Enfrentando a Dor.

244 26 1
                                    

Eu e Edward nos entreolhamos pensando a mesma coisa: Problema.

– É melhor eu entrar. – Disse tirando o sinto de segurança.

– Eu vou com você. – Ele disse preocupado.

– Tudo bem, obrigada, mas é melhor não, amor. – Eu estava receosa de que Renée o tratasse mal ou algo do tipo.

– Eu vou ficar preocupado com você. – Ele disse acariciando meu rosto.

– Tudo bem, eu vou ficar bem. Já me acostumei com isso. – Menti.

– Se tem uma coisa que você não sane fazer é mentir, querida. Está escrito em seus olhos que não.

Abaixei meus olhos. Ele tem razão, sempre fui uma péssima mentirosa.

– Eu vou ficar bem, tenho que ir. – Aproximei-me dele e lhe dei um selinho, afastei-me para sair do carro e ele me parou.

– Prometa que vai me ligar hoje a noite? Só para eu ter certeza que você está bem.

– Ok, eu vou ligar. – Saí do carro e acenei para ele. Entrei em casa, me preparando para mais uma sessão de tortura. Renée estava sentada no sofá de braços cruzados a minha espera. Quando me viu, foi logo gritando:

– Onde você estava, garota? – Berrou e eu congelei no lugar, assustada com seus gritos. – Quem é aquele garoto, Bella? – Continuou a gritar, sem me dar a chance de responder. – Você agora está virando uma vagabunda, Bella? Eu não te criei para isso, mas você só me dá desgosto, não é, peste?!

Isso doeu como se fosse um tapa na minha cara. Ouvir isso dos outros já é algo terrível, mas ouvir de quem você acha que deveria te proteger e amar é algo excruciante, muito mais do que doloroso.

– Você não vai mais ver esse garoto! Agora você só vai para escola e volta! Não vai sair para lugar algum, com ninguém e em nenhuma hora! – Ela berrou.

Nessa hora algo explodiu dentro de mim, como se aquela fosse a gota d'água. Eu não podia deixar ela fazer isso comigo, ainda mais agora que eu conheci algo tão bom... Eu conheci outro mundo, outro jeito de viver, uma forma de ser feliz.

– Não! – Eu berrei mais alto que ela, o que a assustou, deixando-a sem reação. – Eu não vou fazer isso! Não agora que eu descobri que a vida pode ser pelo menos um pouco feliz! Eu encontrei amigos, eu encontrei o amor... E eu não vou deixar você tirar isso de mim só porque você não tem!

Ela olhou para mim com um olhar mortal, veio até mim e me deu um tapa na cara. A essa altura eu já chorava compulsivamente. Eu olhei para ela e cortei toda esperança de encontrar uma mãe naquela mulher. Todo e qualquer forma de afeto que ela tenha guardado todos esses anos, enquanto esperava que ela mudasse, acabou.

– Eu não vou fazer o que você quer mais! – Pontuei cada palavra, olhando em seus olhos. – Eu posso até te perdoar por tudo que fez e faz, porque eu tenho um coração bom e piedoso, mas só quando você se arrepender de verdade. Enquanto isso eu não te considero mais minha mãe, se é que um dia você foi isso! – Falei olhando mais uma vez.

Virei as costas e subi para o meu quarto, ela estava tão surpresa que ficou sem reação. Eu tranquei a porta e joguei-me na cama, rendendo-me a minha dor.

Save My LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora