Doce pecado - Os Irmãos Frank 2

Capítulo 20

Rubi Sentinelli

Acordei com o som suave das ondas do mar batendo contra a areia, uma brisa fresca entrava pela janela, mas ao estender a mão no lado da cama, percebi que Gregório não estava mais ali. Meu coração apertou por um momento, mas logo encontrei um bilhete sobre o travesseiro, escrito com sua caligrafia firme.

"Tive que sair cedo para o trabalho, mas vou passar o dia todo pensando em você. Volta logo meu amor, sentirei sua falta. — Grego"

Sorri automaticamente, trazendo o bilhete para mais perto do peito. Mesmo sem ele aqui, sua presença ainda estava em cada canto do quarto, no perfume leve que impregnava os lençóis, na lembrança da noite anterior.

Ah, a noite passada... Fechei os olhos por um momento, e um calor subiu pelo meu corpo ao me lembrar de cada detalhe. Gregório e eu, entregues um ao outro, como se o tempo não existisse. Cada toque dele me fazia sentir viva, cada beijo era como um fogo que não se apagava. Ele me tratava com uma mistura de ternura e intensidade que eu jamais havia experimentado. Era como se nossos corpos se entendessem em uma sintonia perfeita.

Levantei da cama, ainda sentindo o arrepio daquela noite, e olhei pela janela da casa de praia. O sol já começava a brilhar mais forte, iluminando a areia branca e o mar calmo. Mesmo com Gregório longe por algumas horas, eu sabia que aquela sensação de plenitude não iria embora tão cedo. Nossa conexão, nosso desejo um pelo outro, estava gravado em mim.

Levantei-me da cama com o bilhete de Gregório ainda nas mãos. O cheiro suave de mar entrava pela janela e me lembrei de que, por mais que eu quisesse ficar naquela casa de praia, em nosso mundo isolado, o dia seguia, e a viagem estava se aproximando.

Caminhei até o banheiro, me deixando levar pelo som das ondas. Entrei no chuveiro e deixei a água quente deslizar pelo meu corpo, tentando acalmar o turbilhão de sentimentos. O toque da água me fez relaxar, mas meus pensamentos ainda estavam presos na noite passada, na maneira como Gregório me fez sentir. Ele sempre tinha esse efeito sobre mim, misturando desejo e segurança de uma forma que eu nunca havia experimentado.

Depois do banho, me vesti rapidamente, coloquei um vestido leve e simples. Antes de sair, dei mais uma olhada no quarto, sentindo a saudade antecipada de Gregório. Peguei meu celular e chamei um táxi, saindo da casa de praia com a lembrança de tudo o que vivemos ali.

O táxi chegou em poucos minutos, e eu entrei silenciosamente, ainda perdida nos meus pensamentos. O caminho de volta foi tranquilo, o som do motor misturado com o ritmo das ondas em minha memória. Quando cheguei em casa, a ausência de movimento me surpreendeu. Não havia ninguém por lá, o silêncio preenchia o espaço. Meus pais deviam estar fora.

Sem perder mais tempo, peguei minha mala, já pronta desde a noite anterior. Estava tudo arrumado, cada detalhe da viagem cuidadosamente planejado, mas meu coração ainda estava preso na última noite. Fechei a mala e saí pela porta da frente, sentindo um misto de ansiedade e saudade.

Chamei outro táxi, desta vez rumo ao aeroporto. No caminho, olhei pela janela, observando as ruas da cidade se afastarem enquanto minha mente vagava de volta para Gregório. Sabia que ele estava ocupado com seu trabalho, mas a distância física não diminuía o quanto eu o sentia perto de mim.

Eu estava pronta para a viagem, mas parte de mim já ansiava pelo momento em que o veria novamente.

Quando cheguei ao aeroporto, a rotina familiar de check-in e segurança se desenrolou sem grandes surpresas. O local, sempre movimentado, parecia ainda mais agitado naquele dia, talvez pela expectativa da viagem ou pelo fato de que esse era o meu primeiro grande evento internacional como parte da equipe da Stellar Fashion. Fui até o balcão de check-in e, após resolver tudo, encaminhei-me para o portão de embarque, onde encontrei Grace, minha chefe, pontual como sempre.

— Pronta para a aventura, Rubi? — Ela perguntou com um sorriso confiante. Grace sempre parecia tão à vontade em qualquer lugar, e sua presença sempre me tranquilizava.

— Mais do que pronta! — Respondi, devolvendo o sorriso.

Nos alinhamos na fila para embarcar, e foi aí que percebi algo curioso. Algumas modelos da Stellar Fashion estavam ali, conversando animadamente sobre o desfile e as expectativas para a semana na Suíça. Eu as reconheci de outros eventos, mas, ao observar melhor, notei que havia muitas outras mulheres no voo. Elas conversavam entre si, trocando risadas e sorrindo animadamente, falando sobre uma "oportunidade incrível" de emprego na Suíça.

Havia algo intrigante nelas. Elas não pareciam fazer parte do círculo da moda que eu conhecia, mas o entusiasmo delas era contagiante. Olhei para Grace, que estava ocupada verificando algumas anotações em seu tablet, e decidi que provavelmente eram candidatas para vagas em outras áreas do evento.

Mesmo assim, uma sensação esquisita se acomodou em mim, como se algo não estivesse completamente certo. Mas, por enquanto, deixei esses pensamentos de lado. Afinal, a viagem estava apenas começando, e eu queria aproveitar ao máximo essa experiência.

Assim que o avião começou a decolar, senti aquela leve pressão no estômago que sempre me avisava que estava indo para algum lugar novo, algum lugar importante. Olhei pela janela enquanto o chão ficava cada vez mais distante e meu coração acelerava de excitação. Finalmente, a Suíça estava a caminho.

Assim que coloquei o celular no modo avião, uma última notificação apareceu na tela. Era uma mensagem de Gregório.

"Minha Rubi, sei que já estás a caminho do teu sonho. Não consigo parar de pensar em ti desde que saí esta manhã. Estarei aqui, esperando por ti com a mesma ansiedade de sempre. Brilha o máximo que puderes, meu amor. Te amo."

Meu coração deu um salto. A simplicidade daquelas palavras me atingiu com força. Ele sempre sabia o que dizer, mesmo que fosse apenas um lembrete de que estava me esperando, de que estaria lá quando eu voltasse.

Suspirei, fechando os olhos por um momento. As lembranças da noite anterior passaram pela minha mente como um filme. O jeito como ele me olhou, o toque das suas mãos, o calor do seu corpo. Gregório tinha se tornado mais do que eu jamais imaginei. Era uma parte de mim agora, e mesmo que estivéssemos distantes durante essa viagem, eu sabia que estávamos conectados de uma maneira que transcendia a distância.

Com um sorriso discreto nos lábios, coloquei o celular de lado e encostei a cabeça no encosto da poltrona. A viagem seria longa, mas meus pensamentos estavam com Gregório, e a promessa de voltar para ele depois de realizar um grande sonho me dava a força que eu precisava.