Capítulo 35

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Gregório Frank

A noite está fria, as folhas das palmeiras balançam com a brisa do vento. Meu corpo está gélido e os meus pensamentos estão tão obscuros quanto a luz da lua. Rubi está dormindo lindamente na cama, coberta com uma manta branca, seus cabelos negros estão esvoaçados sobre o lençol de cetim.

Aperto firme minhas mãos na grade da sacada que tem no quarto do hotel em que estamos hospedados. O nó dos meus dedos ficam brancos. Pensamentos ruins começam atordoar a minha mente, e a imagem daqueles pesadelos voltam à tona. 

Rubi está grávida de um filho meu. Eu serei pai, a mulher que eu amo vai me dar um filho, o fruto do nosso amor. Sempre sonhei com o momento em que esse dia chegaria, mas eu jamais imaginei que seria dessa forma. 

Brandon, meu irmão, se casou, teve três lindos bebês. Minha cunhada e meu irmão tiveram diversas dificuldades para ficarem juntos e em paz, mas comigo, eu pensei que seria diferente, eu queria fazer tudo certo, como sempre planejei em minha mente. Meu primeiro passo seria o namoro, conquistaria minha mulher a cada dia que passasse e depois o noivado e por fim o casamento, depois do casamento, eu tinha planos de curtir nossa vida à dois, viajar, namorar muito, conquistá-la todos os dias, mostrar a ela o quanto eu a amo, e depois de algum tempo, tentar ter filhos, mas agora, vendo por esse lado, vendo tudo o que está acontecendo, não há planos, não precisa haver planos, quando tem que acontecer, vai acontecer naturalmente. 

Rubi foi ferida, machucaram ela e por mínima que seja, ainda sim eu tenho culpa. Eu devia tê-la alertado sobre o pressentimento que tive com ela quando fiquei sabendo da sua viagem para a Suíça. Eu não podia imaginar a crueldade que estava esperando por ela, mas eu devia ter protegido a mulher que eu amo e eu falhei miseravelmente. 

Rubi foi vendida como se fosse um objeto, ela foi desejada por inúmeros homens, seu corpo foi molestado por um delinquente, eu tenho culpa total por ter deixado que minha Rubi sofresse tudo isso. Eu sou um homem com muito dinheiro na conta, não tenho medo de nada e nem de ninguém, tudo o que eu quero eu tenho, e agora, o que eu mais quero, talvez eu não possa ter, a paz de Rubi.

Eu não sei se estão procurando por ela, eu não faço ideia de onde esteja o pessoal da máfia. Eu não sei por onde começar, a única coisa que eu tenho certeza, é que Rubi estará a salva, minha mulher e meu filho não serão tocados por ninguém. 

Ouço um gemido baixo e olho para a cama. Ela está encolhida, me aproximo e vejo seu rosto com lágrimas.

— Meu amor, calma, eu estou aqui. — Deslizo minhas mãos sobre seus cabelos e beijo sua cabeça.

— Grego, nosso filho, eu estou com medo, e se alguém machucar nosso bebê? — Seus olhos marejados me machucam, é como se pedaços afiados de cacos de vidro fossem colocados no meu peito de vagar. A ideia de que alguém possa tocar em meu filho me deixa com raiva.

— Rubi, ninguém vai tocar no nosso filho. Vocês dois são a minha maior riqueza, eu não pude protegê-la antes, mas agora eu estou aqui, ninguém vai feri-la e muito menos o nosso bebê. — Digo segurando em sua mão. 

— Eu quero ir para casa, Gregório, eu quero abraçar meus pais.

— Nós vamos meu amor, levarei você de volta. — Eu abraço seu corpo e beijo a curva do seu pescoço.

— Eu te amo Rubi.

*****

Eu não consegui dormir, Rubi pegou no sono depois de um tempo que fiquei abraçado a ela e eu marquei com o Ricardo. Hoje nós vamos embora.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora