5| "I got a boner!"

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[HARRY]

Não me conseguia concentrar. Simplesmente não consiga. Não depois da noite anterior. Ainda consigo sentir a pele macia debaixo da minha mão, quando a passei pelas suas costas. As coisas que ela me sussurrou ao ouvido deixaram-me completamente fora de mim. Aquela miúda é uma leoa. Uma leoa esfomeada. Sou tirado dos meus desvaneios, quando uma mão passa à minha frente. Pisco os olhos várias vezes e vejo o loiro à minha frente. A sua barba por fazer dá-me uma ligeira inveja, porque pareceu um cachopo que não tem pelos.

- Estás-me a ouvir, Styles? – Ele cruza os braços ao peito, olhando-me com um olhar de reprovação.

- Desculpa, estava a pensar numa coisa... - Digo, passando uma mão pelo meu cabelo.

Ele apenas encolheu os ombros e continuou a falar dos negócios que eu tinha que fazer, para o resto da semana, mas eu simplesmente não me consigo concentrar. Como é que só com uma noite eu consigo ficar assim? Fecho os olhos e encosto a cabeça para trás. Os meus dedos batem nos apoios dos braços da grande cadeira de pele onde estou sentado, em forma de nervosismo. Olho para o relógio da parede e vejo que faltam apenas dez minutos para poder sair.

Com um bocadinho de sorte ainda consigo arranjar uma hora hoje, com a Belle. E espero que o meu pai me deixe fazer isto. Apesar de Belle ser inocente e ter ar de quem não faria mal a uma mosca, não consigo parar de pensar nas inúmeras coisas que eu podia fazer-lhe. As minhas mãos começam a soar e apressadamente as limpo às calças do meu fato. Sem perder tempo, levanto-me, agarrando na carteira, nas chaves do carro e no telemóvel, deixando o loiro, cujo nome não me lembro a olhar para mim com um grande ponte de interrogação estampado na testa.

- Onde vais? – Perguntou, levantando-se. – Estou a falar de negócios contigo!

- Preciso de falar com o meu pai. Com licença. – Digo e rapidamente alargo ligeiramente a gravata que tenho, caminhando pelo escritório e abrindo a porta.

Apresso-me pelo corredor, passando por vários trabalhadores carregados de papelada. Bato duas vezes na porta do meu pai, ouvindo um "entre", vindo do grande espaço onde ele se encontrava. Abro a porta e fecho-a, andando rapidamente à secretária.

- Que pressa, Harry. – Ele comenta, fazendo-me revirar os olhos. – Que me queres? – Pergunta, sem tirar os olhos do computador.

- Eu já tenho a mulher que quero, pai. – Digo-lhe, capturando a sua atenção. Os seus olhos arregalam-se e a sua cabeça faz-me sinal para me sentar. Rapidamente puxo a cadeira e me sento.

- Espero que não te estejas a precipitar, kiddo.

- Não estou, pai! – Engulo em seco. – Ela é... eu nem tenho palavras para a descrever.

- Quando a encontraste?

- Antes de ontem, à noite. Mas tenho que o avisar de uma coisa, pai. – Disse-lhe.

- E isso será?

- Ela é dançarina. – Falo. Os seus olhos ficam-me a olhar por breves momentos. O corpo do meu pai relaxa, encolhendo os ombros.

- Serve. – Murmurou. YES!

- E...esta noite vou vê-la. – Sussurro. Os olhos do meu progenitor semicerram, olhando-me com cuidado.

- Boa sorte, rapaz. – Deixa escapar. Fecho os olhos e respiro fundo. – Mas deixa-me só fazer esta pergunta.

- Tudo o que quiser, pai.

- Como é que a vais trazer para a festa? – Uma sobrancelha levanta-se.

- Eu consigo. – Afirmei, convicto.

Second Chance // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora