Capítulo 14

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Gregório Frank

Assim que chegamos em casa, levei Rubi até a cozinha, um espaço amplo com balcões de mármore preto e utensílios modernos que eu raramente usava. Hoje, no entanto, era diferente. Eu queria impressioná-la, mostrar que eu era capaz de mais do que ela imaginava. Rubi me observava, curiosa, enquanto eu separava os ingredientes.

— Então, você cozinha também? — Ela perguntou, se encostando na bancada com um sorriso divertido.

— Eu tenho algumas habilidades, sim. Não só de trabalho se vive um homem, né? — Respondi, enquanto começava a cortar os legumes.

Ela sorriu.

— Confesso que estou surpresa. Não esperava que você soubesse se virar na cozinha.

— Ah, Rubi, há muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim. — Eu disse, piscando para ela. — Hoje vai ser uma aula particular.

Ela revirou os olhos, rindo, mas eu percebi que estava interessada. Continuei a preparar o almoço, um filé mignon grelhado ao molho de cogumelos com purê de batata trufado e aspargos salteados na manteiga. Nada muito complexo, mas o suficiente para impressionar.

— Esse cheiro está incrível, Gregório. Onde você aprendeu a fazer isso? — Ela perguntou, me observando atentamente.

— Com minha avó. Ela sempre dizia que saber cozinhar é uma arma secreta. Nunca se sabe quando vai precisar conquistar alguém pelo estômago. — Respondi, dando uma piscadela.

— Bem, acho que você acaba de me conquistar mais um pouco. — Rubi disse com um sorriso provocador, se aproximando para dar uma olhada mais de perto.

Quando terminei, coloquei tudo nas louças e levei à mesa. Rubi se sentou, e eu servi cada prato com cuidado.

— Voilà, mademoiselle. Espero que aproveite. — Falei, me sentando em frente a ela.

Ela deu a primeira garfada e fechou os olhos por um momento, saboreando. — Meu Deus, isso está perfeito. Você realmente sabe o que está fazendo.

— Fico feliz que gostou. Fiz especialmente para você. — Respondi, observando cada reação dela.

Enquanto almoçávamos, a conversa fluiu naturalmente, como se fôssemos velhos amigos. Senti que esse momento era único, um raro instante de paz no meio de toda a confusão da minha vida.

Depois do almoço, Rubi insistiu em me ajudar a arrumar a cozinha, e eu não iria recusar a ajuda, especialmente quando estar ao lado dela fazia cada momento mais leve. Enquanto eu lavava os pratos, ela secava e guardava, e era impossível não me divertir com a energia que ela trazia. Em um momento, joguei um pouco de água nela de propósito.

— Ei! — Rubi exclamou, rindo e tentando se afastar, mas o espaço era pequeno demais para escapar.

— Ops, escorregou. — Respondi, fingindo uma expressão inocente.

Ela pegou o pano de prato e me bateu de leve no ombro, rindo. — Você é impossível, sabia?

— Só um pouquinho. — Disse, sorrindo enquanto terminava de enxaguar o último prato. — Agora que terminamos, quero te levar a um lugar. Vem comigo.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora