Capítulo X

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- Lia? - senti que Leonardo estava agachado e segurava meu corpo a poucos centímetros do chão. Abri os olhos devagar e o lado esquerdo do meu rosto doía de um jeito que eu não conseguia descrever. - Você está bem?

É CLARO QUE EU NÃO ESTAVA BEM! ELE NÃO VIU QUE EU HAVIA ACABADO DE LEVAR UM MURRO?!

- Minha cabeça dói.

- Calma... Vem, eu te ajudo a levantar.

EU NÃO QUERO LEVANTAR! ME DEIXA AQUI PARA MORRER SOZINHA!

- Não quero levantar - mas mesmo assim ele me segurou pelos braços e levantou meu corpo amolecido com nenhuma delicadeza. - Ai!! - resmunguei quando ele me pôs de pé e me carregou em direção à uma das mesas e despejou (isso mesmo, despejou) meu corpo ali.

De olhos fechados, o ouvi se afastar de mim, abrir e fechar a porta. ELE VAI ME DEIXAR AQUI? Mas ele voltou segundos depois com um pouco de água.

- Fechei o Café até algum outro funcionário chegar. Acho melhor você ir pra casa.

- Minha cabeça dói muito. Acho que vou esperar um pouco - ajeitei o corpo no assento confortável e tive a brilhante ideia de tocar o lado mais dolorido do meu rosto. Doeu pra caramba. - Que droga!

- Eu posso te levar, se quiser - ofereceu, sentando-se à minha frente do outro lado da mesa, os braços cruzados.

- Não precisa - falei, tomando um gole da água.

- Então como você vai pra casa?

- Eu me viro.

Passei as mãos nos cabelos e baixei a cabeça, encarando a mesa de madeira.

- Mas eu faço questão - o ouvi dizer.

- Não, não faz.

Ele fez um barulho que lembrava um espirro e, ao mesmo tempo, uma risada.

- Por que você acha isso?

- Não sei. Eu simplesmente acho - na verdade, eu tinha muitas razões para achar. - você costumava ser assim, lembra?

Um silêncio super desconfortável se impregnou entre nós e, para o meu alívio, ouvimos a porta abrir a Angus entrar.

- Posso saber porque diabos o Café está fechado, Lia?... - ele mal havia entrado e já reclamava feito uma mula velha.

- Fomos assaltados - respondi, apontando para a caixa registradora atrás do balcão. - e ainda levei um tapinha no rosto.

- Ai meu Deus, Lia, o que aconteceu com você? - Angus largou as sacolas de compras no chão e veio até onde nós estávamos.

- Fomos assaltados. Levei um tapinha no rosto - repeti, meio impaciente.

- Você precisa ir pra casa.

- É Isso o que estou tentando dizer a ela - disse Leonardo. Angus virou o rosto para ele como se dissesse quem-é-você.

- Quem é você?

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora