Capítulo V

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Quando contei ao Sammy que havia encontrado Leonardo - o dos meus sonhos - ele quase pirou.

- Isso é tão... Eu não... Como vocês... Como foi?

Dei risada.

- Relaxa! Foi uma merda. E pra completar ele disse que não leu a minha mensagem.

- Envia de novo.

- Não vou fazer isso. Ainda estou pensando no que responder à ele.

- Que tal: você é o amor da minha vida, por favor me engravida? Até rimou! - ele cantarolou, rindo feito um retardado.

- Não! Eu nunca diria isso!

- Ah, deixa de ser ridícula!

- Não estou sendo ridícula, só que dizer isso à ele seria o mesmo que dançar sem roupa na Times Square. Um grande burrice.

- Talvez. Mas também seria uma linda declaração de amor.

- Sammy, quantas vezes eu vou precisar te dizer que não gosto dele? Eu só sonho com ele...

-... Há mais tempo do que eu sou gay.

- Não exagere. Você é gay desde que nasceu, só não sabia disso.

- Acho que sim, mas mesmo assim. Você não pode deixar isso acabar desse jeito.

- Uma coisa que não começou não pode acabar.

- Uma coisa que não começou ainda, você quis dizer.

- Ah, vai se ferrar, Sammy. Eu só liguei pra dizer que vou te ajudar com esse maldito trabalho. Onde vamos nos encontrar?

- No seu trabalho. Seu expediente termina que horas?

- Na hora do almoço.

- Estarei lá às duas.

- Ok, agora vou desligar porque estou mais suja que a sua boca.

- Você está insinuando alguma coisa, vadia? - ele gargalhou alto e desligou. Sempre terminava as ligações assim. Rindo alto e falando alguma idiotice. Ele sempre me deixava feliz e isso era o que eu mais gostava nele. Não importava o que havia acontecido comigo, bastava eu ligar para o Sammy que tudo voltava ao normal.

Tomei banho e me joguei na cama, mergulhando no sono quase que instantaneamente.

'Ele tocava meu rosto com as costas da mão e sorria para mim. Estávamos numa roda gigante com uma ótima visão de Londres à nossa volta.

- Podemos visitar o beco diagonal quando sairmos daqui - ele sugeriu. Adorei a ideia.

- É, eu soube que chegaram umas maravilhosas corujas no Empório das Corujas.

- E eu preciso de uma varinha nova. A minha quebrou quando tentei abrir aquela porta.

Eu ri.

- Como você conseguiu isso?

- Esqueci o feitiço, então decidi abrir do jeito tradicional. Me arrependi - ele se inclinou para a frente e eu pude sentir sua respiração fria tocar meu rosto. Me inclinei para trás por algum motivo e me desequilibrei.

(CONCLUÍDA) Eu, você e meu Guarda-Chuva Vermelho.           Onde histórias criam vida. Descubra agora