Capítulo XXVIII

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OK, EU VOU MORRER. PAI, TE AMO E SAMMY, VOCÊ PODE FICAR COM AS MINHAS ROUPAS. EU ME ARREPENDO DE MUITAS COISAS QUE FIZ E MUITAS COISAS QUE NÃO FIZ, MAS NUNCA DAS COISAS QUE SENTI. TODAS ELAS FORAM REAIS E NECESSÁRIAS PARA MIM.

Pensei tudo isso nos poucos segundos de distância para o mar. Era quase como ver a vida toda passar diante meus olhos. Só que sem a parte dos olhos.

Prendi a respiração quando meu corpo mergulhou na água fria. Três segundos depois, ouvi o mesmo barulho de mergulho acima de mim. Comecei a me debater debaixo da água na tentativa de ir para cima. Em seguida, senti alguma coisa me segurar pelos braços e me puxar.

Puxei ar quando minha cabeça chegou à superfície e tornei a me debater.

- Lia, calma - Leonardo estava ali, me segurando e havia acabado de salvar a minha vida. - relaxa. Respira fundo.

Balancei a cabeça e fechei os olhos. Respirei fundo, tentando compreender que tudo ficaria bem e que eu não morreria afogada ali. Ao abrir os olhos, senti um forte ardor neles e tornei a fecha-los.

- Tá ardendo muito - disse.

Ele começou a nadar.

- Você pode pelo menos bater as pernas, pra ajudar?

Assenti e fiz o que ele pediu.

Nadamos por não sei quanto tempo... Quer dizer, ele nadou e eu só fui um peso morto batendo as pernas debilmente. Tornei a abrir os olhos e Leonardo parecia cansado, mas me segurava com bastante força.

Finalmente chegamos à areia e nos jogamos lado a lado nela.

Respirações ofegantes depois, ele disse:

- Da próxima vez que você inventar de fazer uma coisa maluca, por favor, se certifique que você tem um plano B caso isso dê errado.

- Obrigado. Obrigado mesmo. Muito, muito obrigado.

- Eu já entendi que você está muito agradecida, pode parar.

Sentei e olhei para ele. Gotas de água secavam em seu rosto sujo de areia. Ele também sentou e nos fitamos. "Ele literalmente salvou a minha vida".

- Tá afim de comer alguma coisa? - sugeri. - Por minha conta.

- É uma boa ideia.

- Comida Mexicana?

- Comida Mexicana.

Pegamos um ônibus para uma região chamada Old Town. O lugar era/é como o berço da Califórnia e um dos lugares mais antigos dos Estados Unidos. Faz fronteira com o México e era/é lotado de restaurantes com comidas típicas mexicanas.

Quando saltamos do ônibus e começamos a andar para onde a placa indicava, eu olhei para Leonardo e foi impossível não rir. Suas pernas e costas estavam sujas de areia e, em muitos pontos, sua pele ficara cinza por conta da água salgada que secou.

Comecei a dar risada e ele parou.

- O quê?

- Você está muito sujo, sabia?

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora