51| "What do you want from me?"

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[EMMA]

O meu coração aperta e despedaça-se a cada palavra que Anne diz. E tenho que confiar em toda a minha força interior para não desatar a chorar em frente a ela.

- E desde o início que nós sabíamos de tudo e o Des planeou tudo isto. – Ela suspira. – Eu não concordei, claro. Mas também quando descobri, já era tarde demais, porque... Independentemente do que fazia no passado, a Emma não merecia isto. Só que... O Des nunca pensou que o Harry se apaixonasse por si, verdadeiramente. O meu filho foi manobrado pelo pai. Mas os dois são cegos por dinheiro.

- Então... Isto tudo começou, quando o Des apanhou o Harry com prostitutas cá em casa? – Folguei.

- Sim. – Respondeu. – E no que toca a Tiffany... Ela era a noiva de Harry, só que no dia do casamento, o meu filho nunca chegou à igreja. Não sabemos como, ele teve acesso à conta da empresa, limpou o dinheiro todo e fugiu. Andou dois anos desaparecido e quando voltou, voltou com a promessa de ajudar o pai, mas nunca foi uma promessa que foi cumprida... Até ele te conhecer. – Todos os bons momentos que passámos foram de repente postos em cima de um palco, como um teatro, uma fachada, um "faz de conta", enquanto o público, (Anne e Des), aplaudiam alegremente. Levanto-me da cadeira, agarrando na minha mala e respirando fundo. Anne também se levanta.

- Obrigado. – Digo. – Obrigado por tudo o que fez e não fez por mim.

- Emma, eu... Eu só queria que o meu filho fosse feliz, mas não como uma marioneta.

- Todos nós, no fundo, somos uma. – Respondi-lhe. Anne abriu a porta e olhou-me uma última vez, dando-me um sorriso fraco.

- Sabes onde é a saída. – Apenas acenei e quando ela desapareceu para o corredor, as minhas lágrimas começaram a cair.

Caminhando pelo corredor, a empregada que me havia aberto a porta quando cheguei, abre-me a porta para sair e agradeço-lhe, oferecendo-lhe um sorriso. Retiro o comando do carro da mala, enquanto desço as escadas e quase caio, quando tropeço numa pedra mal posta. A minha visão turva das lágrimas.

O barulho de um carro a derrapar faz-me levantar a cabeça e um BMW preto para à entrada do portão, bloqueando-a. Harry sai de dentro do veículo, fazendo-me acelerar o passo para o meu carro.

- Emma. – Ele chama e sinto os seus pés a baterem no chão a um ritmo acelerado. Os seus dedos enrolam-se à volta do meu pulso, parando-me e virando-me para ele. – Emma-

- Como é que foste capaz? – É a primeira coisa que lhe pergunto.

- Eu... Emma, dá-me apenas uma oportunidade de explicar.

- Agora queres explicar? E enquanto andaste a brincar com os meus sentimentos este tempo todo? Não me quiseste explicar, pois não?

- Eu lamento imenso. – Ele murmura. Fecho os olhos e limpo-os com a minha mão livre. A minha visão foca-se no verde imenso que me olha expectante. A sua mão ainda a prender o meu pulso.

- Eu também. Lamento que sejas uma criança que precisa de seguir ordens para obteres o que realmente queres.

- Eu não tive que os seguir, para te querer. Ninguém me disse para te dizer que te amava. – Contrapõe, fazendo-me rir.

- Não brinques, Harry. – Sacudo o meu pulso, libertando-me dele. – Agora, tira o carro da entrada, porque eu vou-me embora. Agradeço que mandes as minhas roupas, que ainda estão em tua casa, pela Grace.

- O quê? Mas, mas-

- Para, ok? Para! – Quase berrei. – Deixa-te de filmes, deixa de fingir que te importas, que realmente amas, que realmente me queres, nos queres! Eu odeio-te, percebes? Odeio-te e nunca mais quero ter nada a ver contigo. Por isso e a partir de agora eu sou apenas a tua secretária.

Second Chance // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora