Eu não costumava acordar com o humor de princesa de contos de fadas, mas acordar com alguém me dando uma cabeça no queixo não era o que eu esperava.
— Que droga Carina!! — falei sentando na cama levantando a mão até a boca.
— Maya! mio Dio perdonami — ela se desculpou segurando meu rosto — Eu esqueci que você estava aqui.
— Eu percebi — falei.
— Deixe eu ver se machucou, tenho kit de primeiros socorros.
— Não precisa — falei sentindo o gosto de sangue na boca — Eu só mordi minha língua.
— Vou pegar gelo pra você — ela falou vestindo um robe de seda que estava ao lado da cama e indo em direção a cozinha.
Eu levantei colocando o roupão que estava na madrugada e fui até o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes, usei a escova da Carina esperando que ela não se importasse, até porque não é como se ela não tivesse me chupado por horas pra ter nojo da minha boca.
Assim que voltei pro quarto ela já tinha voltado e me estendeu copo com gelo e sentou na cama me observando.
— A gente precisa conversar — falei com toda a coragem que eu tinha.
— Porque — ela levantou segurando minha cintura — Tá tudo bem, eu já esqueci o que aconteceu, tô cansada de problemas.
— Carina, eu já tentei resolver a maioria dos meus problemas com sexo mas você não é algo que eu queria fazer assim.
— Porque não? — ela perguntou e eu quis revirar os olhos.
— Quer saber — falei indo até às minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão — Esquece, você está certa, não precisamos conversar.
— Maya espera! — ela suspirou — Não precisa ir, fica! vamos almoçar juntas.
— Eu tenho que ir — falei — Eu pedi liberação ao capitão da 19 pra fazer algumas horas com eles, não quero perder a oportunidade.
— Você acabou de inventar isso — ela falou.
— Pode perguntar pra Andy, vocês não são tão amigas agora? — falei.
— Você não deveria ir — ela disse mudando o tom — O seu joelho não está bom.
— Eu vou ficar só no carro de resgate Carina, além de tudo sei me cuidar e sei lidar com essa lesão mais do que ninguém.
— Desculpa! eu só estou preocupada com você — ela falou.
— Desculpa — respirei fundo — Não queria ser grossa.
— Bom, se você realmente precisa ir nos podemos fazer algo amanhã? eu estou de folga e você não me apresentou os lugares que prometeu aqui em Seattle.
— Vamos nos falando — falei sem a mínima vontade.
Ela me acompanhou até a porta e me olhou com um sorriso triste.
— Boa sorte — ela falou — E toma cuidado.
— Boa sorte você também em trazer bebês lindos ao mundo.
— Hoje eu vou ficar na clínica — ela falou.
— Ahhh então boa sorte em garantir o direito das mulheres.
— Você sabe sobre? — ela me perguntou surpresa.
— Bem Carina, eu conheço muita gente do hospital — falei — E a bailey me enviou a petição para assinar, estranhei que você não me mandou.
— Não sei o quanto você é confortável pra falar sobre isso — ela disse e eu entendi.
— Fico confortável em ajudar as mulheres a terem o direito de escolha, agora eu realmente tenho que ir
— Tchau — ela me abraçou esfregando o rosto no meu pescoço
— Au revoir jolie fille — falei em francês.
— Não sei o que você quis dizer — ela fez uma careta — Mas eu ainda prefiro o italiano.
— Vou ficar te devendo essa — falei enquanto as portas do elevador se fechavam.
Cheguei na estação e a equipe estava fora pra um incêndio, cumprimentei o bombeiro que estava na mesa e fui até o vestiário colocar o uniforme reserva que Andy disse que tinha deixado para mim, e decidi que iria ver se a estação precisava de alguma limpeza ou reparo que eu pudesse fazer. Eu gostava sempre de estar um passo a frente e me destacar em qualquer coisa que eu fizesse.
Fiz uma limpeza nos caminhões e nas mangueiras rapidamente e subi para a cozinha fazendo uma careta ao ver a louça do café da manhã sobre a mesa, mas sem preguiça eu já lavei tudo e olhei para as panelas vazias sobre o fogão imaginado que iriam chegar com fome e seria ótimo encontrar algo pronto.
— Eu só posso estar delirando de cansaço, esse cheiro de carne e batata frita não pode ser real — Ouvi a voz de Vic chegando na cozinha seguindo dos outros.
— O furacão da limpeza passou aqui — Travis falou.
— O furacão Maya — Andy disse rindo para mim.
— Nossa mas eu podia beijar sua boca agora em agradecimento — Jack falou.
— Prefiro outras formas de agradecimento — falei fazendo uma careta.
— O que você tem pra nós? — Vic disse abrindo as panelas e suspirando pelo cheiro.
— Filé Au Poivre com Batatas — falei sorrindo, o prato era minha especialidade.
— Você ficou alguns dias na França e já voltou cozinhando pratos franceses? — Andy perguntou.
— Eu já morei na frança antes, sei muitos pratos franceses — falei — Nao garanto que são bons, mas esse perfeito.
— Por mim ela pode ser contratada agora — Ben falou e todos riram.
O almoço foi leve e divertido, eu adorava estar na estação e me sentia muito a vontade ela, ficaria muito chateada se no fim do treinamento eu fosse designada pra outra estação.
O alarme tocou e todos levantaram correndo, eu segui Andy que me indicava a roupa para vestir enquanto íamos para o carro de resgate.
— Eu não consegui prestar atenção — falei — É um incêndio? — eu estava ansiosa.
— Não — ela me olhou rapidamente e voltou a atenção pro volante — É para o Grey Sloan.
— O que?? — falei sentindo um frio na minha barriga pegando o celular imediatamente.
— Alguns manifestantes atacaram uma parte do hospital, tem alguns médicos feridos, pacientes e....
O rádio da central tocou cortando a fala de Andy e o atendente dizia.
— Unidade 19 e 23, todos os reforços estão sendo enviados para a clínica do hospital Grey Sloan, onde começou o incidente.
— Merda, merda merda — eu falei sentindo minhas mãos tremerem enquanto discava para ela.
— Maya Calma — Andy falou — O seu pai deve ter estar seguro.
— Eu não tô nem aí pro meu pai — falei — A carina está la, ela trabalha na clínica hoje.
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Amizade Colorida - Marina
FanfictionCarina DeLuca, uma renomada obstetra italiana que se encontra no auge de sua carreira e confortável em sua vida na ensolarada Sicilia. Enquanto isso, Maya Bishop, uma dedicada ex-atleta americana é encarregada de uma missão desafiadora: persuadir a...