Capítulo XIV

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- Vamos à Times? - ele sugeriu, diminuindo o rádio.

- Fazer o que na Times Square? - parei o carro no sinal vermelho e olhei para ele, que deu de ombros. - certo, você quer ir, mas não sabe o que vai fazer lá.

- Lia, que tal se você experimentasse não fazer nenhuma pergunta hoje, ein? - levantei a sobrancelhas e ele sorriu. - dá pra fazer isso?

- Não posso prometer nada, mas eu vou tentar.

- Ótimo. Então dirija a droga desse caro para a Times Square.

- Ei! Não precisa falar assim do carro.

Léo apontou para a frente indicando o sinal verde.

Dirigi pela avenida mais ou menos movimentada e virei a esquerda para entrar na Broadway, onde segui em linha reta até chegar à gloriosa Times Square.

Estacionei o carro e seguimos o restante do caminho à pé até chegar ao lugar desejado.

Enfiei as mãos nos bolsos da calça e lancei uma olhada rápida pro Léo, que observava alguma coisa à sua frente, fazendo com que seus olhos castanho bilhassem por conta da quantidade de luz que era emanada à nossa volta.

Ele me olhou e eu rapidamente virei a cabeça para a frente, na tentativa de disfarçar que eu o observava.

- Está sentindo frio? - perguntou.

- Um pouquinho - respondi.

- Vem cá - ele levantou o braço e me puxou para perto como se fosse a coisa mais normal do mundo. Passou o braço por cima dos meus ombros e eu abracei sua cintura. Agora ele cheirava a alguma coisa refrescante. Meu coração começou a bater mais forte a partir daquele momento. Ele baixou a cabeça para me olhar outra vez e sorriu.

DÁ PRA PARAR DE SORRIR PRA MIM, POR FAVOR?!

Como aquilo era lindo. Não ele. Quer dizer, ele também era, mas me refiro à Times. Nunca me cansava de ir ali. Era como se todas as vezes fosse a primeira vez. Era como se Aquele lugar possuísse vida própria e brilhasse naturalmente. Minha mãe sempre dizia que Nova York possuía sua própria Estrela, e ela se chamava Times Square.

Ele apontou pro Mcdonalds.

- Vamos tomar um sorvete?

- Achei que não tivesse dinheiro - comentei.

- Quem disse que eu vou pagar?

- Que é que você vai fazer?

- Roubar, ué - quando ele viu minha cara de assustada, gargalhou alto e disse: - é brincadeira! Eu tenho uns trocados, relaxa.

Paramos na fila do sorvete no Mcdonalds e eu soltei a cintura dele.

- Que foi?

- Me diz por que você sumiu essa semana, ein?

Léo cruzou os braços. Pareceu um tanto desconfortável com a pergunta.

- O que eu falei sobre as perguntas?

- Ah, mas isso não tem nada haver com o que vamos fazer ou estamos fazendo.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora