Dores da Alma.

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Despertei do meu estado de desespero quando ouvi o celular tocando no criado mudo. Olhei para o relógio e vi que já era meia noite e eu ainda estava deitada de qualquer jeito na casa, chorando desconsoladamente.

Peguei o celular, vendo que era Edward. Tentei me acalmar e atendi o telefone.

– Oi, amor. – Sussurrei.

– Ah, Bella! Até que enfim, já estava indo aí te procurar. – Disse aliviado.

– Por que? – Perguntei, confusa.

– Você prometeu ligar. Já é meia noite e nada. Liguei umas 5 vezes para o seu celular e você não atendeu. Depois daquilo com a Renée quando eu te levei para casa, fiquei preocupado. – Ele disse, ainda meio nervoso.

– Ah, me desculpe, amor...

– Espera, você está bem? Está chorando?

– Ah... Eu... Bom.... É que... – Gaguejei, sem saber o que dizer.

– Sim, você está chorando. Não, não está bem. – Respondeu por mim, com a voz turva de preocupação. Então eu ouvi a voz de Esme:

– Filho, onde você está indo a essa hora? – Ouvi a porta de um armário bater e ele respondeu:

– Estou indo na casa da Bella.

– Edward? – Chamei.

– Oi, amor. Já estou indo aí. Você está em casa, não é?

– Sim, mas não precisa vim amor, eu vou ficar bem... Eu acho. – Sussurrei a ultima parte, deixando uma lágrima escorrer em meu rosto.

– Ah, meu anjo, eu estou chegando. Não chore mais. – Ouvi o barulho do motor do carro e ele completou:

– Já chego aí, querida. Beijo.

– Está bem. – Desliguei o celular, me levantei e me encaminhei ao banheiro, para lavar meu rosto. Vi a porta do quarto de Renée aberta, mas ela não estava lá - para variar -, fui ao banheiro e me olhei. Meu rosto estava inchado e vermelho de tanto chorar. Ainda havia uma leve marca do tapa que Renée me dera.

Desci as escada e ouvi uma batida na porta. Fui até ela e a abri; Edward estava com as feições preocupadas, seu cabelo estava todo bagunçado de tanto ele passar as mãos por ele.

– Amor. – Ele disse e eu me joguei em seus braços. Ele me acolheu, me apertando e me confortando. Ele me pegou no colo, fechou a porta e se sentou no sofá comigo no colo, me aninhando em seus braços. Eu deitei a cabeça em seu peito e chorei mais uma vez, deixando os soluços arrebatarem meu peito. Edward me deixou chorar em seus braços, me consolando.

As palavras de Renée giravam em minha mente, me machucando, me rasgando por dentro, me fazendo sangrar mais. Mais uma vez eu estava sangrando, mas dessa vez era diferente por dois motivos. Primeiro: Agora eu tenho Edward comigo, sei que ele vai me ajudar, que vai me proteger, me amparar. Sei que se eu chorar ele vai estar aqui comigo, me amparando, como agora. Eu confio nele, confio como nunca confiei em ninguém. Segundo: Eu não era mais a mesma desde que Edward chegou e me mostrou como as coisas podem ser diferentes. Ele me mostrou que existe felicidade para todos, sem exceção. Ninguém tem o direito de julgar ninguém por que ninguém é melhor que ninguém. Eu mudei, não tinha como não mudar depois de tudo. Eu não posso simplesmente voltar a ser como eu era depois de conhecer esse mundo de possibilidades.

Então eu parei de chorar, tentando controlar os meus soluços, me acalmando. Eu tinha uma decisão tomada.

A partir de agora, eu serei dona da minha vida e não deixarei ninguém me fazer sangrar nunca mais. É hora de me levantar e secar as lágrimas que eu chorei por alguém que não merece e seguir em frente. Eu sofri e aprendi a ser forte com a dor. Não vou deixar que apaguem mais a minha luz, o que eu sou. Podem até tentar, mas eu não deixarei.

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