Second Chance // h.s

56| "I know somebody who can help you"

                 

[EMMA]

Como eu esperava e raramente me engano, o desfile foi uma autêntica seca, tivemos sempre a ser fotografados e, verdade seja dita, os fatos, vestidos, etc, até nem eram nada de especial. Então quando acabou o desfile, fomos até ao apartamento para eu me poder meter mais confortável. Quando chegámos novamente ao pequeno apartamento que Anne e Des tinham alugado para o fim-de-semana, segurei na mão de Harry.

- Que bom vê-los aqui! – Des abre os braços, quando nos vês, mas não dobro nenhum sorriso nem lhe mostro qualquer tipo de emoção. – Sentem-se. A Anne fez um chá. – Entramos na pequena, mas luxuosa, sala e sentamo-nos num sofá de apenas dois lugares. Olho para Harry ao mesmo tempo que ele olha para mim e pisco os olhos. A mão esquerda de Harry está pousada nas minhas costas e tenho os cotovelos apoiados no joelho dele. Anne entra na cozinha com duas chávenas de chá e pousa-as em cima da mesa.

- Já têm açúcar. – Informa-nos e senta-se ao lado do marido. – Então o que nos queriam dizer?

- Vocês, primeiro. – Harry insistiu. Anne olhou para o marido e engoliu em seco, antes de olhar novamente para nós.

- Não era nada de especial, querido. – Ela riu-se ligeiramente. – Apenas fiquei surpresa de vocês aparecem os dois lá, de mão dada. Não estavam chateados? – Pergunta, batendo as pestanas, como se fosse uma miúda de quatro anos, super inocente. Não reviro os olhos, mas vontade não me falta.

- Nós falámos e... Entretanto aconteceu algo e... Decidimos deixar o passado no passado, viver o presente, fazendo o melhor possível para o futuro. – Harry explicou, sorrindo.

- E o que vos fez... - Des pensa por uns segundos, antes de olhar para mim com um sorriso de lado. - ... Reatar a relação? Se é que podemos meter as coisas nesses termos.

- A Emma foi ao médico. – Harry começa e olha para mim, dando-me um sorriso. Devolvo-lhe o sorriso e olho para Des. – E descobrimos que vamos ser pais. – Anuncia. Anne fecha os olhos e recostasse para trás no sofá, suspirando e Des apenas nos olha. Olhos atentos, estudiosos, julgadores.

- Pais? – Des repete e sorriu de lado.

- Sim. Estou grávida de quatro meses. Três meses e meio, pronto. – Digo e Anne levanta-se.

- Eu não posso acreditar. – Expira. Encosto-me a Harry e aprecio o que está prestes a acontecer. – VÊS? – Ela grita a Des, que arregala os olhos. – EU AVISEI! EU AVISEI QUE ISTO PODIA ACONTECER! OLHA DES, OLHA SÓ A MERDA QUE FIZESTE!

- Anne, calma. – Des pede secamente.

- Calma... - Ela ri-se pelo nariz. – Calma é o que tenho tido ao longo deste tempo todo. – Atira ao marido.

- Mãe-

- E tu és outro parvo, por alinhares nos esquemas do teu pai! – Anne olha para o filho e depois olha para mim. Elevo uma sobrancelha em forma desafiadora. Ela sabe que se me disser qualquer coisa, vai levar resposta. Uma como ela nunca levou. – Tu levaste esta família à ruina. – Diz-me.

- Desculpe? Eu sou tão culpada nisto tudo, como todos nós somos. – Quase que me riu.

- Eu só tenho culpa de uma coisa. – Ela olha para o marido. – De me ter casaco com um egocêntrico, egoísta e narcisista. Tu e a tua amante estavam bons um para o outro. Mas podes voltar para ela... - Anne olha para mim. – Espero que estejas feliz agora que conseguiste engravidar. Já podes ter direito a tudo o que quiseres. – Volta a olhar para Des. – E quanto a nós, vou telefonar ao meu advogado. Quero o divórcio o mais depressa possível. – Arregalo os olhos, abrindo a boca em espanto. Ela sai da sala e rapidamente me levanto, seguindo-a.