[EMMA]
Não foi preciso estar à espera por muito mais tempo, até o nome de Harry ser chamado pelas colunas pregadas nas paredes. Como é que num hospital deste podia estar apenas um médico de serviço? Ou melhor e se de repente houvesse um acidente e tivessem que ser transportados para aqui umas vinte pessoas?
Andando ao lado de Harry, seguimos a enfermeira já de idade, que nos encaminhou até ao gabinete de uma doutora. Ela sorri-nos quando nos vê entrar e mete os óculos. Gesticulando para nos sentarmos, aceitámos a sua oferta, cada um se sentou na respetiva cadeira. Harry procurou a minha mão, entrelaçando os nossos dedos a apertando os meus entre os seus delicadamente.
- Então, Harry... Styles. – A doutora leu. – Diga-me o que o tem perturbado.
- Uh... Bem. – Ele começou e foi a minha vez de apertar a sua mão em forma de sinalização que tudo iria dar certo. – Há cerca de uma semana, fiquei doente. Eu acho que era uma gripe. Tinha dores de cabeça, garganta, tinha febre, muitas tonturas, mas passou cerca de dois, três dias depois. Hoje, eu e a minha namorada estávamos para voltar para Los Angeles e ela ofereceu-se para conduzir, porque supostamente estava a ficar branco. Comecei a sentir-me mal e de repente, ela parou o carro e eu só tive tempo de abrir a porta e vomitar. Foi de repente!
- Hm... - A doutora apontou tudo. – Bem, Mr. Styles, assim eu não posso saltar para conclusões. Vai ter que ficar por um bocado e eu receitar-lhe uns exames. A enfermeira que vos acompanhou vai indicar-vos um quarto e vão ficar lá, até os resultados dos exames saírem.
- Obrigado doutora. – Harry e eu agradecemos ao mesmo tempo e levantámo-nos. A enfermeira esperava à porta e rapidamente nos encaminhou para um pequeno quarto com uma maca, onde pusemos as nossas coisas e a seguir, Harry foi fazer exames.
- Eu não sei o que se passou. – Encolhi os ombros, olhando para a enfermeira, que me estava a servir chá.
- Não se preocupe. – Ela sorri-me. – Tenho a certeza que é só uma indisposição. Vai tudo correr bem.
- Foi de repente! Só tive tempo de parar o carro e destrancar as portas.
- Já houve mais casos assim. – Explica-me, entregando-me a chávena. – Normalmente trata-se de quebras de tenção, falta de açúcar no sangue e já tem ocorrido isto em muitos casos de stress.
- Espero que seja só isso e não algo grave. Temos um filho para criar. – Digo e ela olha-me.
- Está em casa?
- Não. – Ri-me. – Na minha barriga. Estou grávida de quatro meses.
- Não se nota. – As suas sobrancelhas juntam-se, mas depois ela sorri-me. – Parabéns.
- Obrigado. – Agradeço e bebo do meu chá.
Nada mais é dito, até Harry sair da sala de exames, vestido apenas na habitual túnica branca que lhe chegava às canelas. O seu cabelo estava apanhado num coque e os círculos roxos debaixo dos seus olhos denunciavam a sua necessidade de dormir. A enfermeira Magda (pois só aprendi o nome dela há cerca de dois segundos quando uma outra enfermeira a chamou), pegou nos exames e sorriu-nos, dizendo que podíamos voltar para o quarto e descansar, pois os resultados só iriam ser revelados pela manhã, com outro médico.
Caminhando pelo corredor, chegámos ao nosso quarto, onde rapidamente Harry se deitou na cama.
- Vens deitar-te? – A sua voz rouca fala.
- Vou, mas preciso de ir ao carro buscar a minha mala, para vestir o meu pijama.
- Não demores. – A sua mão apertou a minha, antes de eu vestir o meu casaco e sair do quarto, andando pelo corredor e chegando à entrada, atravessando a grande sala de espera e saindo.
O ar frio de dezembro rodeava-me e aconcheguei-me mais ao meu casaco. Abri o carro, carregando no pequeno botão, fazendo a porta do porta-bagagens abrir automaticamente. Fecho a porta e volto a trancar o carro, tornando a tarefa de tirar o telemóvel do bolso, pois a mala não ajudava. Carregando no botão para desbloquear o telemóvel e a minha respiração quando vejo o nome de Gabriel a brilhar no ecrã. A mensagem foi enviada há cerca de três horas. Abro-a e arregalo ao ver um grande testamento.
Boa noite, Emma.
Não sei se te esqueceste de mim, mas ainda estou à espera que me telefones para nos encontrarmos.
Não deste notícias desde que falámos pela última vez, que foi há severas semanas atrás.
Telefona-me assim que poderes, pois terça-feira vou voltar a Londres em trabalho.
Gabriel xx
Fecho os olhos, quando as portas do hospital se abrem para mim e entro, guardando o telemóvel dentro do meu bolso. Passo pelos seguranças, mostrando o meu cartão para entrar e ando pelo corredor, voltando para o quarto, onde Harry já estava a dormir. Não tive coragem de o acordar e contar-lhe o que se passou, então apenas fui até à casa de banho do quarto e despi-me, vestindo o pijama. Olhando-me ao espelho, levantei a minha blusa ligeiramente, notando a minha barriga já um pouco crescida e suspirei. Lavei os dentes e voltei para o quarto, deitando-me ao lado de Harry, envolvendo o seu corpo com os meus braços e adormecendo ouvido o bater do seu coração.
*
No dia seguinte, quando acordei, Harry já estava acordado e a ver televisão. O tom normal da sua pele havia voltado e parecia muito mais saudável. O seu cabelo estava atado num coque e suspirei, apertando mais o seu corpo.
- Bom dia. – Murmurei, recebendo um beijo na testa.
- Bom dia. Tens frio? – Perguntou e abanei a cabeça. O seu corpo estava quente, mantendo o meu com igual temperatura. A minha perna estava sobre as suas e rocei o meu nariz no seu ombro. – A enfermeira veio aqui e disse que devias de te ir vestir. O doutor deve de estar a chegar. – Murmurando um simples "hm", levantei-me e agarrei na minha mala, indo até à casa de banho. Despindo o pijama e vestindo uma roupa quente e confortável, lavei os dentes, escovei o cabelo e apliquei um pouco de perfume. Conseguia ouvir vozes vindas do quarto e não sai da casa de banho até ter a certeza que o doutor já se tinha ido embora.
- Então? – Perguntei-lhe. Agarrando no meu cabelo, troço-o e meto-o para cima do ombro esquerdo.
- Segundo o médio tenho demasiado stress acumulado, não ando a ter horas de sonho suficientes e não como quase nada.
- Então não é nada de grave?
- Não. – Harry saltou da cama e caminhou até mim. Inclinando a cabeça para trás e dando-lhe acesso à minha boca, Harry beija-me lentamente. – Apenas tenho que tirar uns dias de férias e aproveitar para descansar. – Sussurrou contra os meus lábios. – Adoro ver-te com o cabelo assim.
- Está ao natural. – Juntei as sobrancelhas.
- Eu sei. Eu adoro-te ao natural. – Sorriu e juntou novamente os nossos lábios, mas rapidamente fomos interrompidos quando a enfermeira entra com o pequeno-almoço para Harry.
A senhora explica que houve um senhor que lhe veio levar roupa e que estava tudo na parte de baixo do carrinho e foi-se embora. Enquanto Harry come, tiro a roupa dos sacos com logotipos de marcas caras, esticando-as em cima do cadeirão. Trinco o lábio, quando olho para o meu telemóvel em cima da mesa-de-cabeceira e surge uma batalha interior. Será que lhe deva telefonar? Pedir-lhe desculpa e explicar o que se tem vindo a passar?
- Em que tanto pensas, Em? – A voz de Harry tira-me dos meus pensamentos profundos.
- O Gabriel mandou-me mensagem ontem. – Os meus olhos encontram os seus e caminho até ao telemóvel agarrando-o com as duas mãos. – A mensagem dele podia demonstrar muita coisa, mas acima de tudo, acho que ele está magoado.
- Que se passou? – O meu noivo arrasta-se na cama e mete as suas compridas pernas do lado de fora, puxando-me para entre elas. Desbloqueio o telemóvel e mostro-lhe a mensagem recebida. – Bem... Eu acho que a primeira coisa que devias de fazer, quando aterrarmos em Los Angeles, é telefonar-lhe, marcares um encontro e explicares-lhe tudo o que se tem vindo a passar. E não te preocupes. Eu estarei lá contigo.
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Second Chance // h.s
FanfictionDe dia, sou conhecida como Emma. De noite, o meu nome é Belle.