Será um homem sério Jake?

— Bem, e o que acha disso? — Eu não consegui segurar o sorriso.

— Eu acho que não tenho nada a ver com as drogas, elas não estavam comigo, não estavam com meus amigos, estavam no jardim, qualquer um poderia ter levado — ele anuiu.

— Tem razão Srta.Hastings, não posso acusá-la por isso, não houve flagrante — sorri de canto e inclinei o corpo para frente.

— Me chame de Faithy, Jake — pedi e ele estreitou os olhos também inclinando o corpo para frente.

Deus...eu queria beijar aquela boca. Podíamos fazer muitas coisas aqui em cima dessa mesa.

— Conhece Hart Killan?

— Sim, ele é meu amigo — e ele não hesitou ao fazer a próxima pergunta, direto como sempre.

— Sabe pelo que ele já respondeu na justiça? — Inspirei devagar. Eu sabia que devia responder que não, eu sabia para o bem da minha volta a Nova York, pelo bem da minha imagem que eu deveria dizer que não, então eu disse:

— Soube que foi inocentado — mas por algum motivo, eu não quis mentir para aquele homem. Olhando nos olhos dele, azuis, afiados e frios, eu não quis.

O xerife se manteve inexpressivo.

— Devia ter cuidado com quem anda.

E lá se vai por água abaixo toda minha empolgação. Engoli seco, e apertei o maxilar.

— Não creio que isso seja jurisprudência da polícia — revidei e então um brilho como o que uma lâmina rasgou suas pupilas.

— Mas você está claramente embriagada e é menor de idade, o que me diz disso Srta.Hastings?

— Vai me prender, é isso? — Arqueio a sobrancelha.

Ótimo, que seja!

— Não — Jacob volta a se encostar na cadeira. — Se eu prendesse todo adolescente que eu vejo bebendo não ia sobrar espaço na penitenciária — deu um pequeno risinho e foi minha vez de cerrar os olhos. — Não vou registrar nada sobre você essa noite. Mas como sei que não tem como voltar para casa sozinha, vou te levar para casa.

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