Capítulo 32.

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Enquanto isso, Nikolai despertou um pouco assustado. Sentou-se com os joelhos para cima, apoiou os braços neles, por cima do lençol. As mãos foram para os cabelos, em movimento para trás e para frente.

Tinha acabado de sonhar com a mulher misteriosa... sendo que a última vez tinha sido na volta do Brasil. E então, essa vez. Mas terminou como pesadelo.

Estavam sentados num banco em frente a um lago, conversando. Mas, novamente não via seu rosto direito, ela sempre virava contra ele, e os cabelos soltos não deixavam ele ter uma boa noção. Então ela se levantou como se fosse dançar ao ar livre, estendeu a mão para ele, mas veio uma sombra, ele não soube explicar, mas a fez desaparecer.

Soltou a respiração como quem não sabia o que fazer. Retirou o cobertor, se levantou. Foi ao banheiro, atendeu ao chamado da bexiga, higienizou as mãos e usou enxaguante bucal.

Foi até poltrona e pegou a bermuda, a vestiu e logo em seguida a camisa, pois só estava de cueca quando dormiu. Em seguida pegou seu caderno de desenho tamanho A3, dois lápis que estavam na mesinha e seguiu para a sala.

Acendeu a luminária, e sentou- se na janela baixa. Ideia dele quando reformou aquela casa na Austrália. Era um espaço a mais para leitura ou reflexão, inclusive havia livros embaixo do assento e numa parte da parede próxima. A vista para o jardim, ou a lua a noite, como o caso ali, ajudavam a relaxar mais ainda.

Abriu o caderno, e encarou o desenho que estava para finalizar, daquela que dominava os seus sonhos. Aquele enfim, tinha de forma "mais evidente" o rosto dela, olhando para o céu, como em um dos sonhos em que conversavam. Estava dando os retoques que precisava, e se pegou sussurrando uma canção do Eros Ramazotti.

Quase quarenta minutos depois, viu a mãe chegando na sala, e perguntando a ele se não tinha conseguido dormir. Ela se sentou no sofá, dobrou as pernas, ajeitando o robe longo de seda com uma das mãos, depois tomou um gole de seu chá.

— Na verdade, eu dormi um pouco. – Disse a olhando enquanto tentou alinhar um sorriso.

— Venha cá... – Ela fez sinal. Colocou a xicara na mesinha de apoio ao lado do sofá, e olhou para ele novamente, aguardando que atendesse ao pedido. – "Ele já estava cansado, mas sinto que está um pouco triste. "

Nik fechou o caderno. O deixou no assento da janela e se sentou próximo a ela. Estou bem. – "Já sei que vai sondar, minha querida".

Alguma coisa te incomoda. Esta te deixando pensativo... Tem mais alguma coisa para resolver? Problema que não sei... Ela inverteu a posição das pernas e deu tapinhas leves.

Ele se deitou de barriga para cima e pôs a cabeça no colo dela. Um homem de negócios caindo nessa chantagem. - Deu um risinho curto.

Homem de negócios nas empresas, aqui é meu filho. Se precisar, onde precisar, estarei com você e com seu irmão, vocês sabem. Tem o Lalo, Tyler, Vicente, Sebastian, Verê, também. - Falou enquanto fazia cafuné nele. São muitos filhos e filhas.Os dois sorriram. – " Se pensar bem, Rodrigo me trouxe mais duas..."

Nik perguntou. — Conseguiu falar com Rodrigo hoje?

— Falei. Mais cedo, antes dele ir para festa do Bruno e do Ítalo.

— Eu não consegui, mal tive tempo. Amanhã falo com ele. Tenho de pedir a ele para ir ver umas coisas lá em Amelie.

— Você não quer mesmo voltar agora? Só vai lá para reinaugurar os lugares e voltar? – Vendo que ele ficou em silêncio depois se só responder um "uhum", aproveitando o carinho que recebia nos cabelos, ela prosseguiu. — Me conte o que te incomoda e não disfarce. Quero saber de tudo. Tenho sentido você muito sério, parece que está sempre no 'automático', estou te sentindo muito triste. Quase não o vejo sorrir. Sorrir de verdade, não esses risos para acompanhar o riso dos outros.

Atualizações Feita Para Mim.Where stories live. Discover now