fifty three

471 66 7
                                    

Acordei  me sentindo como se estivesse deitada dentro de um forno e imediatamente empurrei o edredom em cima de mim, um edredom que Maya provavelmente jogou em cima da gente em algum momento da noite, porque ela era extremamente friorenta. Ela ainda estava deitada ao meu lado, com o cabelo bagunçado e a expressão tranquila no rosto, eu levantei devagar tentando não acordar ela e fui ao banheiro me arrumar, o dia de hoje seria longo.

Quando desci para a cozinha o aroma do café fresco me envolveu, Andrea já estava lá, preparando algo para o café da manhã ele estava de bom humor, como sempre.

Buongiorno Sorellina! — ele disse virando na minha direção com uma xícara de café na mão. — Preparada para mostrar à Maya sua antiga clínica?

Buongiorno Drea — respondi pegando uma fatia de pão. — Sim estou animado, vai ser bom reviver algumas memórias.

Depois de um café rápido Maya apareceu, com uma camiseta folgada e uma expressão sonolenta que me fez sorrir, ela odiava acordar tarde.

Assim que ela tomou seu café, decidimos ir até a clínica onde sou sócia e trabalhava antes de ir para o Grey Sloan. eu sempre amei aquele lugar, cheio de vida, pacientes e colegas que se tornaram amigos. Assim que chegamos, fomos recebidas por Gabriella, minha melhor amiga e sócia. o brilho nos olhos dela ao me ver me fez sentir ainda mais em casa.

— Ciao, Carina! Quanto tempo! — ela exclamou, me envolvendo em um abraço apertado.

— Ciao, Gabri! — respondi retribuindo o abraço. Então, me voltei para Maya. — Essa é a minha melhor amiga, Gabriella.

Gabriella começou a falar animadamente em italiano e a expressão confusa de Maya me lembrou que ela não falava a língua.

— Oh, espera! — interrompi. — Gabriella, fala em inglês, por favor, Maya não é fluente.

— Ai, certo! Desculpa! — Gabriella disse rindo — Então, você é a famosa Maya! Carina fala tanto de você! — Maya sorriu um pouco tímida.

— Eu não sabia que ela falava de mim! — disse Maya, olhando para mim com um sorriso malicioso.

— Apenas o que é bom! — respondi piscando. — E sobre como você é uma medalhista olímpica, claro.

— Não é nada demais, eu só corria um pouco mais rápido que as pessoas normais — Maya disse encolhendo os ombros modestamente. — Mas é ótimo estar aqui.

Gabriella começou a explicar sobre a clínica e suas operações enquanto eu absorvia o calor da conversa entre elas, era fácil perceber a amizade profunda que tínhamos. Depois de algum tempo, Maya interrompeu.

— Preciso resolver uma coisa rápida. Volto para buscar você para almoçarmos — ela disse olhando para mim com uma expressão séria.

— Você não quer esperar? — perguntei um pouco preocupada. — Posso ir com você.

— Não, é só uma coisa rápida —ela respondeu ja levantando. — Prometo que não demoro — ela me deu um beijo suave na bochecha e saiu da clínica.

Assim que a porta se fechou, Gabriella virou para mim, com um olhar curioso.

— Ela ficou com ciúmes, não foi?

— O quê? Não! — retruquei um pouco defensiva. — Apenas... ela parece um pouco distante, isso só.

— Ah, Carina espero que realmente não tenha — Gabriella disse rindo. — Se fosse a Sarah ela teria motivo para ciúmes.

— Não quero falar sobre a Sarah — respondi sentindo o desconforto subir.

Decidi mandar uma mensagem para Maya, perguntando se estava tudo bem, enquanto esperava pela resposta Gabriella continuou a me distrair com conversas sobre o trabalho na clínica quando recebi a resposta de Maya, meu coração deu um salto.

"Está tudo bem, não se preocupe. Te amo"

Eu li a mensagem sorrindo para o celular, meu coração se aquecia e Gabriella notou.

— Ela disse que te ama? — ela perguntou com um sorriso nos lábios.

— Sim! — eu disse não conseguindo conter a felicidade. — Estou tão feliz por estarmos juntas.

Eu e Gabriella conversamos mais um pouco sobre tudo e todos, colocando os assuntos em dia quando recebi uma mensagem de Maya.

"Já cheguei! Estou te esperando aqui fora"

Com um sorriso no rosto, me despedi da Gabriella, que me desejou um bom almoço.

— Divirtam-se! — ela disse piscando.

Assim que saí da clínica eu vi Maya esperando no carro de Andrea, com um olhar relaxado, fui até o carro e fiz sinal para ela abrir o vidro.

— Você sabe que não deveria estar dirigindo, não sabe? — brinquei tentando parecer séria mas não consegui conter o sorriso e Maya deu uma risadinha.

— O trajeto foi curto! Eu só vim buscar você.

Ela abriu a porta dando a volta no carro entrando na porta do passageiro, e eu fui para o lado do motorista, assim que peguei a direção olhei para ela.

— E aí, o que você foi fazer? — perguntei tentando parecer casual, mas não consegui evitar um leve incômodo e Maya hesitou por um segundo.

— Ah, só resolver umas coisas — ela respondeu desviando o olhar para a janela.

A resposta vaga me deixou um pouco incomodada mas eu sabia que não deveria insistir, o almoço era nosso momento.

— Tudo bem — disse tentando disfarçar minha curiosidade. — Você sabe que pode me contar, né?

— Eu sei, eu sei — Maya respondeu com um sorriso no canto dos lábios. — Mas foi apenas algo simples.

O carro deslizou pelas ruas ensolaradas de Catania, e enquanto dirigia não pude deixar de sentir que a atmosfera estava mais leve, as ruas eram familiares e eu adorava mostrar a minha cidade pra Maya.

— Então, onde vamos? — Maya perguntou olhando em volta.

— Um restaurante que eu costumava ir quando era mais nova — respondi com uma nostalgia batendo forte. — A comida aqui é incrível, você vai adorar!

— Mal posso esperar! — ela disse, sorrindo.

O resto do trajeto foi repleto de risadas e pequenas provocações enquanto eu contava histórias de infância sobre a cidade. chegamos ao restaurante e estacionei, sentindo a excitação no ar.

— Espero que você esteja pronta para comer até explodir — falei saindo do carro e segurando a porta para Maya.

— Sempre! — ela respondeu descendo do carro e me seguindo para dentro do restaurante.

Enquanto caminhávamos meu coração estava leve. apesar da pequena tensão sobre o que Maya estava fazendo antes eu sabia que estávamos construindo algo bonito juntas e por mais que eu quisesse saber o que ela estava escondendo, o que importava era aquele momento, aquela conexão que continuava a crescer entre nós.

Amizade Colorida - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora