Capítulo LVIII

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Não haviam muitas pessoas no funeral. Além de mim, do meu pai, do Sammy e do Mark, estavam presentes a mãe do Leonardo e mais umas cinco pessoas que eu não conhecia. Nenhum sinal da Lilá.

O tempo esfriava ainda mais e eu baixei a cabeça, atenta às palavras do orador.

" Esse é um dia que uma mãe se despede do seu querido filho e que damos adeus ao incrível rapaz que o jovem Leonardo era..."

O caixão estava fechado, e eu agradeci por não ter que vê-lo daquele jeito, sem vida.

Por conta da chuva que se aproximava, o discurso teve de ser encurtado e o caixão logo foi colocado no chão e coberto de terra fria e úmida.

Aos poucos, os poucos amigos presentes se apressaram em ir embora; uma fina chuva começou a cair e eu abri meu guarda-chuva vermelho.

- Vamos? - Sammy chamou, assim que a mãe do Leonardo foi embora restando apenas nós quatro ali.

Balancei a cabeça negativamente.

- Podem me esperar no carro.

Sem questionar, eles assentiram, deram as costas e caminharam pela grama de volta ao carro.

Me aproximei de onde Leonardo havia acabado de ser enterrado e fitei a lápide com seu nome.

"Como eu queria que isso não estivesse acontecendo" pensei e uma lágrima escapuliu dos meus olhos, indo em direção ao chão e se misturando à água que caía do céu.

A chuva se tornou mais forte e eu lembrei do dia em que ele me amparou enquanto eu chorava feito uma condenada e terminamos enxarcados que nem pintos.

"E aqui estamos nós na chuva outra vez. Queria que você estivesse aqui comigo. Só eu, você e meu guarda-chuva vermelho" sorri e fechei os olhos, permitindo que mais uma lágrima escorregasse pelo meu rosto.

Flash Back on:

- Estou perdendo alguma coisa? - Ele perguntou, se aproximando da gente.

- Não - respondemos em uníssono. Leonardo virou o rosto para mim.

- Desde quando vocês duas se falam?

- Não fale como se eu e você fôssemos amigos - falei, tentando parecer indiferente.

- Somos colegas, certo?

A vadia... Digo, garota, riu sarcasticamente.

- Ela quer ser mais que sua colega.

- É? - Ele perguntou como se não soubesse daquilo. A verdade era que qualquer ser humano que me pegasse olhando para ele, saberia que eu o amava.

- Novidade do ano - resmunguei. - dá pra vocês dois darem licença? Eu quero ouvir música.

Ele riu. Ela cruzou os braços.

O sinal tocou e nossos colegas de classe entraram na sala.

Leonardo e a tal garota que eu ainda não conhecia o nome passaram por mim e se sentaram.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora