Epílogo III

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[Emma]

Algum tempo depois...

- Tu sabes que eu vou sempre amar-te, não sabes? – Os lábios de Harry fazem contacto com a minha testa. Suspiro e fecho os olhos. O meu vestido branco, comprido e um bocadinho desconfortável arroja pelo chão.

- É uma notícia nova... - Murmuro, encostando a minha testa à base do seu pescoço. Os seus braços circundam a minha cintura, puxando-me ainda mais para ele.

- Eu prometo que não demoro, Em. – Os seus dedos inclinam o meu queixo para trás. Os meus olhos encontram os seus e não consigo conter as minhas lágrimas.

- Quer dizer... Três meses? Harry eu-

- Eu sei, Emma. Eu sei e eu também vou ter saudades tuas, mas temos que assegurar o futuro da Isabelle e expandir o negócio para o Japão é o melhor a fazer.

- Mas... Tens mesmo que lá ficar durante três meses? É muito tempo.

- Vai passar num instante, meu amor. – Ele sorri, mas o seu sorriso não chega aos seus olhos.

- Tinhas mesmo que me dizer isso no dia do nosso casamento?

- Desculpa, Emma.

- Eu amo-te, Harry.

- Eu amo-te, Emma.

***

- Ok, tenta levantar mais a perna... - Pedi à minha filha. A sua perna levantou e ela riu-se. - Vá lá, Isabelle! Tenho que te mudar a fralda e tenho que ir trabalhar!

- Precisas de ajuda? – Gabriel aparece à porta. Olho para ele e bufo, afastando os cabelos dos olhos. Isabelle afasta a minha mão com o pé, rindo-se ainda mais.

- Tenta meter-lhe a fralda, por favor. – Pedi ao meu irmão. Ele riu-se e entrou no quarto, segurando a sobrinha pelas pernas. – Eu vou despachar-me, já estou atrasada. – E, correndo para o closet, rapidamente vesti o meu vestido e penteei-me, secando ligeiramente o cabelo.

- Vá, lá, Izzy! Tens que comer! – O meu irmão reclamava com a minha filha, quando entrei na cozinha. Sentada na sua cadeirinha, Isabelle tinha as suas pequenas mãos a taparem-lhe a boca e Gabriel agarrava a colher no ar, à espera que a pequena criatura abrisse a boca.

- Esquece, Gabriel. – Revirei os olhos. Estes últimos três meses têm sido extremamente difíceis, pois Harry faz falta para manter a ordem nesta enorme casa. Gabriel, trabalhando só de noite, ajuda-me com Isabelle, mas não preenche o vazio no meu coração, o espaço ao meu lado na cama.

Tenho saudades dos seus beijos, abraços e das suas palavras de conforto quando me sentia um bocado mais stressada por causa do trabalho. Isabelle havia tido crises de choro que só Harry podia acalmar e fazia-me levantar às três da manhã e deitar às cinco, para ter que acordar uma hora e meia mais tarde. As nossas manhãs eram sempre atribuladas. Tinha que dar banho à Izzy, tinha que tomar banho, tinha que a vestir, tinha que me vestir, tinha que lhe dar comer e tinha que me alimentar. Um mês depois de Harry ter partido, Gabriel começou a aparecer todas as manhãs, tornando a sua ajuda preciosa. Ontem falei com Harry por Skype e Izzy pareceu super feliz por ver o pai, ao contrário de mim, que fiquei super desiludida quando ele me disse que as reuniões com os investidores não haviam corrido tão bem como ele esperara e que a sua volta teria que ser adiada.

Depois de deixar Izzy no berçário, segui para a empresa. Claro que cheguei atrasada, pois as filas intermináveis de carros por Londres não perdoavam e o relógio nunca parava de contar.

Second Chance // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora