66| "Home"

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[Emma]

O Harry parece mais incomodado que nunca e isso incomoda-me. A entrada de Liam e de Chloé fê-lo tenso e muito contraído. Os meus dedos apertam os seus, fazendo a sua atenção desviar-se para mim. Elevo as minhas sobrancelhas, fazendo-o suspirar.

- Precisamos de falar. – Ele murmura. Pelo olhar dele, só podiam estar a acontecer duas coisas: ou algo muito mau, com efeito destruidor em alguém; ou estava a esconder-me algo.

- O quê? Agora? – Questionei, elevando só uma sobrancelha.

- É mais complicado do que parece. – Responde-me. Suspiro e puxo-o subtilmente para a cozinha. Harry puxa um banco alto e senta-se, puxando-me para o meio das suas pernas. As suas mãos na minha cintura e agarro no seu casaco. – Quando não estavas em LA, algo aconteceu.

- Espera. Vou ficar chateada?

- Não sei. Mas ouve-me até ao final. – Pediu. Cruzei os braços ao peito e deixei-o continuar com o que tanta urgência tinha de me ser dito. A sua mão esquerda afasta os caracóis teimosos da sua testa e limpa a garganta, pousando novamente a mão na minha cintura e puxando-me para mais perto. – Quando não estavas, eu fiz algo, que desencadeou uma sucessão de atos que me deixaram estupefacto com certos atos de certas pessoas. No dia em que te foste embora eu fui até ao departamento de segurança e mandei que me enviassem um relatório das entradas e saídas da Chloé. – O meu coração acelerou com o nome dela. Ela fez algo e isso deixa-me extremamente irritada, porque o meu noivo desconfia de mim por algo que sei que aconteceu. Neste caso, o pai dele andou envolvido com esta víbora de cabelo preto falso. – E eu reparei que no último mês, ela tem infringido o horário. Como sabes, ela é estagiária e tem horário das duas às seis e ela tem sempre entrado ao meio-dia e saído às seis. Então eu chamei-a ao meu escritório e pedi-lhe esclarecimento pelo horário que ela andava a infringir. E ela saltou-me para cima, Emma. Literalmente! Ela escarranchou-se em cima de mim e confessou-me tudo.

- Mas tudo, o quê? – Voltei a perguntar. Estava para lá de irritada. Não sei bem se com o facto de ela ter feito isto ou de o meu noivo não ter acreditado logo em mim quando eu lhe disse que algo estava errado acerca daquela mulher.

- Ela disse-me que o objetivo dela era eu. Sempre. Desde o início que ela entrou ali, que o objetivo dela tinha sido conquistar-me. Confessou que o meu pai lhe tinha prometido que se mantivesse relações com ele que iria tomar o teu lugar na empresa. Subir de posto.

- Essa mulher é doente, Harry! Tu tens que- - Não acabo a frase, pois a sua mão tapa-me a boca e os seus olhos arregalam-se em alarme.

- Fala baixo! Ela está na divisão ao lado, Emma! – Reviro os olhos e suspiro contra a sua mão. – Eu sei. Eu despedi-a. – Falou baixinho e retirou a mão da minha boca. – Não te preocupes. Está tudo bem.

- Harry, quando eu te disse que algo estava errado, gostaria que tivesses acreditado em mim. – Confessei. Descruzei os meus braços e pousei-os no seu peito. – Como futuro marido e mulher, temos que confiar um no outro.

- Eu sei, querida. Mas por agora, as coisas têm que permanecer assim.

- Tens que confiar em mim! Eu sei as coisas! Não precisas de terceiros! – Resmunguei.

- Eu sei, eu sei. – Ele suspirou. Os seus lábios fizeram contacto com a pele por baixo do meu olho e expirei com o contacto. Tenho tantas saudades dele. – Desculpa, sim?

- Eu amo-te. – Falei, segurando a sua cara entre as minhas mãos. – Eu amo-te.

- Eu amo-te, Emma. Deus, eu amo-te tanto. E quero tanto beijar-te, mas não te quero estragar a maquilhagem.

Second Chance // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora