Capítulo XLV

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Acordei com uma dor de cabeça terrivelmente terrível.

Eu estava deitada na cama entre o Jeremy e o Joe, que ainda dormiam.

Levantei e me arrastei até o banheiro, onde lavei o gosto ruim da minha boca. Me olhei no espelho e percebi o quanto eu estava horrível.

Meus cabelos estavam bagunçados e meus olhos, inchados.

Passei as mãos molhadas na cabeça e saí do banheiro.

Dei mais uma olhada nos meus velhos amigos e sorri, sentindo uma certa nostalgia.

Me aproximei deles e toquei o ombro do Jeremy.

- Eu tô indo pra casa - falei.

Ele demorou um instante até abrir os olhos e sentou na cama de uma vez só.

- Minha cabeça dói pra cassete - informou, tocando a cabeça.

- A minha também.

- Eu também vou... Joe - ele cutucou nosso amigo desmaiado ao lado. - vamos.

Joe demorou um pouco mais para acordar e em poucos minutos eles estavam de pé.

Peguei meus tênis vermelhos e saí do quarto com eles, descemos a escada e fiquei mais que assustada quando vi o estado daquela casa; a maioria das pessoas ali pareciam estar mortas ou sedadas.

- Que diabos aconteceu aqui? - disse Jeremy.

- Talvez estejam mortas e eu sempre estive certo - sugeriu Joe.

Dei de ombros; fui a primeira a passar de fininho pelas pessoas caídas e abrir a porta da sala.

- Ei - chamou alguém atrás de nós. Era o George. - já estão indo?

Balançamos a cabeça.

Ele nos acompanhou. Saímos e fechamos a porta.

Eu não tinha percebido o quanto era cedo até estar do lado de fora e ver que o Sol ainda se encontrava um pouquinho acima da linha no horizonte. Tudo tinha aquele tom meio escuro e amarelado que as manhãs costumavam ter. Eu sentia frio enquanto meus pés descalços tocavam o asfalto frio.

Nós quatro caminhamos em silêncio até a estação de metrô mais próxima.

- Onde você tá morando? - Jeremy quis saber enquanto descíamos os degraus para o subsolo.

- Brooklyn Heights - respondi me encostando numa pilastra amarela. - mesmo lugar de sempre. E vocês?

- Eu e o Joe estamos dividindo um apartamento próximo ao Central Park e o George está no Bronx.

- Ah, bom saber onde vocês moram. Pelo menos eu vou poder procurar vocês caso resolvam me esquecer outra vez.

- Não vamos, relaxa.

- Ótimo. Vocês também precisam conhecer meu amigo Sammy.

- Um dia, quem sabe.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora