Acordei com uma dor de cabeça terrivelmente terrível.
Eu estava deitada na cama entre o Jeremy e o Joe, que ainda dormiam.
Levantei e me arrastei até o banheiro, onde lavei o gosto ruim da minha boca. Me olhei no espelho e percebi o quanto eu estava horrível.
Meus cabelos estavam bagunçados e meus olhos, inchados.
Passei as mãos molhadas na cabeça e saí do banheiro.
Dei mais uma olhada nos meus velhos amigos e sorri, sentindo uma certa nostalgia.
Me aproximei deles e toquei o ombro do Jeremy.
- Eu tô indo pra casa - falei.
Ele demorou um instante até abrir os olhos e sentou na cama de uma vez só.
- Minha cabeça dói pra cassete - informou, tocando a cabeça.
- A minha também.
- Eu também vou... Joe - ele cutucou nosso amigo desmaiado ao lado. - vamos.
Joe demorou um pouco mais para acordar e em poucos minutos eles estavam de pé.
Peguei meus tênis vermelhos e saí do quarto com eles, descemos a escada e fiquei mais que assustada quando vi o estado daquela casa; a maioria das pessoas ali pareciam estar mortas ou sedadas.
- Que diabos aconteceu aqui? - disse Jeremy.
- Talvez estejam mortas e eu sempre estive certo - sugeriu Joe.
Dei de ombros; fui a primeira a passar de fininho pelas pessoas caídas e abrir a porta da sala.
- Ei - chamou alguém atrás de nós. Era o George. - já estão indo?
Balançamos a cabeça.
Ele nos acompanhou. Saímos e fechamos a porta.
Eu não tinha percebido o quanto era cedo até estar do lado de fora e ver que o Sol ainda se encontrava um pouquinho acima da linha no horizonte. Tudo tinha aquele tom meio escuro e amarelado que as manhãs costumavam ter. Eu sentia frio enquanto meus pés descalços tocavam o asfalto frio.
Nós quatro caminhamos em silêncio até a estação de metrô mais próxima.
- Onde você tá morando? - Jeremy quis saber enquanto descíamos os degraus para o subsolo.
- Brooklyn Heights - respondi me encostando numa pilastra amarela. - mesmo lugar de sempre. E vocês?
- Eu e o Joe estamos dividindo um apartamento próximo ao Central Park e o George está no Bronx.
- Ah, bom saber onde vocês moram. Pelo menos eu vou poder procurar vocês caso resolvam me esquecer outra vez.
- Não vamos, relaxa.
- Ótimo. Vocês também precisam conhecer meu amigo Sammy.
- Um dia, quem sabe.
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(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.
Romance"Uma vida pode ter milhares de finais. Finais bons, finais ruins, não importa. A maioria das coisas sempre chega ao fim. Sim, eu disse a maioria porque nem tudo na vida termina. Existem amores eternos, assim como existem amizades que duram uma etern...