Parte 2 - Capítulo XXII

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Aquela semana correu com bastante rapidez pro meu gosto.

Peguei as passagens na quinta e saí para comprar um biquíni e meias novas com o Sammy no sábado. Acho que ele estava mais ansioso que eu, pois não parava de falar no quão incrivel aquela viagem seria em "nossas vidas".

Não queria trazer ele para a realidade dizendo que a viagem era só minha. Mas ok.

Era segunda de noite e eu terminava de organizar as malas quando ouvi alguém bater no vidro da minha janela.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei ao abri-la. Ele sorriu para mim e colocou os braços para dentro para poder entrar.

- Eu vim ver você antes da viagem. Já que a senhorita fez questão de deixar bem claro que não queria me ver.

- Achei que tivesse deixado bem claro - respondi encarando-o.

- Não deixou. Eu sou insistente, sabe.

- Pois é. E como vai a namorada? Ou ela era só uma ficante?

- Ela não era ninguém.

Cruzei os braços e sentei na minha cama.

- Então é assim que você chama as garotas que você fica. De ninguém?

- Não foi isso o que eu quis dizer. Olha, eu nem sei o nome dela. Nem sei qual a comida favorita dela.

- Você também não sabe a minha.

- Eu poderia saber, se você me contasse.

- Léo, o que você quer de mim, ein? Dizer que quer fazer as coisas do jeito certo e cinco segundos depois e beijar a primeira que aparece?

- Tecnicamente falando não foram cinco segundos e... - franzi o cenho e ele encolheu os ombros. Sentou-se ao meu lado. - Eu precisava te ver hoje, ok? Vamos ficar muitos dias sem nos ver.

- Ficamos mais de sete anos sem nos ver. Sete dias não são praticamente nada.

- Mas agora é diferente e eu já te expliquei isso.

Ele levantou o braço e tocou minha perna.

Toda a minha relutância e todas as minhas tentativas de mantê-lo afastado foram embora com aquele toque. Eu não queria que ele se afastasse.

Ele percebeu isso, porque se ajeitou na cama e inclinou o corpo na minha direção. Dessa vez eu não cheguei para trás. Estávamos tão próximos que eu conseguia sentir seu hálito de menta. Ele me beijou e foi como se mil estrelas girassem dentro de mim. Eu me sentia literalmente viva. Léo tocou meu rosto e me beijou com ainda mais vontade. Empurrou com delicadeza meu corpo para trás e ficou em cima de mim enquanto me beijava e acariciava meu corpo.

- Meu pai pode entrar e nos ver - murmurei empurrando-o para trás. Ele deu de ombros e tornou a me beijar. Sua barba rala roçava meu rosto e fazia um pouquinho de cócegas, mas eu não liguei.

Meu coração batia muito forte e muito acelerado.

No meio do beijo, abri os olhos e me surpreendi ao ver que ele me fitava.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora