Rubi Sentinelli
Acordo com os primeiros raios de sol atravessando as cortinas. O sono foi tranquilo, daqueles em que mal se percebe o tempo passar. Desperto me sentindo renovada, pronta para enfrentar o dia. Dou uma espreguiçada longa e me levanto, indo direto para o banheiro.
Ligo o chuveiro e sinto a água morna cair sobre minha pele, revigorando cada parte do meu corpo. Fico ali por alguns minutos, apenas aproveitando o calor da água antes de terminar o banho.
Escolho minha roupa de treino, um conjunto na cor vinho. Prendo o cabelo em um coque alto e solto alguns fios na frente para um toque mais descontraído. Nos pés, calço um par de tênis leves e flexíveis, preto. Depois de pronta, pego minha garrafa de água e saio, para me encontrar com o Lorenzo no parque.
*****
Lá esta ele, de braços cruzados, me esperando perto de uma grande árvore que se projeta sobre o lago. Seus olhos castanhos brilham assim que me vê, e ele abre aquele sorriso travesso.
— Achei que você ia me dar o cano hoje, Rubi. — Brinca, me dando um leve soco no ombro.
— Nem pensar! Precisamos manter o foco. — Respondo, ajeitando o meu coque.
Lorenzo e eu, nos conhecemos aqui mesmo, um dia no parque a poucos meses, trombamos um com o outro enquanto corríamos, imagina só, uma mini miniatura humana se chocando com um poste humano, não deu outra, eu caí para trás e ele ficou parado me olhando incrédulo, como se aquilo não estivesse acontecendo diante dos seus olhos e enquanto eu me levantava, ele ria de mim.
Salles é um cara que com certeza eu poderia pensar em namorar, mas nós não temos química, não sinto algo por ele além de carinho por sua amizade.
Começamos a correr em silêncio por um tempo, apenas ouvindo o som dos nossos tênis tocando o chão na terra batida. Lorenzo me olha de relance, como se quisesse dizer algo, mas hesita. Percebo o desconforto e o encaro.
— Está tudo bem, Lorenzo? — Pergunto, quebrando o silêncio.
Ele respira fundo antes de responder, com um olhar mais sério do que o habitual.
— Rubi, eu... eu queria te falar uma coisa. Eu gosto muito de você, mais do que só como amiga. Sei que você está focada na sua carreira, mas precisava ser honesto com você.
— Eu quero namorar com você, nos conhecemos já tem tempo o bastante para iniciar um relacionamento. — Suspiro, tentando encontrar as palavras certas. Gosto muito de Lorenzo, mas não desse jeito.
— Lorenzo, você é uma pessoa incrível, e eu sou grata por nossa amizade. Mas, para ser sincera, meu foco agora é terminar a faculdade e conseguir o estágio na Stellar. Não estou pronta para um relacionamento, e prefiro manter nossa amizade como está. — Ele sorri, meio sem jeito, mas assente.
— Entendo. Amizade continua então. Vou continuar torcendo por você, como sempre.
Continuamos nossa corrida, e a conversa volta ao normal, sem constrangimentos. Lorenzo é um bom amigo, e sei que vai superar isso.
Após o treino, volto para casa e tomo um banho rápido, usando um sabonete esfoliante que deixa minha pele macia e perfumada. Escolho uma roupa confortável para a faculdade, um vestido cor caramelo canelado, justo no corpo, visto um casaco longo na cor marrom e calco meu scarpin marrom.
Chegando à faculdade, estaciono o carro no grande pátio repleto de estudantes indo e vindo. O prédio principal é imponente, com grandes colunas na entrada e paredes de tijolos à vista. Alguns grupos de amigos conversam do lado de fora, rindo e compartilhando anedotas sobre as aulas e projetos.
Entro na sala de aula e logo vejo Manuela Bittencourt, minha amiga, como sempre, ela está radiante. Manuela está com aquele sorriso de orelha a orelha, seu cabelo loiro em forma de ondas perfeitas e ela usa um batom vermelho.
— Rubi! Você viu o novo professor? — Manuela quase grita, claramente empolgada.
— Ainda não, mas já ouvi falarem dele. Por quê? O que tem de tão especial? — Ela me cutuca e ri, seus olhos estão brilhando.
