Capítulo L -

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Abri os olhos quando a luz do sol invadiu o quarto.

Minha primeira reação foi de estranhamento, por não estar num ambiente muito familiar; depois, quando lembrei de tudo, fiquei um pouco envergonhada.

Olhei pro lado e o Léo dormia de bruços; levantei o lençol que me cobria e abri a boca: eu estava sem roupa. É CLARO QUE EU ESTARIA SEM ROUPAS, o que esperava? Que elas magicamente retornassem ao meu corpo enquanto eu dormia?

"Aí meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus, aconteceu mesmo!!! E agora, o que eu faço? Não foi sonho! Isso é tão incrivelmente estranho... Tá, será que eu tenho que... Sei lá, preparar um café pra nós dois... Liandra, olha que horas são. Nada a ver isso. Ok, certo, então é melhor eu ficar aqui em silêncio até ele acordar... Ai meu Deus, mas quando ele acordar ele vai me ver e vai lembrar que transamos e..."

Minha frase mental foi interrompida por uma vontade súbita de espirrar.

Léo se mexeu na cama quando eu espirrei; fechei os olhos, pois ainda não tinha coragem de encara-lo.

Tudo continuou no mesmo silêncio.

Abri só um pouquinho os olhos para olha-lo, tornei a fecha-los rapidamente quando vi que o Léo me observava.

Ouvi o som da sua risada e logo em seguida senti seu braço em volta da minha cintura nua.

- Lia? - chamou.

Eu, usando todos os meus dotes de atriz, fingi acordar e me espreguicei.

- Oi - falei.

- Tudo bem? - Léo perguntou e eu assenti. Ele tornou a se mexer na cama, e o lençol escorregou um pouco mais, deixando suas costas cheias de sinais de nascença à mostra. - quer sair pra almoçar?

- Hum... Acho que eu vou pra casa - respondi. - meu pai deve estar meio preocupado comigo, sabe.

- Eu poderia falar que te levo em casa, mas como é você que tem o carro...

- Certo... Cadê meu pijama?

Ele riu.

- Seu pijama horroroso? Deve estar secando em algum lugar do chão do quarto.

- E agora?

- Eu posso te emprestar uma calça de moletom minha. Acho que vai ser menos terrível que esse seu pijaminha aí.

- Para de ofender ele! É muito confortável, se você quer saber.

- Sei - ele aproximou o rosto de mim e beijou suavemente meus lábios. - Você tá sentindo alguma coisa?

- Como assim?

- Dor, sei lá.

Balancei a cabeça negativamente e me ajeitei na cama, sentando. Eu segurava o lençol sobre meu corpo nu como se fosse uma armadura de Adamântio... E como se Léo não tivesse me visto nua.

- Ótimo - falou. Sem absolutamente nenhuma vergonha, ele levantou (SEM ROUPA!!!) e foi até o armário.

Senti minhas bochechas esquentarem e virei o rosto para o quadro à minha esquerda.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora