17| "Get use to it!"

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[HARRY]

Os meus olhos percorrem todo o corpo da rapariga deitada na cama. Depois de virmos da festa de Mr. Puth, Belle estava exausta e só se mudou para o pijama, tirou a maquilhagem e foi-se logo deitar. Por outro lado, eu não consigo pregar olho. Não posso ignorar cada chama que há dentro de mim cada vez que ela me toca, ou chama o meu nome, ou sorri.

Ela não sabe o que provoca em mim e ontem, depois da nossa noite, quando ela adormeceu, a sua respiração batia contra o meu pescoço fazendo todos os meus pelos eriçarem e o meu coração bater três vezes mais rápido. E dou-me conta que estou a olhar para a única miúda que ainda não me virou as costas.

Dou por mim a desejar que ela tenha os seus braços à volta do meu corpo novamente, que se aconchegue a mim. Tenho a certeza que ela não se lembra, aliás, ela nem deve de ter sentido. Mas foi das primeiras vezes que isto que aconteceu e faz-me querer ser bom para ela, mas... eu tenho o dinheiro tão perto!

- Harry? – A sua voz sonolenta acorda-me dos meus pensamentos. Os meus olhos deixam o seu corpo e olho para o chão por momentos, voltando a olhar para ela.

- Estou só a pensar. – Digo, antes que pudesse perguntar algo.

- São... - Ela olha para o relógio. – São três e meia da manhã. Era suposto estares a dormir.

- Eu sei. – Suspiro. – Mas não consigo. – Admito. Ela suspira e agarra num elástico que tem no seu pulso, atando o seu cabelo num rabo-de-cavalo. De seguida, levanta-se e caminha até mim, parando mesmo à minha frente. As suas mãos moldam a minha cara e fazem-me encará-la.

- Que se passa?

- Tu sabes. – Lambo os lábios, puxando o cabelo para trás. – Trabalho provoca stress que leva-

- Hey. – Ela interrompe-me, baixando-se ao meu nível. – Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Não é preciso essa preocupação. Tu vais conseguir. Eu acredito em ti.

- Obrigado. – Dou-lhe um sorriso. A sua mão esquerda agarra na minha direita, puxando-me ligeiramente para cima. Percebendo a mensagem, levanto-me, fazendo com que a rapariga à minha frente ficasse com a cabeça debaixo do meu queixo. Os seus olhos olham os meus, deixando-me apreciar toda a sua beleza à luz do luar, sendo essa a única luz que entra na suíte. As minhas mãos vão até à sua face, moldando-a.

- Devíamos de ir dormir. – Belle sussurra.

- Eu sei. Mas vamos ficar apenas pelo devíamos. – Digo-lhe e junto os nossos lábios.

*

Quando os meus olhos se abrem, logo pego no meu telemóvel, verificando as horas. São dez e meia. Fico agradecido pelo facto de só ter uma reunião às quatro. Não acredito que este fim-de-semana passou tão rápido. Tão rápido.

Suspiro e olho para Belle, que dorme agarrada a mim. A minha mente viaja para a noite anterior.

- Harry... - Geme, quando desço as minhas mãos pelo seu corpo.

- Sshh... - Falo, sorrindo contra o seu pescoço. Os meus dedos encontram o seu sítio na sua cintura e forço-me para dentro dela, recebendo um longo e sonoro suspiro. – Meu Deus, Belle. – Assobio.

- Por favor. – Os seus dedos agarram nos meus caracóis.

Um sorriso estúpido espalha-se na minha face, mas sou puxado para a realidade quando a rapariga ao meu lado se mexe, levantando ligeiramente a cabeça.

- Hm... - Espreguiça-se. – Bom dia. – Diz e levanta-se, levando o lençol atrás delas. Assim que sou deixado nu e destapado na cama, Belle volta-se e baixa-se, beijando a minha bochecha.

- Onde vais? – Pergunto, quando agarro o seu pulso.

- Vou tomar banho e despachar-me, Harry. – Responde suavemente, levando-me ao topo. Sinto o meu amigo a subir e rapidamente me levanto, sorrindo maliciosamente para ela.

- Eu acompanho-te. – Digo, enquanto caminho atrás dela.

Quando chegamos à casa de banho, ligo a água quente, temperando-a de modo a ficar morna. Quando me viro, Belle já está nua e pronta para o nosso banho. Ela passa por mim e entra dentro da banheira, empinando o rabo de propósito para mim, fazendo-me ficar ainda mais duro. Quando entro, rapidamente puxo Belle contra mim, fazendo as suas costas colidirem com o meu peito. Ela suspira alto, com a sensação da minha pele contra a sua. E deixo-me ficar assim, com o meu queixo apoiado no seu ombro e a levar com a água morna nas costas.

- É tão mau termos que ir embora hoje. – Belle sussurra.

- Vamos ter mais oportunidades, Belle. Este é um fim-de-semana no meio de muitos. – Digo-lhe.

Depois do nosso banho, rapidamente nos vestimos e descemos, optando por almoçar no restaurante do hotel. Belle e eu mantivemo-nos em silêncio. Mas eu sentia que este silêncio não era confortável.

- Há algo de errado? – Finalmente perguntei, quando a nossa comida foi posta à nossa frente.

- Eu acho... Eu acho que as coisas entre nós... Ah, Harry, eu vou ser direta contigo. – Ela pousa os talheres. – Eu quero que te afastes por uns tempos. – Oh merda.

- A-afastar-me? C-como assim?

- Não quero que frequentes o clube nas próximas três semanas, pelo menos.

- Mas porquê?

- Olha onde estamos. – Ela aponta. – Olha à tua volta, Harry. Estamos num hotel de luxo, em Nova Iorque, a almoçar, como se fossemos um casal. Quer dizer... - Ela suspira, visivelmente frustrada. – Nós tivemos ontem à noite.

- Foi sexo sem compromisso. – Digo, mastigando a minha comida. – Não sabes a diferença?

- Sei, mas também sei que se vai tornar um hábito! – Atira, fazendo-me parar os meus movimentos e olhá-la com surpresa. – O meu ponto é: nós iniciámos isto aqui, em Nova Iorque... E... E agora vamos continuar a fazê-lo, sempre com a desculpa que é sexo sem compromisso, mas ambos sabemos que isso não é verdade! Duas pessoas que fazem sexo, como nós, não se podem sentir indiferentes! Oh meu Deus... Eu vou ser despedida!

- Belle. – Chamo-a, num tom mais agressivo. Os meus olhos viram-se para mim, num reflexo. – Para com isso, ok? Sexo sem compromisso é sexo sem compromisso. Sem corante, sem aditivos, sem conservantes. Se proibires o teu coração não manda sem a ajuda do teu cérebro.

- Isto é muito fácil para ti, mas eu nunca estive nesta posição. – Ela contrapõe.

- Vai-te habituando. – Aponto com o garfo para ela, fazendo-a ficar surpresa. Minutos de silêncio passam, quando ela se levanta, apanhando-me desprevenido. – Onde vais?

- Vou arrumar as minhas coisas. Por favor, não tentes falar comigo. Preciso de estar sozinha. – E com isto, sai, deixando-me a pensar na nossa pequena discussão. Respiro fundo e pouso os talheres, olhando à minha volta. Esta mulher está a tornar-me numa flor.

Second Chance // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora