twenty five

868 93 29
                                    

Carina

— É inaceitável você ter feito quadros lindos assim enquanto o meu é pior que de um aluno do jardim de infância — eu comentei enquanto seguimos em direção ao estacionamento e ela gargalhou.

— Eu tive muito tempo de treino nesse lugar — Maya falou — Mas você não se saiu mal, o seu boneco de palitinho está aceitável.

Stupida!  — ri empurrando ela com o ombro

A noite estava fresca e agradável, o que era raro em Seattle, eu ria até das pedras no chão pela quantidade de vinho que tinha tomado.

— Mas pense pelo lado bom — ela falou — Você cozinha muito bem, então não dá pra ser boa em tudo.

— Eu sou boa em muitas coisas — falei sorrindo de lado enquanto ela destravava o carro.

— Você realmente é — ela falou abrindo a porta do passageiro para mim e eu sorri com a gentileza.

— Sabe o que é inaceitável? — falei me ajeitando no banco — Você ter bebido só uma taça de vinho enquanto eu estou super alegre.

— Você tá mais que alegre — ela riu ligando o carro.

— Não estou bêbada — falei — Você já me viu bêbada.

— Você realmente não está bêbada — ela concordou — Mas está quase.

— E você completamente sóbria — revirei os olhos — Chata

— Estou dirigindo — ela falou — Bebida e direção não combinam.

Quando ela ficou tão careta? eu pensei

— Só um pouquinho não ia fazer diferença — falei.

— Eu te garanto que qualquer quantidade pode fazer diferença — ela falou sem sorrir e eu quis mudar de assunto.

— Vou colocar uma música.

Enquanto a música do the weekend tocava no carro eu comecei a observar a maneira que a Maya dirigia, a única mão apoiada no volante, enquanto ela tinha a sobrancelha franzida pela concentração no trânsito, nesses momentos eu percebia porque ela era tão disputada pelo hospital mas foi quando ela fez uma curva com o volante usando apenas uma mão que eu sentia temperatura do carro aumentar, e minha boca ficar seca.

Ela usava uma camisa branca de algodão, com alguns botões abertos e a manga arregaçada, um short preto de cintura alta e um tênis que provavelmente custava mais do que o meu closet. As suas coxas expostas eram tão convidativas que eu não pude resistir ao não dedilhar meus dedos por ali devagar.

— Carina... — ela disse seria me olhando, mas pude notar sua respiração mudar.

— O que foi? — perguntei sorrindo inocentemente.

— O que você me disse no hospital?

— Falei que estava saindo com alguém — eu disse já arrependida pelo que tinha dito — Mas não falei que estava namorando.

— Mas quer namorar — ela falou tirando os olhos do trânsito rapidamente pra me olhar.

— Uma despedida — falei.

— Não Carina — ela disse firme.

— Mas eu estou com tesão — falei indignada pela forma que ela estava me rejeitando.

— Acontece — ela falou.

— Você é uma idiota — falei.

Respirei fundo tirando a mão da perna dela e virando para frente do banco. Eu tentei focar meus pensamentos na minha banheira, e na gaveta cheia de brinquedinhos que eu tinha em casa me esperando, mas nem isso conseguia tirar minha mente dali e eu sabia que não iria adiantar, eu não estava apenas com tesão, eu estava com tesão na Maya.

Notei que ela me olhava de canto disfarçadamente e sorri discretamente com a idéia que tinha surgido na minha cabeça, essa seria a minha última cartada. Apertei o botão na lateral do assento abaixando um pouco o banco, encostei a cabeça fechando os olhos enquanto deslizava minha mão por todo o meu corpo até parar na barra do meu vestido onde subi devagarinho pelas coxas. Eu queria abrir os olhos e ver a exata reação dela, mas eu podia sentir o calor que o seu corpo irradiava, passei os dedos ao redor da minha calcinha sorrindo ao sentir o quão molhada eu estava e não pude evitar o gemido quando coloquei um dedo pra dentro de mim.

— Filha da puta — ela quase rosnou.

Maya

Eu não acredito que isso estava realmente acontecendo, que essa desgraçada estava se masturbando no meu carro, olhei para o lado assim que parando no sinal amarelo, ela tinha as pernas separadas enquanto sua mão estava dentro da sua calcinha, minha boca se encheu instantaneamente de água ao ver a forma que os gemidos saiam da sua boca entre aberta, e como as suas bochechas estavam vermelhas e quente.

— Você não tem o direito de olhar Maya Bishop — ela disse ofegante — Você acabou de recusar tudo isso.

— Eu não olhar não vai mudar o foto de que você está escorrendo de tesão por mim e nem tirar a minha imagem dos seus pensamentos quando você gozar bebê — falei apertando a sua coxa.

Olhei no GPS e faltava apenas dois minutos pra chegar no apartamento da Carina, mais dois minutos de tortura. Os movimentos dos dedos dela eram lentos e firmes, e eu me controlava pra não substituir a mão dela pela minha.

— Você me coloca na friendzone pra fazer isso, você realmente não existe Carina — falei tamborilando os dedos no volante enquanto o portão automático não abria.

Eu acelerei o carro indo até a vaga do apartamento dela, assim que percebeu que o carro parou ela abriu os olhos me dando o sorriso mais safado que ela poderia ter.

— Você vai subir comigo? — ela perguntou enquanto tirava os dedos de dentro dela onde escorria o seu líquido delicioso — Ou vai perder isso aqui?

Assim que ela levantou os dedos eu passei a língua neles devagar saboreando todo o seu gosto, vi seus olhos brilharem em fogo enquanto ela umedecia os lábios.

— Eu vou te foder Carina, você não precisa mais implorar — falei dando um beijinho nos seus dedos.

— Vamos ver quem vai implorar algo — Ela disse saindo do carro e correndo em direção ao elevador.

Sai e tranquei o carro rapidamente enquanto corria atrás dela segurando sua cintura e a pressionando contra a parede.

— A última vez? — perguntei mordendo o seu lábio.

— A última vez — ela disse contra a minha boca — E a melhor de todas as vezes.

Se eu tinha certeza de algo essa certeza era de que essa mulher iria acabar comigo.


Amizade Colorida - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora