Capítulo 05

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Rubi Sentinelli

Subo para o meu quarto, tentando tirar aquela situação da cabeça. Preciso de um momento para me recompor, mas antes mesmo de ir para o banho, ouço batidas leves na porta. Abro e, para minha surpresa, Gregório está ali, parado no corredor. Seus olhos, sedutores e intensos, me analisam, como se estivessem desvendando meus pensamentos.

— Posso entrar? — Ele pergunta, sua voz sai rouca e cheia de uma confiança natural que me desarma.

Dou um passo para o lado, permitindo sua entrada. Ele entra com aquele ar controlado, o olhar firme e ao mesmo tempo caloroso.

— Tudo bem com você? Percebi que o clima estava estranho lá embaixo.— Ele comenta, há preocupação visível em seu tom, é notável.

— Eu estou bem, só foi... uma situação complicada com o Lorenzo. Ele se empolgou demais e as coisas saíram do controle. — Confesso, tentando não entrar em muitos detalhes.

Gregório me olha por um instante, com um misto de curiosidade e algo mais, como se estivesse ponderando cada palavra.

— Eu não gosto de ver você desconfortável, Rubi. Espero que saiba que, qualquer coisa, estou aqui para te ajudar. — Ele diz, há uma certa sinceridade em seus olhos, me pegando de surpresa.

— Obrigada, Gregório. Acredite, eu valorizo isso. — Respondo, tentando manter o olhar fixo no dele, mas logo desviando para o chão. A intensidade dele é algo que me deixa nervosa, no bom sentido.

— E sobre nós... — Ele começa, dando um passo mais perto, e eu prendo a respiração. — Podemos ser amigos, claro. Mas quero que a gente se veja mais. Não só por aqui, mas sair, conhecer um pouco mais um ao outro. Que tal?

A ideia dele faz meu coração acelerar, mas tento não demonstrar o quanto isso me agrada.

— Eu gosto dessa ideia, Gregório. Seria bom ter alguém como você por perto. — Respondo com um sorriso tímido.

Depois de eu vestir algo menos revelador, ficamos conversando por horas, sobre nossas vidas, ambições e até coisas bobas, como nossos gostos por filmes e músicas. É surpreendente como ele consegue ser charmoso e sério ao mesmo tempo. Quando ele finalmente se dá conta do tempo, se levanta.

— Acho que já é hora de eu ir. Mas, antes de ir... — Ele se inclina e deixa um beijo suave na minha bochecha, seus lábios são quentes e firmes fazendo minha pele formigar. — Foi ótimo conversar com você. Vamos repetir isso em breve.

Ele sai, me deixando com uma mistura de sensações que me fazem sorrir sozinha no quarto.

*****

Mais tarde, quando a noite já caiu e o céu está iluminado por um manto de estrelas, decido que preciso distrair minha mente. Mando uma mensagem para Manuela, convidando-a para sair. Ela logo responde, entusiasmada com a ideia de irmos ao Bar Velvet Red, um lugar badalado que sempre frequentamos.

Entro no banheiro para tomar um banho rápido. Deixo a água escorrer pelo meu corpo enquanto esfrego a pele com um sabonete que exala um aroma doce e marcante. A água quente relaxa meus músculos, e não consigo evitar que minha mente vagueie até a intensidade no olhar de Gregório. Há algo nele que me atrai como um ímã, algo que eu ainda estou tentando entender.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora