60| "I'll go with you"

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[HARRY]

Quando abro a porta da casa de Emma, os meus pensamentos viram-se ao contrário e quase que tenho que virar costas para não pensar o que estou a pensar neste momento.

Os seus sapatos estão à entrada, o seu casaco no sofá, a sua pochete está em cima da mesa de apoio e o seu vestido no chão. Fecho a porta com cuidado e ando em bicos dos pés até ao quarto.

A porta está toda aberta e não é preciso chegar-me perto para ver que ela está apenas de calças de fato treino, com umas meias por cima das calças e uma camisola quente. A sua barriga a notar-se.

Expiro e ando até à porta, batendo duas vezes na madeira, mesmo que ela esteja aberta. A sua atenção vira-se para mim, mas logo se dispersa. Ela passa por mim e sigo-a, vendo-a a apanhar o vestido do chão, a agarrar na pochete, no casaco e nos sapatos.

- Não ficaste para jantar? – Perguntou, passando novamente para o quarto e sigo-a.

- Não posso ficar com eles, sabendo que estás chateada comigo.

- Bem, ao menos tens essa noção. – Ela atira. Os olhos verdes frios, a olharem para mim. Suspiro alto e aproximo-me. Ela não se afasta, pois continua a arrumar as coisas como se nada se estivesse a passar.

- Podemos falar? Ou estás demasiado chateada para isso?

- Não sei. Não tens mais nenhum negócio para fazer?

- Emma-

- Ok, ouve, Harry. – Ela para o que está a fazer e olha-me. Os seus olhos brilhantes de cansaço. – Nós já falámos sobre isto. Estás a meter o trabalho novamente à frente de nós. E quando digo nós, estou a incluir o nosso bebé. Eu sei que não fazes isto de propósito e até podes nem te aperceber, mas estás a fazê-lo de qualquer das maneiras e isso magoa. Quer dizer, estava super entusiasmada por ir jantar contigo e afinal era um jantar de negócios? Já para não falar que desconfias de mim, quando eu te digo que a Chloé anda metida com o teu pai! Eu vejo as coisas, Harry. Devias pelo menos ter já um pouco de consideração por mim.

- Amor, eu sei. E peço imensa desculpa. Eu... Eu prometo que não vai voltar a acontecer... - Pego na sua mão, massajando as costas da mesma, com o meu polegar.

- Eu e a Chloé não gostamos uma da outra. Essa guerra não é tua e peço que não te metas nisto, eu própria sei resolver os meus problemas.

- Posso sempre falar com o meu pai. – Encolho os ombros.

Sinceramente, já nem me preocupa o que o meu pai faz. Ele nunca foi fiel à minha mãe e não é agora que o vai começar a ser. Não acredito muito bem que ele e a Chloé andem enrolados, porque sinceramente, ela pareceu-me muito dedicada a Liam para o trair. Mas hoje em dia, tudo pode acontecer e eu já nem digo não a muita coisa. Em cinco meses, eu conheci a fabulosa mulher que tenho ao meu lado, engravidei-a e já estamos noivos.

- Não, não quero. – Ela responde e pendura o vestido num cabide, metendo-o no seu armário e vai até à casa de banho. – Quero paz e sossego. E já percebi que perto da tua família, nenhum de nós vai ter isso.

*

Deitados na cama, abraçados e a ver um filme na televisão. Era a nossa situação neste momento.

O meu braço esquerdo a segurá-la contra mim, enquanto a minha mão direita estava em cima da sua coxa, que estava sobre a minha. Sentia o seu peito a vibrar contra o meu e o seu riso enche o quarto, quando a personagem principal do filme cai dentro de uma grande banheira cheia de porcaria. Sinto a sua barriga a mexer contra a minha e imediatamente olho para ela.

- O que foi isto? – Perguntei-lhe, assustado.

- Bem, Mr. Styles, isto foi o teu filho a mexer-se na minha barriga.

- Oh Deus! – Suspirei, olhando para a sua barriga. Apesar de já estar de quatro meses, a sua barriga nem está muito grande, o que é bom, pois é discreto. Com a mão direita a tremer, pousei-a na sua barriga. Com um sorriso, beijo os lábios da minha namorada muito cuidadosamente e fecho os olhos, roçando o meu nariz no seu. – Amo-te.

- Amo-te, Harry. – Ela respondeu, surrando. E, lentamente, sinto-me a ser puxado pelo sono.

Quando acordo de manhã, estou sozinho na cama. Junto as sobrancelhas e ouço a água do chuveiro a correr. Quando penso que posso juntar-me à minha linda noiva, a água pára e sento-me na cama, deixando o meu corpo cair para trás, mas bato com a cabeça na cabeceira da cama, largando uma asneira em alto e bom som.

Emma aparece no quarto de toalha à volta do seu corpo e outra à volta do seu cabelo.

- Bem, isso é que é uma boa forma de acordar. – Ela ri-se.

- Piadas, miss! Doeu! – Resmungo.

- Acredito que sim. – Emma senta-se ao meu lado na cama e baixa-se, juntando os nossos lábios num encosto curto, mas doce. – Que vais fazer hoje?

- Nada. – Encolho os ombros. Os meus olhos vão para o relógio na mesa-de-cabeceira e vejo que são sete e meia. – Não tenho nada para fazer. Estou em sossego absoluto.

- Hoje, quando sair, vou ter com o Gabriel.

- Queres que vá contigo? – Perguntei. Saber que ela se vai encontrar com este tipo, sem o conhecer de lado nenhum, dá-me arrepios. Não estou a dizer que o rapaz não seja irmão dela, estou a dizer que ela não tem provas de como ele o é e pode acontecer-lhe alguma coisa. – Sabes que mais? Isso nem é discutível. Eu vou contigo. Vou buscar-te à faculdade, vamos almoçar, vou pôr-te à empresa e depois vou buscar-te. Não há discussão possível.

- Sim. Ok, combinado. – Diz-me, voltando-se de costas para mim e abrindo o seu armário, tirando uma roupa.

- Já agora, sais a que horas?

- Dez e meia.

- Ainda tenho tempo. Tomas o pequeno-almoço comigo?

- Achas que eu consigo aguentar até às dez e meia sem comer e grávida? Esquece, Harry! – Ela ri. Fecho os olhos e suspiro. Daqui a duas semanas, estamos a entrar novamente dentro do avião para ir passar o Natal a Londres. Sinto a cama a baixar e Emma mete uma coxa de cada lado da minha cintura, fazendo-me abrir os olhos e olhar para a minha linda futura mulher. – Vejo-te daqui a algumas horas? – Levanta uma sobrancelha. Dou-lhe um sorriso de lado e sento-me de repente, segurando as suas costas para que ela não caia para trás. Os meus lábios fazem contacto com os dela e oiço as patas de Sidney a baterem no chão e de repente, ele está ao pé de nós. As patas da frente apoiadas no meu braço direito. Olho para ele, encostando a minha bochecha à de Emma. O cão olha-me, como se me tivesse a sorrir, enquanto abana o rabo. Reviro os olhos e sinto Emma a rir-se. – Não te esqueças de o levar a passear. – Beija-me a bochecha e sai de cima de mim, calçando-se e pegando na sua mala. Olhando para trás, deixa-me na cama, apenas com um sorriso seu e um piscar de olho. Olho para o cão, que ainda não arredou pé e bufo.

- Só para que conste, ela é minha. – Digo-lhe e o cão inclina a cabeça para o lado. Tento ladrar para ele, mas apenas recebo uns acenos de rabo e umas lambidelas no pulso. – Não quero beijos teus. Deixa-me em paz! – Atiro e deito-me, puxando os lençóis até ao meu queixo. Mas o cão é persistente e com o focinho destapa-me o queixo e enfia-se pelos lençóis abaixo, indo até a um sítio sensível. – NÃO! 




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