Second Chance // h.s

31| "No."

Vida eterna a quem fez este gif. *morta*

[EMMA]

Quando Harry sai do elevador, já com as suas coisas, levanto-me e pego na minha mala.

- Até amanhã, Grace.

- Adeus, até amanhã, Emma. – Ela dá-me um sorriso e volta ao trabalho. Circundo a secretaria e olho para Harry, que anda na minha direção, como se fosse um profissional nato.

- Olá, linda. – Harry pousa a sua mão no fundo das minhas costas e beija-me a testa.

- Olá. – Murmura.

- Que tal o primeiro dia? – Pergunta-me, quando caminhamos para fora da empresa e dou um suspiro que não sabia que estava a segurar.

- Stressante. – Respondo, abrindo a porta do carro e entrando.

- Eu sei. – Harry fecha a porta do seu lado e dá vida ao motor do Audi. – Aquele homem foi rude.

- Bastante rude. – Adiciono.

- Starbucks? – Levanta as sobrancelhas, enquanto conduz para a via principal.

- Se é isso que te faz feliz... - Encosto a cabeça ao apoio do acento.

*

A minha vida deu uma volta de 180 graus, desde o Harry apareceu. Desde começar a conhecer o gosto do que é o luxo, à saída do clube e trabalhar numa das maiores e mais bem conhecidas e sucedidas empresas do mundo. A minha cabeça não conseguia apanhar o ritmo do meu corpo e sentia-me exausta. Por isso, quando Harry me deixou no meu apartamento para me despachar para o jantar em casa dos seus pais, só me apetecia deitar na cama e dormir. Dormir? Não! Hibernar!

- Blair. – Sentei-me na cama. – Estou tão exausta! Quer dizer! Foram tantas emoções só num espaço de 5 horas... Desde começar a trabalhar, a cruzar-me com a Chloe nos arquivos, a ter que-

- Espera! – Interrompe-me, metendo os meus novos vestidos em cima da cama, ao meu lado. – A Chloe trabalha na Styles Inc.?

- Parece que sim. E acreditas que ela conhece o Harry? De certeza que eles já se envolveram! – Suspirei.

- Por isso é que ela ficou tão... Estranha, ainda mais estranha, quero dizer, quando te viu com o Harry, à porta da joelharia, no shopping.

- É. Tiveram uma espécie de relação que envolvia somente sexo.

- E dinheiro. Emma, eu não acredito que ela se envolva com uma pessoa como o Harry, sem lhe sacar alguns luxos.

- É. – Encolho os ombros. Conto a nossa pequena discussão a Blair. – E acho que... Agora tenho uma espécie de alerta dentro de mim que me faz ficar de pé atrás com o Harry. Será que ele só quer sexo?

- Hm... Desculpa, Emma, mas nisso não te posso ajudar nesse tópico. Será que ele a levou a algum jantar em casa dos pais? Ou vice-versa?

- Não sei. – Agarro na toalha de banho. – Mas vou descobrir.

*

- Estás muito calada. – Harry comenta.

- Para além de estar nervosa, estão também, muito cansada.

- Podias-me ter dito. Podia ter falado com o meu pai e adiávamos isto para outro dia. – Harry diz, mas não respondo. E não fico espantada, quando a casa de Harry é grande, moderna, com um jardim enorme e bem tratado, piscina, esplanada e barbecue. Harry estaciona o Audi ao lado de um Jaguar branco, suponho que foi aquele que ele utilizou quando me foi buscar e ambos saímos. – Emma? – Chama-me. Viro-me para ele, largando um suspiro. Os seus dedos entrelaçam-se nos meus. – Que se passa?

- Já te disse. – Olho para os meus sapatos. – Achas que estou bem? – Um sorriso aparece nos seus lábios.

- Estás linda, Em. Estás sempre linda. Por favor, foi alguma coisa que fiz? Que disse?

- Não, eu só... Olha, vamos fazer assim: jantamos, fazemos tudo o que há a fazer e depois vais-me pôr a casa e falamos, ok?

- Uh... Ok.

- Vamos. – Puxo-o. Andamos de mão dada até à entrada. E não foi preciso bater à porta ou sequer tocar à campainha, pois Anne logo abriu a porta. Engulo em seco e aperto a mão de Harry.

- Finalmente! – Anne abraça o filho. – Que bom, finalmente poder estar com vocês sem ser num sítio com muitas pessoas. Enfim... Entrem, entrem. Emma, estás linda! Adoro esse vestido!

- Obrigado, Mrs. Styles.

- Oh, por favor! Chama-me Anne.

- Com certeza! – Dou-lhe um sorriso. Quando chegamos à sala, o meu coração acelera drasticamente com a quantidade de pessoas que lá estavam. – Quantos carros estavam lá fora?

- Suficientes. Não reparaste. Está tudo bem. – O polegar de Harry faz-me festas nas costas da mão.

- Emma! Que prazer! – Mr. Styles diz, dando-me um beijo. – Trouxe cá a família toda! – Aponta para as pessoas. – Estão cá todos! Espero que não te importes.

- Porque é que me devia de importar? A casa é sua, Mr. Styles.

- Chama-me Des, Emma.

- Ok. Tudo bem. – Dou-lhe um sorriso nervoso.

- Que noite maravilhosa! – Gemma abraça-me. – Finalmente.

- É. Tive saudades tuas. – Respondo.

- Emma. – Harry chama-me. – Este é o meu tio Matthew, a mulher, Gloria e o filho, Jonas. – Apresenta-me. – A minha tia Victória, o namorado, Jay e o filho, John. A minha prima de Nova Iorque, Gwen e o namorado, Charles. E, finalmente, o meu primo, que veio sozinho de Inglaterra, William.

- Prazer. – Digo e eles sorriem-me.

- Primo, eu estou orgulhoso de ti, meu. – William bate levemente nas costas a Harry. – Nunca pensei que chegasses aqui, assim.

- Obrigado. – O meu namorado sorri-lhe.

- Venham sentar-se! O jantar está pronto! – Anne anuncia.

*

- Bem... - Harry levanta-se e pega-me na mão. Enrugo a testa. – Eu agradeço a toda a gente aqui presente, neste dia tão especial para a família Styles. Como sabem, ao início, era suposto ser só um cocktail, mas, como sabem, virou noutra coisa ainda mais especial. Então eu comecei a pensar no momento perfeito. Eu sei, eu sei. É tudo muito fresco, muito recente, mas isto é uma decisão para a vida. Já não é novidade nenhuma que, devido à doença do meu pai, estão-se a tomar decisões extremas e uma delas é: a desistência do meu pai e eu assumo a liderança do grupo. Mas eu pensei: o que é a vida de um homem rico, se não tem ninguém para partilhar a sua fortuna, a sua felicidade? Eu cometi erros no passado, sim e paguei por eles. Mas... Houve uma luz ao fundo do túnel. Essa luz, foi a mulher maravilhosa e linda que tenho o prazer que ter ao meu lado, hoje. – Sou puxada e obrigada a meter-me em pé. Harry empurrou ambas as nossas cadeiras para trás. – Ela ajudou-me nos meus momentos mais negros e a nossa relação foi meio... Inesperada, mas foi a melhor coisa que já me aconteceu. Por isso, Emma... - Ele olha-me. Sinto os meus olhos a crescerem. As lágrimas a invadirem-me a visão. – Tu fazes-me feliz. Não é preciso estar contigo meses, anos... Eu quero mesmo isto. Quero-te para mim, para sempre, por isso... - Ele desce e mete-se só num joelho. A minha boca abre-se em espanto. Harry leva a mão ao bolso e abre a pequena caixa vermelha de veludo. – Emma, aceitas casar comigo? – Dou uma gargalhada e deixo as lágrimas escorregarem pelas minhas bochechas.

- Não.