Amizade Colorida - Marina

nine

Acordei com a luz alaranjada do nascer do sol clareando os meus olhos e fui  inundada por uma mistura de sensações que tomaram conta de mim, primeiro as dores pelo corpo indicavam a noite intensa, enquanto a ardência na minha parte íntima era um lembrete de todo o sexo com a Maya. E por falar em Maya, o peso desconhecido sob o meu corpo e a respiração quente dela no meu pescoço me trouxeram de volta a realidade que ela ainda estava ali, na minha cama.

Com cuidado para não acordá-la, tirei Maya de cima de mim e coloquei um travesseiro em seu lugar. O desejo de aliviar a ardência me levou rapidamente ao banheiro. Sentada no vaso sanitário, a dor e as memórias deliciosas lutavam pela minha atenção. Sabia que não conseguiria usar aquela parte do meu corpo que estava tão sensível tão cedo, mas também não conseguia ignorar a sensação avassaladora de ter experimentado o melhor sexo da minha vida.

Entrei para o box e mesmo sendo fã de banhos quentinhos, dessa vez eu deixei a água fria cair sobre mim, tentando lavar não apenas o suor e as lembranças, mas também as dúvidas que pairavam na minha mente. Foi quando vi a porta do banheiro se abrir, revelando Maya andando diretamente em direção ao espelho, completamente nua. Seu corpo escultural era uma visão hipnotizante, e eu não conseguia desviar o olhar, mesmo sabendo que deveria. Como não olhar pra aquela bunda perfeita?

— Está gostando da visão? — Maya perguntou, sua voz carregada de malícia.

— Estou amando. — Respondi, sem conseguir esconder o desejo em minha voz.

Maya abriu a porta do box e se aproximou, seu olhar faiscando com o desejo.

— Posso me juntar a você? — Ela perguntou, os olhos azuis queimavam na minha direção.

Meu corpo clamava por sua proximidade, mas eu não iria cair na tentação, pelo menos não agora.

— Adoraria, mas preciso ir trabalhar. Além disso, preciso de um tempo para me recuperar aqui embaixo. — Expliquei, lutando para manter a racionalidade diante da tentação.

Maya olhou para baixo, um sorriso travesso brincando em seus lábios, antes de suspirar e sair do banheiro. Ainda sentindo seu cheiro no ar, lutei para afastar as lembranças enquanto me preparava para mais um dia.

No caminho para o hospital, tento desesperadamente afastar da minha mente as lembranças da noite com a Maya. Ainda sinto a ardência em minha parte íntima, como um lembrete constante do que aconteceu. Faço uma nota mental para responder ao SMS que Maya me enviou quando saiu da minha casa, antes mesmo de eu sair do banho. Ligo o rádio, buscando qualquer distração, mas a música que toca só parece reforçar as memórias da noite anterior.

— Que droga — resmungo, frustrada.

Preciso me concentrar, então começo a pensar em mulheres grávidas e bebês fofinhos, focando no que realmente importa.
Assim que chego no hospital sou recebida pela Wilson, com o tablet nas mãos e uma expressão preocupada.

— Dra. DeLuca, graças a Deus você chegou. Temos uma paciente no pronto-socorro com suspeita de pré-eclâmpsia grave. Ela está apresentando pressão alta, proteína na urina e edema. Precisamos agir rápido.

Assim que a Wilson termina de falar, eu consigo imediatamente manter o foco, afastando as imagens sensuais que teimam em invadir minha mente.

— Certo, vamos lá. Me dê os detalhes. — Respondo, depois de afastar as distrações.

Jo me atualiza sobre o estado da paciente enquanto nos dirigimos ao pronto-socorro. Assim que chegamos lá, a paciente está visivelmente desconfortável, se queixando  de dores de cabeça e visão turva. Rapidamente, realizamos os exames necessários para confirmar o diagnóstico de pré-eclâmpsia.