Capítulo XXXI

73 14 7
                                    

Chegamos ao hotel depois de um passeio à região histórica de Old Town e eu praticamente corri na direção do elevador que acabava de fechar a porta.

- Segura o elevador, por favor - pedi, mas fui ignorada. A porta fechou e ele já estava subindo. Eu teria de esperar. Ou subir de escada... "Hahaha, muito engraçado" disse minha preguiça.

- É impressão minha ou você está fugindo de mim desde o nosso encontro meio estranho lá no quarto? - Leonardo surgiu ao meu lado segurando a bolsa da Lilá.

- Não é impressão - admiti.

- Eu também fugiria se estivesse no seu lugar.

Encolhi os ombros e antes que pudesse elaborar um bom argumento, Crystal entrou na recepção e encostou o corpo no balcão para pegar alguma coisa com a recepcionista mal humorada.

- ... E agora pra onde você vai? - perguntou a mulher.

- Pra casa - ela respondeu e eu virei o rosto pro Leonardo. Ele levantou as sobrancelhas sem entender porque de repente eu fiquei meio assustada. - nos vemos depois.

Seguindo meus impulsos, eu tive uma brilhante ideia. Ou uma ideia muito estúpida. Você pode tirar suas próprias conclusões.

- Preciso ir - passei por ele, que segurou meu braço. - que é?

- Pra onde você vai? Tá fugindo de novo?

- Não. Eu só preciso seguir a Crystal.

- Pra quê?

- Porque sim. Me solta - com um gesto brusco, me afastei dele. - Preciso mesmo ir.

Crystal já havia saído do hotel e eu a segui. Ela entrou num táxi e eu levantei o braço para pegar o que vinha logo atrás. Entrei e fechei a porta. A porta tornou a abrir.

- Vou com você - Leonardo sentou ao meu lado e disse na direção do motorista: - eu sei que isso vai soar estranho mas, por favor, siga aquele táxi.

Sem fazer perguntas, o taxista assentiu e acelerou o carro.

Leonardo recostou no banco e me olhou.

- Por que você veio? - perguntei.

- Eu nunca participei de nenhuma perseguição super perigosa.

Revirei os olhos.

- Não é como se a Crystal percebesse que está sendo seguida e sacasse uma bazuca.

- Mas ainda existe essa possibilidade.

- Definitivame... - o celular de Leonardo começou a tocar. Ele o tirou do bolso e fez uma careta. Com certeza era a Lilá.

Atendeu.

- Oi... Eu tive que sair... Onde? Hum... Na farmácia - ele mentiu. Virei o rosto para a janela, pois não queria mais prestar atenção naquela conversa.

A paisagem praiana passava com velocidade e eu procurei prestar atenção nos mínimos detalhes de tudo do lado de fora para me distrair dele.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora