[HARRY]
Respiro fundo, enquanto seguro o meu terceiro copo de champanhe na mão, olhando Belle, que conversa com uma rapariga qualquer que, provavelmente, foi a minha irmã que a apresentou. Eu não sei, mas quando ela fica zangada só me apetece agarrá-la com força e beijá-la. Nós nunca nos beijámos, mas aposto que não falta muito para isso, pelo menos, do que depender de mim.
Aquele vestido fica-lhe lindamente, mas ficava melhor no chão do meu quarto. (#sorrynotsorry)
Ando até à beira do meu pai, metendo a minha mão esquerda no bolso das minhas calças.
- Pensava que ia sair uma rameira qualquer, mas filho, superaste as minhas espectativas. – O meu pai sorri-me de lado, fazendo-me revirar os olhos.
- Apenas não estragues o que está feito. – Resmungo baixinho.
- Não o faria por nada deste mundo, filho. – Ele levanta as mãos em forma de rendição. – Aliás, eu gosto dela, parece-me uma boa miúda. – Reviro os olhos, mais uma vez, quando o meu pai de lhe chama "miúda".
- Nós estamos numa fase complicada. – Digo-lhe.
- Eu sei. – Responde-me e olho-o de sobrancelhas juntas. – A vossa discussão há pouco estava acesa. Se não dissesse à Gemma para a ir buscar, provavelmente acabavam os dois à chapada um ao outro.
- Não seria capaz de lhe bater, tu sabes disso.
- Eu sei, Harry. – Bate-me nas costas levemente, indo-se embora.
Quando olho para Belle, os seus olhos estão em mim e ela dá-me um sorriso amoroso, fazendo-me sorrir também e imediatamente sei que estou a mostrar as minhas covinhas, quando ela abre a boca e sorri ainda mais. Ela diz qualquer coisa às raparigas que estão no mesmo grupo que ela e caminha até mim, com um ar de santa, mas da maneira que ela o faz, faz-me ficar completamente duro.
- Não sabia que tinhas covinhas. – Ela coloca a ponta do indicador na minha covinha, carregando-a para dentro.
- Belle? – Chamo-a, fazendo com que ela me olhe nos olhos. – Já te disse que estás linda? – Pergunto-lhe e ela ri-se baixinho.
- Obrigado. – Responde e consigo-a ver a corar. Chego-me mais para ela, colocando a minha mão no fundo das suas costas. Ela parece surpreendida, mas depois relaxa. Sou apanhado desprevenido, quando ela retira o copo de champanhe da minha mão e o leva aos lábios bebendo o resto.
- Posso tocar-te, mesmo estando fora do trabalho?
- O que te parece? – Ela pousa o copo em cima da mesa, que está ao nosso lado e lambe os lábios.
- O teu batom... - Aponto para a sua boca. – Está a desaparecer.
- Oh sim? – Ela faz-se inocente. – Tenho que ir à casa de banho retocá-lo. – Tenta sair do meu aperto, mas eu puxo-a mais para mim, fazendo-a rir-se.
- O meu pai está a olhar para nós, não olhes para trás agora. – Sussurro ao seu ouvido, olhando diretamente para o meu pai, que, sem vergonha, nos observa com um sorriso nos lábios.
- O que é suposto fazer agora? – Ela entra em pânico.
- Relaxa. Ele não é um monstro de sete cabeças. – Gargalho. De repente a música começa. – Vamos dançar! – Quase grito, fazendo-a rir-se. Puxo-a para o sítio que deixaram vazio e começo a dançar feito maluco.
- Harry! – Ela gargalha. Agarro na sua mão, fazendo-a dar uma volta e consigo ouvir um grito abafado de surpresa. O seu corpo cola-se no meu e mexemo-nos ao mesmo tempo. Foi como se tivéssemos preparado isto há muito tempo e este acontecimento estivesse sido feito há milhões de anos e agora está a concretizar-se.
- Já alguma vez foste a Nova Iorque? – Trinquei o lábio inferior.
- Nova Iorque? Não. – Ela responde, com um sorriso na cara.
- E queres ir? – Levanto as sobrancelhas.
- E quem é que me leva? Tu?
- Claro! Eu vou lá o próximo fim-de-semana.
- Sério? – Ela abre os olhos. – Queres mesmo que eu vá contigo?
- Sim. – Dou-lhe um sorriso aberto. Um empregado passa com mais uma bandeja cheia de copos com champanhe e tanto eu, como Belle pegamos num. Já é o meu quarto e já começo a sentir o álcool a correr-me no sangue, mas estou tão bem.
- Eu vou! – Ela responde-me, abraçando-me só com um braço. – Meu Deus, claro que vou!
- Fico feliz por ires comigo, Belle.
- Eu não sabia que a tua mãe era estilista.
- Bem, só começou agora a carreira, mas está a sair-se muito bem. – Encolho os ombros. – O que me dizes de irmos até lá fora, para eu te mostrar o maravilhoso jardim que o salão tem?
- Aceito. – Confirma.
Seguimos até à porta e não posso deixar de reparar no meu pai a observar-nos do fundo da sala. Abro a porta e deixo-a passar, sigo-a para a rua e pouso a minha mão no fundo das suas costas, guiando-a. Estão mais pessoas cá fora do que lá dentro, fazendo o ar parecer ainda mais agradável. As colunas cá foram dão uma música completamente das de lá de dentro. Ao centro de um pequeno canteiro de vários tipos de flores está uma fonte, que é para onde a guio, neste momento. Rapidamente percorro o lugar com os olhos, observando as tochas que ainda dão luz ao local, fazendo-o ainda mais romântico. Quando olho para Belle, está de olhos fechados e uma moeda na mão. Ela abre os olhos e manda-a para dentro da fonte, fechando os olhos novamente.
- O que estás a fazer? – Pergunto-lhe, bebendo o resto do meu champanhe e metendo o copo no chão, junto aos arbustos. Ela abre os olhos e olha-me.
- Pedi um desejo. – Responde-me. Olho para o seu champanhe.
- Vais beber isso? – Aponto para o copo quase cheio.
- Não achas que já bebeste demais? – Ela enruga a testa.
- Dá cá isso! – Tiro-lhe o copo da mão e engulo o liquido de uma vez. – Hm! Este champanhe é bom. – Lambo os lábios e pouso o copo ao lado do outro.
- Não vais beber mais, pois não? Tu ainda tens que conduzir e... - Ela parece nervosa.
- Estás nervosa? – Aponto, sorrindo de lado. Aproximo-me dela, agarrando a sua cintura com as minhas mãos. – Sabes qual foi a minha conclusão?
- Qual? – Ela olha-me nos olhos.
- Tu não estás no trabalho e eu agora não sou o teu cliente, sou o teu par. Isso faz de mim um amigo. Ou quase amigo... - Raciocino.
- Harry-
- O quê? Estás com medo de alguma coisa?
- E se eles descobrem? – Os seus olhos olham-me com cuidado. – E se eles descobrem que sou uma dançarina?
- Eles não vão descobrir. – Seguro-a, passando as costas dos meus dedos pela sua bochecha. Inclino-me um pouco para a frente.
- Estou assustada, Harry. – Confessa, fazendo o meu coração derreter.
- Não estejas, princesa. Estou aqui, para tudo.
- Obrigado. – Ela respira contra os meus lábios. Inclino-me mais um bocado, preparado e pronto para a beijar.
- Harry. – A voz da minha mãe soa. Suspiro e afasto-me da Belle, olhando para a mulher ao nosso lado. – O teu pai diz que está na altura dos discursos e mandou irem para dentro. – E desaparece. Belle suspira e vira a cara, encarando a fonte.
- Desculpa. – Sussurro e encosto a minha testa à sua têmpora.
- Está tudo bem. – Assegura-me, rodeando-me com os seus pequenos braços e uma das suas mãos pousa no meu cabelo, fazendo-me pequenas festas.
- Vamos?
- Sim.
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Second Chance // h.s
Hayran KurguDe dia, sou conhecida como Emma. De noite, o meu nome é Belle.