Capítulo 18

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–Mas é claro que ela vai.-Emilie falou,ou melhor,gritou.-ou então com quem eu ia conversar?Quem ia ajudar a Mary a comer?E se Mary precisar ir no banheiro?Aposto que você não ia lá limpar ela,né?

–Acho que é melhor entramos.-Alfonso segurou Mary no colo e foi seguindo na frente junto com a Giselinha.

–Gostei da resposta.-Bati na mão da Emilie.

–Sempre as ordens.-Eu podia jurar que essa menina tinha doze anos no corpo de uma de cinco.

Assim que entramos eu já fui em direção ao banheiro e levei as duas comigo,era tudo tão chique naquele lugar que eu quase me perco lá dentro do próprio banheiro.

–Mary você quer fazer xixi?

–Não.

–Tem certeza?

–Tenho.

–Emilie?

–To de boa.

–Você não queria fazer xixi?

–Não.

–Mas você não disse...deixa pra lá.-Já tinha entendido que o negócio dela era causar-Vamos!

–Não!-Ela me barrou-Espera.

–Emilie seu pai já deve estar querendo as nossas cabeças naquelas bandejas.

–Você tem um copinho ai?

–Pra que?-Questionei confusa

–Você tem?

–Não.

–Saco!

–Olha a boca mocinha.-A adverti. Tanto granfino naquele lugar e ela me faz uma coisa dessas-Pra que você quer um copo?

–Eu ia colocar sabonete dentro.

–Pra que?–Ela me olhou com aquele olhar de estava me achando uma retardada e foi ai que eu entendi.–Você sabe que pode matar ela se jogar sabonete na comida né?

–Mas é só um pouquinho,não esquece que ela não te tratou bem.

–Ta, mas a gente não precisa matar ela,né?Vamos logo sair daqui antes que você queira pegar água da privada para ela beber.

–Gostei da idéia!-Ela me olhou animada e eu a segurei pelo braço arrastando as duas para longe do perigo.

Aquilo era mesmo um jantar?Por que comida ali não tinha.Não se pode chamar aquelas coisas de comida, tudo com uma cara estranha e em quantidade que não enchia nem a barriga da Mary.E quando chegou a tal lagosta que estava todo mundo-leia-se Sr.Alfonso e Srtª.Anorexia-esperando,eu quase dei um pulo da cadeira.Além de ser enorme parecia estar vivo e eu não fazia idéia de comer aquele bicho,pra falar a verdade eu nem queria.

–Olha ele esta se mexendo.-Emilie pegou a lagosta com as mãos e sacudiu balançando as patinhas.Eu dei um grito de susto e a Mary fez que ia chorar de medo.

–Emilie!Para com isso.-Alfonso falou ficando vermelho,agora eu não sei se de vergonha ou de raiva,ou os dois.

–Emilie solta isso,estão todos olhando para nós.-Pra que ela tinha que falar? Gisele não sabia a hora de ficar quieta e meu Deus,aquela era a hora de ela ficar de boquinha fechada.

–Tudo bem,eu solto.-Mas Emilie não soltou,ela simplesmente jogou o bicho no colo da Gisele.

–Emilie!-Alfonso tentou não gritar.

–Ela disse para eu soltar.-Emilie se defendeu fazendo cara de inocente

–Tudo bem,Alfonso.-Gisele pegou a lagosta e a colocou de volta no prato da Emi.-não sujou a minha roupa.

–Emilie será que você poderia se comportar?Pelo menos hoje.-Alfonso já estava tão bravo que eu estava dando comida para a Mary calada e calada fiquei,se eu abrisse a boca o bicho era capaz de pegar para o meu lado.Olhei para a Emilie e vi que ela também estava vermelha de raiva e quando ela viu o Sr.Alfonso pegar o guardanapo e ajudar a Srtª.America's Next Top Model a limpar o vestido,ela puxou mais ar para os pulmões e gritou.

–Uma barata!

Pra que minha gente?Aquele lugar virou pandemônio,Mary saiu correndo e fui atrás dela,já tinha perdido demais aquela criança.Tinha muita mulher correndo,muita gente gritando,podia até dizer que tinha “homem” gritando,não sabia bem. Consegui pegar a pequena fujona quando ela já estava próxima a saída.

–Tenho medo!Tenho medo!Tenho medo de balata.

–Não tem baratas aqui Mary.-A peguei no colo e quando me virei para voltar pra perto do meu rebanho,vi Gisele passar por mim emburrada toda suja de vinho e logo depois o Sr.Alfonso segurando a Emilie pelo braço.

–A Emi ta enclencada.

E agora meu Deus?Por que tudo tinha que ser tão complicado pra mim?

Au pairOnde histórias criam vida. Descubra agora