sixty three

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O hospital estava um turbilhão de movimento hoje, as sirenes das ambulâncias se aproximavam, um anuncio de que mais uma emergência estava a caminho, eu estava revisando um prontuário na sala distraída quando uma enfermeira entrou apressada a expressão nervosa.

— Dra. DeLuca, temos uma gestante com complicações graves. Ruptura de placenta, o bebê está em sofrimento quase sem batimentos detectáveis.

O sangue gelou nas minhas veias por um instante, mas logo recuperei a compostura, deixei o prontuário de lado e corri em direção à sala de emergência ao entrar, a cena era preocupante a mulher estava pálida, olhos fechados, corpo mole na maca, o monitor indicava uma frequência cardíaca irregular o bebê estava em perigo e o tempo era curto.

— Precisamos levá-la para a sala de cirurgia, agora! — Minha voz soou mais firme do que eu me sentia por dentro.

A equipe médica se moveu rapidamente, empurrando a maca com a paciente, eu podia ouvir os murmúrios de preocupação e passos rápidos ao redor. No centro daquilo tudo me concentrei apenas em um objetivo, salvar mãe e filho., Jo estava do meu lado hesitante com o olhar fixo na paciente.

— Não sei se há tempo, Dra. DeLuca... — Jo disse sua voz falhando. — O bebê está muito fraco, a mãe está instável...

Parei por um momento segurando o ombro dela com firmeza, buscando seus olhos.

— Jo, se você duvidar agora, eles não terão chance. Confie no que nós aprendemos e siga meus comandos. Nós vamos salvá-los.

Ela assentiu com uma expressão nervosa e continuamos a preparação para a cirurgia, o ambiente na sala era tenso, um silêncio cortante enquanto os procedimentos iniciais eram feitos. Cada segundo parecia durar uma eternidade, ao fazer a incisão um fio de preocupação atravessou minha mente mas a adrenalina me mantinha focada.

O bebê estava imóvel a pequena forma pálida em minhas mãos. Houve um momento em que tudo parou, o som do monitor cessou e o silêncio absoluto caiu sobre a sala quebrado apenas pelo som da respiração pesada ao meu redor, Jo deu um passo atrás a expressão de derrota começando a tomar conta dela.

— Não... — ela murmurou, quase sem voz.

Olhei para ela com determinação feroz.

— Non finiamo qui! Continue com a ventilação, vamos tentar de novo.

O suor escorria pelo meu rosto enquanto manobrava delicadamente, mantendo um foco intenso, a equipe observava com olhos esperançosos mas tensos. Então, como uma centelha em meio à escuridão, o som tão esperado: um pequeno, mas poderoso choro preencheu a sala. O bebê estava vivo, o alívio foi tão grande que quase desabei.

— Conseguimos! — A exaustão na minha voz era clara, mas o sorriso de todos ao meu redor confirmou a vitória — Chamem a Dra Robbins.

Olhei para a mãe agora estabilizada e passei as últimas instruções antes de sair da sala, meus joelhos quase cederam mas a adrenalina ainda me sustentava. Assim que tirei as luvas, Jo se aproximou com olhos brilhando com lágrimas.

— Você salvou os dois, Dra. DeLuca, obrigada por não desistir.

Assenti e saí do centro cirúrgico acompanhada pela interna Clara. Ela me informou que o marido da paciente tinha chegado com os filhos e estava na sala de espera, visivelmente nervoso. Caminhei pelo corredor ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer, quando entrei na sala de espera, meu coração parou por um instante.

Ali estava Anthony, ele parecia tão surpreso quanto eu, os olhos arregalados ao me ver, ele segurava duas crianças pequenas pelas mãos que olhavam ao redor com curiosidade e preocupação. A atmosfera ficou subitamente carregada e senti o desconforto crescer em mim, Anthony não era apenas casado, ele era o marido da paciente que eu acabara de salvar.

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⏰ Última atualização: Nov 13 ⏰

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