Capítulo XXXVII

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E não é que chegamos? Quase duas horas depois, mas chegamos. E eu tenho que falar: aquele lugar era do caralho.

O táxi parou próximo a uma colina e terminamos de subir ela a pé. Lá no topo, pudemos ver a maravilhosa vista que nos cercava; à nossa direita tinha um farol e, bem à nossa frente, um esplêndido mar que parecia ser infinito.

- Tira uma foto minha? - pedi a ele e o entreguei meu celular.

Fiquei de costas para o mar e abri os braços. Sammy enlouqueceria quando visse aquela foto.

- Valeu - agradeci.

- Vamos descer - ele falou, passando na minha frente e indo em direção à descida cheia de pedras.

- Espera por mim - disse, fazendo um esforço para acompanha-lo.

Eram umas três horas e pouca quando tocamos nossos pés na areia.

A praia estava relativamente vazia, considerando a presença de alguns casais e pais com seus filhos (ou pedofilos com suas vítimas, nunca se sabe).

Na mesma hora ele tirou a blusa e a jogou em cima dos chinelos e tirou a carteira do bolso.

- Nossa, mal chegamos e você já vai me abandonar assim?

- Você não vem?

- Hum... Eu não sei se você lembra, mas eu não sei nadar. Sou tão boa nisso quanto uma galinha.

- Relaxa, eu não vou deixar você se afogar.

- Não, eu tô bem aqui - sentei ao lado das coisas dele, que deu de ombros e correu para o mar.

Cruzei as pernas, coloquei minhas coisas ao lado das suas e o observei nadar sozinho, boiar e voltar a nadar. Comecei a sentir calor, então tirei a blusa e reparei que ele saía do mar.

- Que foi? - perguntei.

- Quero te mostrar uma coisa, vem - ele estendeu a mão para me ajudar a levantar e eu a segurei.

- O que você quer me mostrar?

- Uma coisa ali - respondeu e me guiou até a beirada do mar. Ele apontou para as pedras na areia.

- Que diabos você... - fui interrompida por ele, que me carregou com as duas mãos e começou a ir em direção ao mar. - Não! Não! Me coloca no chão! Eu tô falando sério - berrei, mas fui totalmente ignorada.

Quando a água alcançou sua cintura, ele parou.

- Me leva de volta pra lá - pedi, desviando o olhar da água abaixo de mim e virando o rosto para ele.

- Você não vai morrer afogada, relaxa. Tem que ser muito burra pra morrer com a água batendo na cintura. Vou te soltar.

Comecei a bater as pernas debilmente.

- Não! NÃO!

Ele riu e eu revirei os olhos.

- Você fica tão fofa quando dá uma de maluca.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora