Acordei com um soco bem no meio da cara.
Léo estava tendo uma convulsão e se debatia na minha cama; tentei acorda-lo, mas ele se contorcia e tremia cada vez mais e mais.
Pulei da cama e corri até o quarto do meu pai. A Crystal e a Lily dormiam na cama de casal e eu deduzi que ele devia estar no escritório.
- Mãe - chamei, desesperada. - Crystal, acorda.
No mesmo instante, ela arregalou os olhos.
- Que foi?
- Vem aqui.
Ela levantou e me acompanhou até o meu quarto.
- Quem é ele? - ela perguntou, ignorando o fato de que ele estava quase se dobrando ao meio.
- Um amigo - respondi. - me ajuda, o que a gente faz pra ajudar ele?
- Liga pra ambulância - mandou, enquanto correu na direção dele e o virou para o lado na mesma hora que ele vomitou.
Peguei o celular, trêmula, e disquei os três números. Tentei passar da forma mais tranquila que pude o endereço da minha casa, apesar de estar tão nervosa que quase não conseguia pensar.
A convulsão do Léo logo parou, mas ele permaneceu inconsciente e eu me perguntei porque diabos aquela maldita ambulância não chegava.
- Dane-se, me ajuda a levar ele pro carro.
O carregamos rapidamente para a sala e eu peguei a chave do carro.
- Deixa que eu dirijo - ela se ofereceu. Lhe entreguei a chave e sentei no banco de trás, ao lado do Léo.
Ele suava frio e respirava com dificuldade e eu soprei seu rosto, como se aquilo fosse ajudar em alguma coisa.
"Vai ficar tudo bem" disse para mim mesma. Não acreditei em uma palavra, mas tentei manter o controle.
Chegamos ao hospital e a Crystal logo providenciou uma maca onde, com a ajuda de um enfermeiro, colocamos o Léo.
Assim como havia acontecido com a Jenny, ele foi levado à ala de desintoxicação e eu e a Crystal nos sentamos exatamente onde eu e ele havíamos nos sentado semanas antes.
- Há quanto tempo ele usa cocaína?
- Algumas semanas - "Eu acho". - mas eu não sabia que ele tava usando. Ele me prometeu que pararia.
- Entendo.
- Valeu por me acompanhar - agradeci.
- Tenho que conpensar de alguma forma os anos perdidos, não acha?
Dei de ombros. Eu só queria ficar na minha e esperar até que eu pudesse vê-lo outra vez.
[...]
Ele estava desacordado quando entrei no quarto.
Crystal havia preferido me esperar lá fora, e eu achei que seria melhor assim. Não queria que ela me visse chorando.
- Estou começando a detestar hospitais - falei com a voz meio rouca, para ninguém em especial. - por que vocês insistem em querer me ver assim, ein? Não podem simplesmente ter uma vida normal e morrer de velhice aos 135 anos? - Dei risada. Ele permaneceu imóvel. Se estivesse acordado, com certeza riria comigo. Ele era tão idiota quanto eu. - se você demorar de acordar, eu vou chutar você... Mas se você acordar agora, eu juro que te dou um beijo.
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(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.
Romantik"Uma vida pode ter milhares de finais. Finais bons, finais ruins, não importa. A maioria das coisas sempre chega ao fim. Sim, eu disse a maioria porque nem tudo na vida termina. Existem amores eternos, assim como existem amizades que duram uma etern...