eleven

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Sentada à mesa com as meninas, meus pensamentos estão distantes, mergulhados na última mensagem de Maya. Eu continuo relendo suas palavras enquanto uma mistura de irritação e excitação me consome, me deixando inquieta.

— Parece que alguém aqui está com a cabeça nas nuvens. — Teddy brinca chamando a minha atenção.

— É, acho que alguém conseguiu me tirar do foco. — Admito, deixando escapar uma risada nervosa.

— Ah, alguém em especial? É ele ou ela? — Amélia pergunta, sua curiosidade evidente em sua expressão.

— É ela. — Respondo enquanto levo a taça de vinho aos lábios.

Arizona não perde tempo e ergue seu copo em um brinde improvisado, nos fazendo acompanhar ela.

— MAIS UMA PRO CLUBE! — Ela grita, e nós três nos juntamos ao brinde.

— Vocês não existem. — Comento entre risos, tentando desviar o foco do assunto.

— Tá, mas vamos lá ao que importa. — Teddy me olha, direta como sempre. — Você é só pra elas?

— A maioria das vezes, elas, mas ocasionalmente, eles. — Respondo, piscando de forma sugestiva.

Arizona finge que vomitava enquanto Amélia e Teddy comemoram com um high five.

— Imagina sentir tesão em homem. — Arizona debocha, e Amélia segue provocando.

— Você ultimamente não tá sentindo nada nem com mulher. — Amélia ri.

— Estou dando um tempo, uma pausa. —  Arizona justifica com um suspiro.

— Uma pausa depois da sua depressão pós Bishop. — Teddy cutuca, e Arizona revira os olhos.

— Ah, cala a boca. Eu já superei ela. — Arizona retruca, visivelmente incomodada.

— Ainda bem, porque você se iludiu sozinha, não é amiga? — Amélia provoca, e Arizona revida jogando um cubo de gelo.

— Não é fácil seguir em frente depois de ter aquela mulher na cama. — Arizona confessa, e eu me mantenho em silêncio, absorvendo a conversa que me incomoda.

— Quero experimentar um dia — Amélia diz, com um sorriso travesso.

— Eu não quero não, toda mulher que transa com a Bishop fica dependente da buceta dela, deus me livre. — Teddy diz, balançando a cabeça com desaprovação.

Eu me mantive quieta durante todo o papo que confesso; estava me incomodando, assim que avistei o garçom chamei ele que veio na nossa direção.

— Quero uma rodada de tequila, por favor. — Peço, esperando que o álcool me ajude a afastar os pensamentos tumultuados.

Após muitas rodadas de tequila e vinho, eu me levantei, sentindo o efeito da bebida se misturar com a tensão da situação. As vozes das minhas amigas pareciam distantes, abafadas pelo zumbido em meus ouvidos.

— Vou indo, pessoal — avisei, tentando parecer mais sóbria do que realmente estava.

Amélia, sempre preocupada, se ofereceu pra me levar pra casa, mas recusei com um sorriso.

— Não precisa, estou bem. Acho que um taxi resolve.

Embora estivesse animada, não estava tão bêbada a ponto de não conseguir me virar sozinha.

Caminhando em direção à saída, passei pela mesa onde os amigos de Maya estavam. Uma coragem repentina tomou conta de mim. Parei diante de uma mulher que parecia ser a tal Andy, que estava conversando animadamente com os outros.

— Desculpa interromper, mas você é a Andy, certo? — perguntei, sentindo meu coração bater mais rápido.

Ela confirmou com um sorriso, e me preparei mentalmente para inventar uma desculpa convincente.

— Preciso resolver algo urgente do hospital relacionado à Maya. Você saberia me dizer onde ela mora? — pedi, torcendo para que minha mentira soasse convincente o suficiente.

Andy me lançou um olhar desconfiado, mas logo sua expressão suavizou e ela concordou, escrevendo o endereço em um guardanapo e me entregando.

— Claro, ela está morando comigo. Aqui está. Boa sorte! — ela disse, com um sorriso solidário.

Agradeci, me sentindo aliviada por ter conseguido a informação que precisava, e saí do bar em busca de um táxi, determinada a resolver as coisas com Maya, e fazer ela entender qual era o lugar dela.

Cheguei rapidamente ao prédio da Andy, sentindo o coração bater descompassado de ansiedade. Surpreendentemente, consegui subir sem muitas perguntas da segurança, o que me fez questionar a eficácia do sistema. Toquei a campainha várias vezes até que a porta foi aberta, revelando o rosto confuso de Maya.

— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou, visivelmente surpresa.

Ignorei sua pergunta e entrei sem esperar convite, indo direto até a cozinha e me apoiando no balcão. Maya me olhava com uma expressão mista de confusão e desconfiança.

— Quem você pensa que é? — Perguntei, com uma risada irônica.

Ela franziu o cenho, claramente sem entender o motivo da minha visita.

— Do que está falando? — Respondeu, ainda confusa.

Soltei um suspiro exasperado e fui direto ao ponto.

— Sobre a noite passada. Só sexo, lembra? — Disse, com um tom cortante — Você acha realmente que tem o direito de vir supor com quem eu vou dormir?

— Não me importo — ela disse diretamente — Até acho a Robbins uma ótima opção, só o o gemido que é a m defeito mesmo.

Stupida! — revirei olhos

— Acho que alguém estava com ciúmes na verdade — ela provocou.

— Ciúmes de você? Não mesmo. Seu ego é tão grande que mal cabe no prédio. Você não é nada demais. — dei uma gargalhada amarga.

— Você também não é nada demais, Carina. Afinal, sei que conseguiria algo parecido bem fácil. — Maya rebateu, jogando suas palavras com um sorriso irônico.

As palavras dela atingiram em cheio, cutucando uma ferida que eu nem sabia que existia. Sem pensar duas vezes, me aproximei dela, pressionando seu corpo contra o balcão e sussurrando no seu ouvido.

— Tem certeza disso? — Perguntei, com um tom malicioso.

Maya segurou meus braços, me afastando com firmeza.

— Você precisa ir embora agora. — Ela disse, sua voz soando autoritária.

Dei uma risada irônica, desdenhando de sua tentativa de me afastar.

— Não aguenta o pique? — Provoquei, com um sorriso de canto.

Ela apertou os lábios, visivelmente irritada.

— Aguento muito mais do que você imagina. Mas não vou me envolver em algo quando você está bêbada. Só faço sexo consentido. — Respondeu, com firmeza.

Revirei os olhos, frustrada com a resposta sensata dela.

— Não estou bêbada, mas vou embora agora. — Retruquei, me sentindo envergonhada pela rejeição.

Me virei para sair, mas Maya correu atrás de mim, bloqueando o caminho.

— Não vou deixar você ir embora a essa hora, alcoolizada. É perigoso. — Ela disse, com uma expressão preocupada.

Franzi a sombrancelha, irritada com a insistência dela.

— Vim sozinha e sei me cuidar, Maya — Argumentei, tentando me soltar.

— Você é irresponsável, mas eu não! — ela disse não me dando chance de negar — Você fica.

Maya parecia determinada a não me deixar ir. Com um suspiro resignado, cedi e concordei em voltar, mesmo que contrariada. Me joguei no sofá, fechando os olhos, tentando ignorar a confusão que se desenrolava em minha mente.

Amizade Colorida - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora