The broken part

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Tudo pareceu parar por um breve segundo só para que eu assimilasse o que tinha acabado de ouvir.

Minha Faith? Namorando Jason? Meu sobrinho?

Não podia ser verdade. Não fazia sentido. Como que...? Porque...? Nós nos falamos normalmente esse final de semana e... Mas que porra estava acontecendo?

— Jake? — Meu irmão me chamou de volta então eu percebi que tinha ficado apático por mais tempo de devia e que segurava com força demais o braço da poltrona. — Ta tudo bem?

Então eu fiz um esforço descomunal para não ranger os dentes enquanto falava:

— Ta, claro! E que bom, fico feliz por ele.

Mas não se tocando James continuou:

— Ela é uma boa garota, mamãe e papai vão ficar loucos. Eles sempre quiseram essa união na família, você sabe — dizia sorrindo como se orgulhoso pela conquista do filho, como se aquilo fosse uma prova, um troféu.

E era. Aquela era a porra de um troféu para meus pais.

— É, eles vão mesmo — foi tudo o que consegui dizer sem rosnar, sem gritar, sem me descontrolar.

Dirigir de volta ao departamento foi difícil e, em certo nível, perigoso. Tamanha era minha raiva, que cada parte do meu corpo tremia e parecia estar em ebulição constante, os dedos apertando a direção com força, minha cabeça esquentando, minha visão ficando vermelha, preta e turva com a mesma frequência em que cenas dos dois juntos me vinham a mente. E em uma dessas eu quase bati o carro, tão cego de ódio que invadi a faixa oposta para desviar de um carro lento e não calculei tão bem a distância do carro que vinha. Mas não era algo que eu conseguia controlar. Eu não era um cara explosivo, porque desde cedo eu aprendi a canalizar minhas emoções com o esporte, e depois houve o treinamento policial. Eu já passei por situações que fui provocado o suficiente para quase, por muito pouco, não matar alguém com uma bala no meio da testa, mas lembrei da minha posição e do exemplo que queria dar e me controlei. Eu sempre me controlava depois daquilo. Mas isso, agora, era diferente. Era como se aquela tempestade que ficava sob minha pele estivesse realmente prestes, prestes, a irromper. Minha Faith. Eu havia a feito minha. Eu havia ouvido da sua boca que ela queria ser minha. E agora ela estava nos braços de outro? Daquele moleque? A namorada dele. A porra da namorada dele!

— Xerife, eu tenho o resultado aquela peric... — a detetive Adams começou a falar assim que me alcançou no departamento.

— A gente fala disso depois Karen — fui ríspido passando reto com passos fortes e rápidos para minha sala.

— Ih! O tempo fechou — ouvi alguém cochichar conforme eu fui andando, vi alguns rostos apáticos no caminho também.

Que se dane! Eu não estava mais com cabeça para trabalhar. Eu não estava mais com cabeça para porra nenhuma.

Me joguei na minha cadeira, virei de costas para as janelas que tinham vista para o departamento e levei as mãos a cabeça.

Mas hoje ela ia ter que me explicar muito bem essa merda.

Faithy

Naquele dia, andar reto pelos corredores foi uma tarefa difícil, porque segundo ou outro eu tinha que virar para responder o aceno ou cumprimento de alguém. Aparentemente, depois da festa, eu tinha embasado a minha popularidade, não apenas por ser conhecida, mas por ser...legal com todos.

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