Samantha Dias.

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Um dia antes de completar 4 anos de idade, ouviu a mãe chorando. O choro de soluçar, e perguntou o motivo, o que escutou foi:

- Por culpa sua, eles morreram.

Eduardo, ouviu da cozinha, a mulher dizendo aquela frase horrível para a menina. Então pegou a mochilinha rosa que estava com algumas coisas dela e ele acabara de pôr garrafinha com água, foi até a sala, pegou a filha no colo e disse a esposa: - Sei que não está bem, mas nunca mais repita isso!

Ele levou a menina para casa da mãe dele. No caminho teve de ouvir a filhinha perguntando - do jeito dela - o motivo da mãe ter falado aquilo. Eduardo tentou contornar, respondendo que a mamãe só estava nervosa, que não era verdade.

Depois de deixa-la com Elisa, voltou, para ir com a esposa até o local do acidente de carro.

A filha do casal havia sobrevivido, só tinha alguns arranhões - o que era incrível. Os médicos disseram que um homem havia ajudado, e por isso a menina estava fora do carro, e a mãe dela aguentado um pouco mais. Marilia e Eduardo então tiveram alguns minutos falando com ela, que confessou ter brigado com o marido que queria o divórcio, devido a ciúmes dela. Eduardo então agradeceu ao homem chamado Marcus, por ter parado na estrada e tentar ajuda-los.

A garotinha Alice, um ano a mais que Samantha, passou a viver com os tios e a priminha.

Marília se dedicava a sobrinha e deixava a filha de lado mais do que antes. Eduardo sempre fazia o possível quando estava em casa, para que a filha se sentisse amada. A avó, também lhe dava o mesmo afeto.

No aniversário de Samantha, ele e Elisa a acordava com um bolinho confeitado. Programavam o melhor que podia fazer para aquele dia não ser associado ao falecimento dos tios. A desculpa dada por Marilia para não participar, era o luto.

Ele também acordava Alice assim no dela. Em vários passeios, leituras de histórias de princesas, ou vendo tv, ele chamava a priminha para participar, a lembrava de que eram como irmãs e deviam ser unidas.

Sempre escutou do pai: "Seja o seu melhor, uma pessoa boa sempre que possível". Porém a mãe por algumas vezes, lhe dizia algo como a menina ter trazido tristeza para vida dela. Rara as vezes em que penteava o cabelo, ou colocava café, quando Eduardo não podia.

Com o pai e a avó, aprendeu a gostar de música, livros, filmes, novelas, desenhos.

Ela adorava os passeios de carro, pois cantavam juntos, ou ele lhe ensinava algumas coisas sobre Egito, cultura Maia, ou Inca. Ele adorava esses assuntos, tinha livros sobre eles.

Nos domingos pela manhã, ele ligava o som, e chamava Samy para dançar com ele na sala.

- Quem é a minha princesa favorita nesse mundo todo? - Perguntava no meio da dança, e se abaixava para olha-la e ouvir a resposta.

- Eu! - Ela ria, com as cócegas que ele fazia, enquanto confirmava que era ela sim, e que nunca se esquecesse disso, mesmo quando estivesse grande.

Numa certa tarde, chegou a notícia de que o Eduardo estava no hospital. Levou um tiro durante uma tentativa de assalto ao estabelecimento em que ele estava. E aos 11 anos de idade, a menina ficou sem o pai.

A mãe disse a avó dela que podia ficar duas semanas com a menina. O que não foi por benevolência, e sim para não ter de consola-la várias vezes. A menina lhe abraçou e dessa vez ela não afastou logo, pareceu até que havia se compadecido, mas logo depois, disse que ela ficaria bem, que aproveitasse os dias com a avó.

Atualizações Feita Para Mim.Where stories live. Discover now