Capítulo XXXVI

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Depois do que ele havia dito, o que fizemos? Nos beijamos? Não. Nos abraçamos? Não. Juramos amor eterno um para o outro? Hum... Também não.

Eu comecei a rir de tanto nervosismo que sentia e ele apertou o botão para o elevador tornar a descer.

- Vamos simplesmente fingir que eu não disse isso? - respirei fundo tentando parar de rir, pois eu sabia que agir daquela forma era patético. - e... Por que você está de pijama?

- Boa pergunta... Você quer mesmo almoçar ou seu plano sempre foi me sequestrar no elevador por alguns minutos?

- Um pouco dos dois.

A porta abriu e nós saímos. Algumas pessoas me olharam por eu estar de pijama, mas não dei a mínima. Fomos ao refeitório e vários Sortudos já comiam. Eu e ele pegamos uma bandeja com pratos e nos servimos.

- Achei que a senhora sua namorada tivesse medinho de elevador - falei assim que a gente sentou.

- É, ela tem - dei risada. "Ainda me pergunto porque eu não contei pra ele que é tudo mentira" - Mas hoje ela está naqueles dias.

- Ah, claro, o fato de ela estar menstruada superou um medo de infância dela. Olha só, isso que é um milagre!... Me diz uma coisa, quando exatamente ela te contou sobre esse tal medo?

- Hum... Não lembro.

- Faz um esforcinho.

Ele meneou a cabeça e tocou o queixo com o dedo indicador.

- Acho que foi na primeira vez que saímos juntos. Ela insistiu pra gente subir de escada e... Bom... A gente meio que subiu e fizemos uma pequena pausa e... Enfim, foi quando ela me contou sobre isso.

- Então agora está explicado.

- O que?

SER OU NÃO SER CAGUETE* EIS A QUESTÃO.

- Ela não tem medo de elevador - DESCULPE, MAS FOI MAIS FORTE QUE EU. - deve ter sido só uma desculpinha pra vocês transarem em algum lugar maneiro e arriscado no primeiro encontro e agora ela não sabe como fugir disso.

- Você só pode estar brincando - ele disse, rindo.

- Não estou. Ela me contou que não tem medo coisa nenhuma.

- E você um dia desses me chamou de Sherlock. Você é a Sherlock aqui.

- Elementar, meu caro Watson - Eu disse, forçando uma voz muito grossa.

Começamos a rir e de repente eu tinha me esquecido dos meus infelizes dias anteriores.

- Topa fazer alguma coisa hoje? - ele perguntou.

- Hum... Da última vez que saímos juntos as coisas não terminaram muito bem.

- Só que dessa vez vai ser diferente.

- Vai? Você vai matar a sua namorada, por acaso - POR FAVOR DIZ QUE SIIIIIIIM.

- Não, mas ela não vai fazer nada.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora