O mundo paralisou quando eu o vi pela primeira vez. O homem mais lindo, magnético e aterrorizante que conheci. E eu, que odiava ouvir um não, não iria desistir enquanto não tivesse aquele xerife aos meus pés.
"Você sempre será minha doce e degenera...
Estávamos no refeitório, a cacofonia comum de adolescentes que não sabiam falar, apenas gritar quando em grupo, ainda mais naquela mesa. Eu conversava com Joshua e Emily sobre um livro Sci-fi que tinha lido uma vez quando estava testando coisas novas, e que imaginava que eles fossem amar, já que Joshua também, apesar de ser jogador de futebol americano, era meio geek. Um tapa na cara do estereotipo. Mas eu não pude deixar de perceber quando Peter soltou uma piada, mais uma daquelas piadas sem graça que só os meninos riam, Amber riu. Mas ela não riu normal, ela riu como se aquela fosse a coisa mais engraçada do mundo. E é claro, eu só me atendei a isso porque mais cedo havia visto os dois conversando na frente do armário dele.
Normalmente eu nem ligaria para isso, mas Emily gostava desse imbecil e sinceramente eu entendia bem a jogada de Amber. Existiam duas opções, fazer ciúmes da Jason com o melhor amigo dele, ou pegar outro riquinho com mais propensão de ser popular. Possivelmente era uma mistura dos dois, porque estava na cara que a líder de torcida não estava aguentando não ser mais o centro das atenções, e toda rainha precisa de um homem troféu. Formar casal é quase sempre uma boa estratégia de marketing. Eu que o diga. No entanto eu não podia deixar ela usar justamente Peter, ainda mais quando percebi o sutil desconforto de Emily ao desviar rapidamente da cena. Estava tão perdida nos meus pensamentos, enquanto Joshua falava sobre alguma teoria doida, que só despertei quando vi um pote de batatas fritas aparecerem diante dos meus olhos.
— Pra você, acabaram de sair — a voz de Jason soou atrás de mim, sua mão segurando recipiente de papel mais rígido a quase 5 centímetros da minha face.
Quando ele eu não reagi tão depressa ele acrescentou se sentando ao meu lado:
— Tive que ficar uns 5 minutos cantando a Susan pelo vidro da cozinha, só para ela me dar um pouco antes de colocar para todo mundo.
Era para me impressionar? Uau!
Peguei o pote de suas mãos e formulei um sorriso.
— Own que fofo — até pisquei os olhinhos. Ele estava prestes a esboçar aquele seu sorriso convencido quando indaguei:
— Já leu o livro? — Sua face se fechou imediatamente.
— É impossível te agradar, não é? — Ele disse mais baixo, sendo abafado pelo som ao redor. Sorri largamente levando uma batata a boca. — Mas tem uma coisa que você vai gostar.
— Ah é? — Arqueei uma das sobrancelhas depois que engoli mais uma. O quarterback sorriu.
— Você vai conhecer meus avós, na quinta-feira.
E eu que estava apreciando minhas batatas quentinhas e crocantes quase me engasguei com uma delas. Mas que porr...
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Envolvi a mão de Jason com a minha, embora minha vontade fosse puxá-lo pela camisa para fora do refeitório. Mas ainda tínhamos uma imagem de casal de merda a zelar, ainda mais porque havia corrido uma fofoca que estávamos brigando.
— De onde você tirou que eu ia gostar disso? — Irrompi assim que o empurrei para dentro da sala de debate, fazia a essa hora.
— Eu conheço seus avós — ele deu de ombros.
— Não é a mesma coisa — rosnei.
Jason suspirou se apoiando em uma das mesas da frente.
— Olha, foi ideia dos meus avós — começou. — Meu pai contou a eles e agora eles querem te conhecer.
Os pais de Jake. A porra dos pais de Jake. Meus verdadeiros sogros.
— Mas que porra Jason! — Levei as mãos a cabeça. — Isso não era para ser tão sério assim.
— É, eu sei que é uma merda — se impulsionou para frente, dando um, dois passos adiante. — Mas caso você não se lembre, quem teve a ideia desse teatrinho foi você. — Aproximava-se cada vez mais de mim até parar a cerca de meio braço.
Não recuei, e nem me encolhi, se ele esperava alguma reação, não houve, então continuou:
— E eu já não to ganhando nada com isso — cerrou os olhos. — Então não é o mínimo, não acha?