— Ele é um deus grego, amiga! Barba bem feita, olhos escuros e aquela cara de poucos amigos que só deixa tudo mais sexy. Estou pensando seriamente em investir, o que acha? — Rio da ousadia dela.
— Manuela, você é impossível! Mas, falando sério, se envolver com professor não é uma boa ideia. Isso pode acabar complicando para você. Melhor deixar essa ideia para lá. — Ela suspira e dá de ombros.
— Você tem razão, como sempre. Mas sonhar não custa nada, não é?
Rimos juntas e, em seguida, a aula começa. Passamos a manhã discutindo conceitos de criação de coleções e tendências. No fim, já estou cansada, mas satisfeita com o conteúdo aprendido.
Volto para casa e almoçamos juntos, mas minha mente ainda está focada nos estudos. Subo para o quarto e decido tomar mais um banho. Visto um pijama confortável, shorts de algodão cinza e uma camiseta larga.
Desço até a cozinha, onde pego um sanduíche e um suco. Ao passar pela sala, ouço meus pais conversando sobre receber uma família importante. Não dou muita atenção, apenas aceno e volto para o meu quarto, onde passo o resto do dia estudando.
No final da tarde, minha mãe me chama e avisa que receberemos um casal de amigos para o jantar.
*****
Decido me arrumar e escolho um vestido justo na cor preta, com detalhes transparentes de renda na minha cintura, que destaca minhas curvas de forma elegante. Faço uma maquiagem com olhos esfumados em tons de marrom e um batom vinho. Prendo o cabelo em um coque baixo com alguns fios soltos, dando um ar sofisticado.
Desço as escadas e encontro meus pais na sala com o casal. Eles estão acompanhados por um homem que logo me olha. Ele parece ter saído de uma revista de moda, alto, atlético, com um rosto marcado por linhas fortes, barba bem aparada e olhos de um azul intenso. Seu sorriso é confiante, quase intimidador, a todo momento, ele não deixa de me olhar, sinto minha pele queimar, mas não deixo demonstrar que estou intimidada.
— Rubi, esses são Sebastian e Genevieve Franks e este é o Gregório o filho deles, ele acabou de voltar da Europa. — Minha mãe os apresenta com orgulho.
— Prazer em conhecê-la, Rubi. — Ele diz, com a voz grave e um olhar que me faz sentir um frio na espinha.
— O prazer é meu, Gregório. — Respondo, tentando soar confiante, mas sentindo o nervosismo tomar conta. Que droga, que sensação é essa?
Durante o jantar, trocamos algumas palavras, mas há uma tensão no ar. Gregório tem uma presença que é difícil de ignorar, e fico nervosa cada vez que nossos olhares se cruzam. Ele é muito carismático, sua diversão contagiou todo o jantar.
Assim que o jantar termina, peço licença para me retirar. Quando me levanto, Gregório se adianta, educado, mas com um ar decidido.
— Deixe-me acompanhá-la até o andar de cima. — Ele se oferece, com um meio sorriso que me deixa ainda mais desconcertada.
— Claro, assim podemos conversar mais. — Sorrio de canto.
Subimos juntos, e meu coração parece bater mais rápido. Ele mantém um olhar fixo em mim, e sinto um misto de curiosidade e receio.
— Sabe, Rubi, acho que vamos nos ver mais vezes a partir de agora. — A voz dele soa como uma promessa.
— Por que diz isso? — Pergunto curiosa.
— Meu pai é juiz, ele e seu pai estão estudando um caso juntos, posteriormente, sou eu quem estou investigando os criminosos do caso, então, nos veremos com mais frequência.
— Talvez. — Respondo, sem saber ao certo o que esperar desse novo encontro.
— Eu garanto, até breve, Rubi Sentinelli. — Ele deixa um beijo em meu rosto e eu fico estática.
Entro no quarto e encosto a porta, tentando acalmar meus pensamentos. Esse Gregório Frank é diferente de qualquer pessoa que já conheci. Algo me diz que ele pode trazer mudanças inesperadas na minha vida.
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Doce pecado - Os Irmãos Frank 2
RomansaRubi Sentinelli é uma mulher jovem de apenas vinte e dois anos. Ela nasceu em uma família poderosa. Uma família de advogados e juízes renomados. Seu maior desejo, é se tornar a melhor estilista de toda a Califórnia. Porém, sua vida pode virar do ave...