Capítulo XXVII

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Eu não sei porquê. Não me pergunte porquê. Mas eu fui.

Entrei no quarto, troquei de roupa e peguei algum dinheiro antes de sair e encontrá-lo na mesma posição de antes.

- Aconteceu alguma coisa? - foi a primeira coisa que perguntei assim que fechei a porta. Mil questões surgiam na minha cabeça. "Será que eles terminaram? Será que eles brigaram? Se mataram? Ah não, pera..."

- Não. Eu só quis sair um pouco do hotel - entramos no elevador e ele apertou o botão do térreo.

- Tá, mas por que você não chamou sua namorada?

- Essa é uma boa pergunta.

- Não entendi.

- Não precisa entender nada - a porta abriu e nós saímos. - quer almoçar?

- Não estou com fome.

- Também não.

Descemos a escada e saímos do hotel. Passou um vento forte que nos trouxe o forte cheiro de mar do outro lado da rua.

- Quer ir na praia? - perguntei.

- Sim, mas não nessa.

Ele estendeu a mão para um táxi que vinha passando e nós entramos quando ele parou.

- Pacific Beach, por favor - disse para o motorista, que assentiu e começou a dirigir.

Eu levantei as sobrancelhas e ele me olhou.

- Isso é sério?

- Isso o que? - se fez de desentendido.

- Que você está me levando pra ir lá. Isso é por causa do desenho da Crystal?

- Sim - ele encostou no banco e eu cruzei os braços. - e não também. Eu só achei que seria legal ir conhecer aquele lugar.

- É. Mas eu ainda não entendi porque você não trouxe a sua namorada.

- Porque não. Isso serve como resposta?

- Não e...

- A nossa Pacific Beach é a melhor praia para os casais - disse o motorista de repente. Sua voz soava como se tivesse repetido aquilo inúmeras vezes. - É uma lugar calmo e bastante romântico. Há quanto tempo vocês estão juntos?

Eu e Leonardo nos olhamos e, como se fôssemos melhores amigos e nos divertissemos juntos há anos, explodimos em risadas.

O motorista ficou nos encarando por um bom tempo pelo espelho e quando viu que nenhum de nós dois ia parar de rir, balançou a cabeça e resmungou alguma coisa.

- Até que a gente combina - ele disse, respirando fundo e se recompondo.

Eu fiquei séria na mesma hora.

- Não.

- Ah, vai dizer que não combinamos nem um pouquinho?

Dei de ombros.

- Sei lá. Eu não sei nada sobre você.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora