Capítulo 13

134 9 0
                                    

Gregório Frank

O dia anterior havia sido um caos. Cada segundo no trabalho era um lembrete constante da responsabilidade que eu carregava. As peças do quebra-cabeça estavam se encaixando, mas ainda faltava uma parte crucial: quem estava escolhendo as mulheres para o tráfico? Alguém com acesso direto ao coração da máfia. Eu precisava descobrir quem era essa pessoa antes que mais vidas fossem arruinadas.

Acordei com o sol invadindo o quarto. Era fim de semana, e por um momento, permiti-me respirar. Precisava de um intervalo, algo para aliviar a tensão que me consumia. Peguei o telefone e, sem pensar duas vezes, liguei para Rubi.

— Oi, Gregório. — A voz dela soou doce do outro lado da linha, e um sorriso involuntário se formou nos meus lábios.

— Bom dia, querida. Dormiu bem? — Perguntei, minha voz saiu mais suave do que pretendia.

— Dormi sim. E você?

— Mais ou menos. Estive com a cabeça cheia. Mas enfim... eu estava pensando em passar o dia com você hoje. Que tal? Vem para minha casa, a gente pode cozinhar algo, relaxar um pouco... o que acha?

Houve uma breve pausa, e eu podia quase ver o sorriso dela pelo telefone.

— Parece perfeito, Gregório. Vou me arrumar e te espero aqui.

— Então combinado. Te vejo em breve.

Desliguei o telefone com o humor já melhorado. Tomei um banho rápido, sentindo a água quente aliviar os músculos tensos das costas. Vesti algo confortável, uma camiseta cinza e uma calça de moletom escura, e fui direto para a casa dos Sentinelli.

Estacionei em frente à casa de Rubi e toquei a campainha. Esperei alguns segundos, e quando a porta se abriu, não era ela quem estava ali. Lorenzo apareceu com aquele ar provocador, como se fosse dono do lugar, o que ele está fazendo aqui tão cedo?

— Lorenzo.  — Cumprimentei, mantendo a voz fria. — O que faz aqui tão cedo?

Ele deu um sorriso cínico, se encostando na porta como se quisesse me provocar. — Bom dia, Gregório. Só vim trazer uns documentos para o pai da Rubi. A gente se desencontrou ontem, então aproveitei a manhã de folga e eu já aproveitei para ver ela também.

Eu o encarei, deixando claro que não estava ali para joguinhos. — Claro, documentos... sempre muito prestativo, não é?

Lorenzo deu de ombros, ainda com aquele sorriso irritante no rosto. — É sempre bom ajudar. E você, Gregório, já está com a agenda cheia de compromissos no fim de semana? Achei que caras como você estivessem sempre ocupados.

Eu me aproximei um pouco, deixando o recado silencioso de que não estava ali para ser desafiado. — Tenho compromissos sim, Lorenzo. Mas com a pessoa certa. Você deveria tentar.

Antes que ele respondesse, ouvi passos nas escadas. Virei-me e ali estava Rubi, descendo devagar, um sorriso iluminando seu rosto. Ela usava um vestido tomara que caia curto azul de cetim, que realçava cada curva do corpo dela. O tecido brilhava a cada movimento, e a fenda na perna esquerda era a cereja no topo do bolo.

Meu coração acelerou, e meus pensamentos se encheram de tudo o que eu queria fazer com ela naquele momento. Ela era a visão mais sensual e deslumbrante que eu podia imaginar. Mas, assim que me lembrei que Lorenzo também estava ali, observando-a com olhos atentos, a possessividade tomou conta de mim.

Rubi parou no último degrau da escada e começou a falar, mas eu não estava interessado em palavras. Caminhei até ela, fechei o espaço entre nós e sem dar tempo de pensar, segurei seu rosto e a beijei com toda a intensidade que sentia.

Aquele beijo não era só desejo, era uma declaração silenciosa de que ela era minha, e ninguém, muito menos Lorenzo, poderia mudar isso.

Terminei o beijo, respirando fundo contra os lábios dela, e deixei um beijo suave em sua testa. Ela sorriu para mim, aquele sorriso que me desmontava toda vez. Eu não conseguia parar de encará-la.

— Bom dia, pequena. Como você está? — Perguntei, tentando esconder o quanto eu estava encantado com ela.

— Melhor agora. Estava morrendo de saudade de você. — Ela respondeu, seu olhar é cheio de carinho. Seus olhos brilhavam, e eu senti uma onda de alívio, como se todo o estresse dos últimos dias tivesse sido varrido pela presença dela.

— Também estava, Rubi. Você não sai da minha cabeça nem por um segundo. — Confessei, acariciando levemente seu braço. — O que você acha de a gente passar um dia tranquilo, só nós dois? Prometo que vai ser divertido.

Ela riu, o som é leve e contagiante.

— Eu adoro a sua companhia, Gregório. Só nós dois parece perfeito.

Eu ia responder, mas Lorenzo, sempre inoportuno, se aproximou e interrompeu nossa conversa com aquele jeito falso. Ele se despediu com um sorriso exagerado e se aproximou de Rubi, beijando sua bochecha e a puxando para um abraço apertado, o que me fez querer arrancá-la dos braços dele.

Enquanto a segurava, ele virou o rosto em minha direção, com seu olhar provocador. Com uma expressão debochada, ele sussurrou baixo, o suficiente para que eu ouvisse, mas Rubi não.

— Ela dormiu comigo. Foi uma noite e tanto.

Meu corpo ficou tenso, e cada músculo travou de raiva. Eu sabia que ele estava mentindo, tentando mexer comigo, mas as palavras ainda ardiam. Lorenzo se afastou, rindo para si mesmo, e saiu pela porta, como se tivesse ganho algum tipo de batalha.

Minha mandíbula estava apertada, e meu sangue fervia, mas eu não ia dar o gosto de uma reação a ele. Rubi não precisava ver isso, não agora. Ela se virou para mim, sem notar a tensão que crescia no ar.

Eu respirei fundo e deixei passar. Porque naquele momento, nada importava mais do que passar o dia com ela.

Eu a abracei com força, apertando-a contra mim como se ela fosse a única coisa que me mantinha são. Sentir o calor do corpo dela contra o meu, o perfume suave que sempre me deixava perdido, era o que eu precisava para esquecer qualquer provocação. Eu queria protegê-la de tudo, segurá-la nos braços e nunca soltar.

Ela retribuiu o abraço, seu corpo encaixando perfeitamente no meu. Por um instante, deixei meus problemas de lado. Tudo o que importava era tê-la ali.

Quando nos separamos, segurei firme na mão dela, entrelaçando nossos dedos, sem a menor intenção de soltar.

— Vamos ter um dia incrível, Rubi. Eu garanto. — Falei com um sorriso confiante, mais para mim mesmo do que para ela. Eu precisava que este dia fosse perfeito. Ela merecia isso, nós dois merecíamos um momento só nosso, longe de qualquer tensão.

Ela me olhou com aqueles olhos que brilhavam de uma maneira que me desmontava. E, por um instante, tudo pareceu se encaixar. Ela apertou minha mão, e eu soube que, independentemente de tudo, enquanto eu tivesse Rubi ao meu lado, eu conseguiria enfrentar qualquer coisa.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora