Capítulo 46

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Rubi Sentinelli

Sinto uma luz tocar minha pálpebras e devagar eu acordo, me sento na cama, coçando os olhos e vejo o Grego abrindo a cortina.

— Bom dia minha pequena. — Ele diz sorrindo. Noto que ele está apenas com uma calça de moletom cinza e seu abdômen a mostra.

— Nossa, que visão mais gostosa logo cedo. — Digo brincando.

— Você viu, todo esse docinho de coco só para você. — Eu dou risada e ele beija minha testa.

— Como foi sua noite? — Ele pergunta colocando uma bandeja de café da manhã na minha frente.

— Confesso que eu dormi bem pesado, que horas são? — Pergunto sem noção da hora que é.

— São nove horas da manhã, você está dormindo desde ontem, fiquei preocupado e resolvi te acordar.

— Estou aproveitando meu sono da beleza, quando nosso bebê nascer, eu não vou conseguir dormir direito. — Pego um morango com granola e como.

— Podemos contratar uma babá se você quiser.

— Veremos, se houver necessidade podemos conversar sobre isso. — Digo antes de tomar o suco de melancia.

— Você não vai trabalhar hoje? — Pergunto curiosa.

— Não, eu vou ficar alguns dias com minha esposa. — Ele beija minha mão e toma café comigo.

Depois de um café da manhã delicioso, eu tomei um banho e coloquei um biquíni azul claro e desci para a cozinha.

Como ainda não temos funcionários, por ser uma casa pequena, do jeito que eu gosto, eu e o Grego que estamos cuidando da casa, cozinhando, lavando e limpando os cômodos.

Pego alguns ingredientes e começo a preparar o almoço. Hoje eu vou fazer uma massa com frango grelhado em cubos e um suco de abacaxi com hortelã.

— Ai que delícia. — Sinto uma mordida no meu bumbum e ele me dá um tapa na bunda.

— Eu ou o cheiro da comida? — Pergunto rindo.

— Minha mulher né. — Ele me puxa e beija meus lábios e eu o abraço.

— Amo você meu Gregório.

— Eu também amo você minha Rubi.

— Depois do almoço eu vou para a piscina, quer ir comigo? — Digo voltando a atenção para as panelas.

— Vou sim, eu só preciso resolver algumas coisas com o Ricardo no escritório e eu já volto.

— Ele está aqui? Por que não me avisou? Vou colocar mais um prato à mesa.

— Veste uma roupa também, não quero amigo meu olhando para minha mulher.

— Deixa de ser ciumento homem.

— Estou falando sério. — Ele beija minha bochecha e vai para o escritório.

Eu termino o almoço e subo para colocar uma roupa. Eu vou até o escritório e antes de bater na porta, escuto um pedaço da conversa.

— Eu tenho minhas suspeitas de que ele seja o chefe da máfia Ricardo.

— Grego, essa é uma acusação muito séria, mas conhecendo você, se não tivesse quase certeza, não diria algo assim.

— Eu sei Ricardo, é difícil de acreditar mas eu tenho quase certeza, eu só não sei como ela vai reagir a isso se for verdade.

— Prepare ela psicologicamente Grego, será um baque para ela se for verdade que o pai dela é o chefe do tráfico.

— Se a Rubi souber disso antes que eu conte a ela, eu tenho medo do que pode acontecer, eu não sei como ela pode reagir.

— Estou com você meu amigo, para o que precisar.

Eu me sento no primeiro degrau da escada e passo a mão em meus cabelos. Eu não posso acreditar nisso, não dá para acreditar nessa acusação que o Gregório está fazendo.

Eu não direi nada para ele, vou esperar que o Gregório me conte e o que fez ele suspeitar assim do meu pai, do próprio sogro.

Me recomponho e bato na porta do escritório.

— Gente, o almoço está pronto. — Digo tentando não demonstrar nenhuma diferença em minha voz.

Nós vamos para a mesa e nos servimos, eu enrolo a massa no garfo e quando eu vou colocar a comida na boca, sinto um nó na garganta, eu deposito o garfo no prato, fico observando os dois conversar e bebo um pouco do meu suco.

— Olha, eu não ia falar nada, mas tem um nó em minha garganta e eu preciso saber. — Falo de uma vez e os dois me olham sem me entender.

— Eu ouvi a conversa de vocês no escritório.  — Os dois se olham e o Grego bebe o seu suco de uma vez só. — Eu quero saber porque estão achando que meu pai é o chefe da máfia.

Ele respira fundo e fica me olhando, enquanto o Ricardo continua comendo sua comida. Ele está agindo como se a bomba também não estivesse no colo dele.

— Rubi, tem uma foto do suposto chefe da máfia, eu quero que veja essa foto e se reconhece algo nela. — O Grego diz e nós três vamos para o escritório.

Eu olho para todo o esquema que ele fez, reconheço alguns rostos das imagens e pego a foto que estava no meio do mapa dele.

Observo bem a foto e uma coisa me chama atenção, um anel, esse anel eu o conheço bem, eu dei um anel desse para o meu pai, nele está gravado "My hero", não pode ser o meu pai nessa foto, ele não faria isso, eu tenho certeza que toda a fortuna dele vem de muito trabalho de tantos anos.

— Reconhece alguma coisa meu amor? — Ele pergunta tocando em meus ombros.

— O anel, meu pai tem um igual, eu dei há ele quando entrei na faculdade. — Digo com a voz embargada.

— Eu já vi o seu pai usando esse anel, Rubi, eu não tenho certeza, mas eu liguei algumas coisas. — Ele diz e eu me sento no sofá.

— Ontem, quando ele te ligou, ele disse que tinha visto uma foto sua na batida do carro e que estava sabendo tudo o que acontece com você e ele também está em uma viagem resolvendo alguns problemas, o Ricardo está de volta porque eles descobriram que ele é um dos infiltrados e o único que sabia além de mim, é o seu pai, nem mesmo a minha equipe sabia dessa informação. — Ele diz ajoelhado na minha frente segurando na minhas mãos.

— Eu não tenho certeza Rubi, mas se você me permitir, eu vou investigar a vida do seu pai e da sua mãe, porque ela também pode estar envolvida como também pode estar sendo enganada. — Eu ouço tudo com atenção e fico olhando para a foto.

— Um dia antes de eu entrar na faculdade nós dois discutimos muito feio, ele exigiu que eu desistisse da moda e focasse no direito, porque eu iria herdar uma herança muito poderosa e que eu devia aprender tudo sobre a lei para poder escapar dos perigos da vida. — Digo encarando a foto e olho para o meu noivo.

— Eu não entendi o que ele quis dizer naquela época, mas agora, vivendo tudo isso, ouvindo você me dizer essas coisas, agora tudo isso faz sentido. — Eu me levanto vou até a parede, colocar a foto no seu lugar e me viro.

— Investiguem minuciosamente a vida dos meus pais, a vida da minha família, façam o que puder para descobrirem a verdade, eu vou ajudá-los no que for preciso.

— Obrigado meu amor, eu vou fazer o que estiver ao meu alcance. — Ele me abraça e eu beijo seu pescoço.

— Me perdoe por fazer você viver isso Rubi mas se eu não tivesse certeza, eu não estaria te contando essas coisas.

Eu não digo nada apenas fico abraçada a ele. Eu jamais imaginei que meu pai seria capaz de fazer algo assim.

Se essa história for realmente verdade, eu jamais vou perdoá-lo por fazer tantas garotas sofrerem como eu também sofri.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora