Capítulo 31

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Rubi Sentinelli

Depois que saímos da boate, Jasper me levou para um hotel. A suíte era ampla e luxuosa, e embora estivéssemos no mesmo quarto, ele foi cordial o suficiente para me oferecer a cama, enquanto ele se acomodou no sofá grande do outro lado da sala.

Ele me emprestou uma camisa branca, simples, que ficava larga em meu corpo. Entrei no banheiro, fechei a porta e liguei o chuveiro, deixando a água quente escorrer sobre mim. Enquanto esfregava meu corpo, as lágrimas começaram a cair, se misturando com a água. O desespero tomava conta de mim. Eu não sabia onde estava Gregório, se meus pais estavam preocupados, ou se eles sequer sabiam o que tinha acontecido. A incerteza me consumia, e o cansaço emocional era quase insuportável.

De repente, o mal-estar voltou. O enjoo tomou conta de mim, e corri para a privada, colocando tudo para fora. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas algo estava errado. Será que o estresse e o medo estavam afetando meu corpo? Ou havia algo mais?

Depois de me enxugar, vesti a camisa e enrolei uma toalha no cabelo. Quando saí do banheiro, Jasper me olhava com um sorriso estranho.

— Você está linda. — Disse ele, me observando de um jeito que me fez estremecer.

— Obrigada. — Murmurei, sem graça e desconfortável com o elogio.

— Pedi comida para nós. Salmão para você e coelho assado para mim. — Disse ele, com um tom casual, como se estivéssemos em uma situação normal.

Sentei-me à mesa, sentindo meu estômago ainda revirado. Jasper parecia agradável, até mesmo gentil, enquanto falávamos trivialidades durante o jantar. Ele me contou sobre sua empresa de equipamentos eletrônicos, mas minha mente estava longe. Tudo o que eu queria era falar com Gregório, dizer a ele que estava bem — ou, pelo menos, tentar me convencer disso.

Depois do jantar, agradeci a Jasper e me retirei para a cama. Fechei os olhos, mas minha mente não descansava. Eu pensava em Gregório, em meus pais, no que estaria acontecendo do lado de fora dessa bolha de silêncio em que eu me encontrava. Lentamente, o cansaço me venceu, e adormeci.

*****

Acordei de repente, sentindo um peso sobre mim. Meus olhos se abriram, e a visão de Jasper me encarando de perto fez meu coração disparar. Ele estava em cima de mim, seus olhos estavam de um jeito predatório e cheios de algo que eu só poderia descrever como malícia.

Antes que eu pudesse gritar, sua mão cobriu minha boca. O pânico tomou conta de mim, e as lágrimas começaram a escorrer imediatamente. Meu corpo se debateu instintivamente, mas não consegui me soltar. Foi então que percebi que minhas mãos estavam algemadas à cabeceira da cama, presas de maneira cruel, junto dos meus pés.

— Se você gritar, vai doer muito mais. — A voz dele era baixa, ameaçadora, o tipo de voz que gelou meu sangue.

Tentei chutar, me mover, qualquer coisa, mas era inútil. Jasper era mais forte, mais rápido, e meu desespero crescia a cada segundo. Ele abriu os botões da camisa que eu estava vestindo, com uma calma aterrorizante, expondo meu corpo ao seu olhar faminto.

— Por favor... — Eu tentei falar, mas os sons eram abafados. Ele sorriu, um sorriso que me deu vontade de vomitar de novo, mas dessa vez, de puro horror.

Ele selou minha boca com uma fita adesiva, silenciando meus gritos. Meu corpo tremia, o medo me paralisou completamente. Eu havia confiado nele, pensei que estava segura por um momento, mas agora me via completamente vulnerável, à mercê de alguém que eu mal conhecia.

As mãos dele deslizaram sobre minha pele, explorando-me de uma forma nojenta, seu toque me queimava, cada segundo que passava era uma tortura. Eu queria que aquilo fosse um pesadelo, algo do qual eu poderia acordar, mas a realidade era cruel. Ele subiu em cima de mim, rindo, enquanto continuava a me ferir, me usando como se eu fosse um objeto, me possuindo da maneira mais brutal e desprezível.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora